{#139.227.2025}

Os dias até podem terminar com cores bonitas lá fora. Mas não quer dizer que todos os dias sejam bons dias. Porque os dias menos bons, ou até maus!, também existem. São uma realidade. E hoje foi um desses dias. Dos maus, não apenas menos bons.

Mais uma vez me senti a navegar um Mar revolto. Sozinha. Sem conhecer as correntes que arrastam para longe ou a violência das ondas capazes de destruir qualquer um.

Não preciso de muito. Preciso da ajuda médica que não estou a ter, o acompanhamento clínico de quem me pode dar respostas. A consulta que, em Outubro!, foi marcada para Junho, foi desmarcada. E era nessa consulta, que não faço ideia para quando será remarcada, que a lista de questões, dúvidas, sinais e sintomas enviada em Janeiro, seria devidamente avaliada e respondida.

Transferência para outro Hospital com serviço dedicado? Onde há acompanhamento regular, com uma equipa multidisciplinar que está a dar cartas pela qualidade do acompanhamento? Uma hipótese que foi posta em cima da mesa e que levou (novamente) uma resposta negativa sem eu perceber exactamente porquê por parte da clínica geral que me viu hoje.

Por outro lado, não preciso de validação quando me queixo de dores, de cansaço, de mau estar, de não entender uma série de coisas à minha volta, de não conseguir aceitar isto que me apanhou na curva. Preciso, apenas!, que me permitam exteriorizar o que, de facto, estou a experienciar. A viver. Quase a sobreviver… Que me permitam dizer as coisas exactamente como as sinto. Se o faço de forma negativa? Não existe alternativa. Não posso falar de forma positiva sobre algo que não me traz nada de positivo. E se digo que tenho dores, tantas vezes muitas dores!, não me peçam para não ser negativa sobre isso.

Não estou demasiado focada na doença. Estou, isso sim!, a aprender a viver com algo que não procurei e que ainda desconheço. Estou a tentar encontrar essa nova Eu que me disseram que ia acabar por surgir…

Um dia de cada vez. É assim que estou a levar isto. Mas não é NADA fácil lidar com o desconforto do desconhecido. E se lhe juntarmos as dores e as dificuldades, é bastante mais difícil.

Não peço muito. Apoio. Colo. Paciência. Compreensão. Tolerância…

{#138.228.2025}

Dia de eleições. Não podía faltar, claro. O meu voto vale tanto como o de outra pessoa qualquer, mais rica ou mais pobre, não há qualquer diferença. O voto de um tem exactamente o mesmo valor que o voto do outro. E, com mais ou menos dificuldade, fui. E fiz valer o que vigésimo quinto dia do quarto mês do ano de 1974 me deu, servido por Capitães decididos a mudar o que estava errado. E graças a esses Capitães, homens de imensa coragem, foi-me possível 51 anos depois, e mais uma vez, deixar clara a minha posição, aquilo que considero ser o certo para lutar contra o que está mal e alcançar o que é mais correcto e justo.

Foi-me fisicamente doloroso. Penoso. Mas fui. E votei. Ao contrário de tantos que não se deram ao trabalho de levantar o rabo do sofá.

E, ao início da noite, as primeiras projecções trouxeram uma sombra. Composta por ódio, oportunismo, tantas coisas negativas que não quero apontar mais nenhuma. É uma sombra que nunca pensei ver de perto, no meu país, que me habituei a ver luminoso. A ver livre. E que, por muitos defeitos que possa ter, não precisa, não pode!, voltar atrás no tempo!

