Os dias até podem terminar com cores bonitas lá fora. Mas não quer dizer que todos os dias sejam bons dias. Porque os dias menos bons, ou até maus!, também existem. São uma realidade. E hoje foi um desses dias. Dos maus, não apenas menos bons.
Mais uma vez me senti a navegar um Mar revolto. Sozinha. Sem conhecer as correntes que arrastam para longe ou a violência das ondas capazes de destruir qualquer um.
Não preciso de muito. Preciso da ajuda médica que não estou a ter, o acompanhamento clínico de quem me pode dar respostas. A consulta que, em Outubro!, foi marcada para Junho, foi desmarcada. E era nessa consulta, que não faço ideia para quando será remarcada, que a lista de questões, dúvidas, sinais e sintomas enviada em Janeiro, seria devidamente avaliada e respondida.
Transferência para outro Hospital com serviço dedicado? Onde há acompanhamento regular, com uma equipa multidisciplinar que está a dar cartas pela qualidade do acompanhamento? Uma hipótese que foi posta em cima da mesa e que levou (novamente) uma resposta negativa sem eu perceber exactamente porquê por parte da clínica geral que me viu hoje.
Por outro lado, não preciso de validação quando me queixo de dores, de cansaço, de mau estar, de não entender uma série de coisas à minha volta, de não conseguir aceitar isto que me apanhou na curva. Preciso, apenas!, que me permitam exteriorizar o que, de facto, estou a experienciar. A viver. Quase a sobreviver… Que me permitam dizer as coisas exactamente como as sinto. Se o faço de forma negativa? Não existe alternativa. Não posso falar de forma positiva sobre algo que não me traz nada de positivo. E se digo que tenho dores, tantas vezes muitas dores!, não me peçam para não ser negativa sobre isso.
Não estou demasiado focada na doença. Estou, isso sim!, a aprender a viver com algo que não procurei e que ainda desconheço. Estou a tentar encontrar essa nova Eu que me disseram que ia acabar por surgir…
Um dia de cada vez. É assim que estou a levar isto. Mas não é NADA fácil lidar com o desconforto do desconhecido. E se lhe juntarmos as dores e as dificuldades, é bastante mais difícil.
Não peço muito. Apoio. Colo. Paciência. Compreensão. Tolerância…