E os números que se foram apresentando e confirmando ao longo da noite trouxeram-me dois sentimentos que dispensava:

  • Vergonha alheia pela quantidade de gente que não se deu mesmo ao trabalho de levantar o rabo do sofá. São, por norma, os que mais barulho fazem para reclamar do que está mal, do que é decidido por aqueles escolhidos por terceiros. E, para mim, quem não se dá ao trabalho de levantar o rabo do sofá para decidir sobre o próprio futuro não tem o direito a reclamar…
  • Ainda vergonha alheia também por todos aqueles milhares que colocaram uma cruz no quadrado errado. Uns demasiado novos para, sequer, já terem nascido antes de 1974. Outros, que vêm de há mais tempo, que experimentaram aquele tempo não tão longínquo assim, parecem ter perdido a memória e agora escolheram remar para trás. Como se, atrás, é que fosse bom. Não era!
  • Medo. Muito medo. Vivemos tempos estranhos. Não só por cá. É global. E agora, depois destas eleições e da aproximação dessa sombra já tão demasiadamente visível por cá, é o medo que se apresenta legitimamente. Mas não vou permitir que o medo me domine. E o que puder fazer para dissipar essa sombra, farei…

Decidi que, só por hoje!, não quero saber! Números, posições, reacções, não quero saber! Hoje não! Amanhã o problema vai continuar presente. Nessa altura irei tomar conhecimento dos resultados finais. Hoje não. Só por hoje não quero saber.

…nunca esperei ver o meu país a, devagar, começar a voltar para trás. E no entanto…

Triste. Muito triste com o dia de hoje. Mas com a noção de que cumpri com a minha obrigação: mesmo a muito custo, fiz valer o meu voto!

{#137.229.2025}

Serviço de Neuroradiologia, aquele sítio que define o início do bunker e que, na sala de espera, meio metro mais ao lado já não há rede. De dados móveis, de telemóvel, nada passa por aquelas paredes forradas de chumbo.

Já pela porta, passo eu. E continuarei a passar recorrentemente. 1 ou 2 vezes por ano. Não interessa. Se é para ir, vou!

E hoje foi dia de pedir ao meu Cérebro o melhor sorriso que, a um Sábado de Sol e calor, podia dar para tirar umas quantas fotos. E, a julgar pelos disparos da máquina, foram muitas!

Não tenho problema nenhum, nunca tive!, em ficar deitada e quieta dentro daquela máquina, com aquilo a que chamam Gaiola a prender-me a cabeça para só conseguir mexer os olhinhos. Mas entendo perfeitamente quem se sente mal ali, quem se sente preso, quem é claustrofóbico. E os disparos da própria máquina deixam qualquer pessoa desconfortável. Aqueles que chegam por baixo da marquesa? Até a mim incomodaram.

O exame devia ter demorado 45 minutos. Demorou quase 2 horas… A certa altura, a técnica começou a visitar-me: “D. Catarina, mexeu-se. Temos imagens tremidas…” e passado um pouco “D. Catarina, está a mexer-se! Não se mexa!” e novamente “D. Catarina, já temos mais de 30 minutos de imagens tremidas! Não pode ser! Vamos ter que repetir! Não se mexa! Estamos quase a terminar!” e eu a pensar “eu, a mexer-me? Só se for os olhinhos!”

Percebemos entretanto que eu me mexia, sim!, quando estava a………respirar! “Faça respirações mais curtas!” e assim teve que ser. E eu a precisar TANTO de respirar fundo e encher os pulmões! E não podia…

Já conhecia o “Não se mexa! Não respire!” imediatamente seguido de “Pode respirar!”. Mas não conseguir fazer uma Ressonância Magnética Craneo Encefálica em 45 minutos porque estou a respirar? Now that’s a first…

Mas está feito! E é o que importa!

{#136.230.2025}

Todas as aulas de Yoga terminam com Savasana. O momento do relaxamento. Já me aconteceu, em tempos, terminar o relaxamento a chorar baba e ranho. Outros tempos, outra vida, outras dores.

Estou com o Professor @pedro0912andrade há praticamente 2 anos. No Savasana com ele nunca chorei baba e ranho. Mas já fiz grandes viagens.

Como quando fomos até ao Azul. Onde flutuámos, vimos estrelas e planetas, o nosso planeta lá em baixo, furámos nuvens até chegar lá acima e nesse momento de relaxamento lembro-me que a vontade que tinha na altura era de rir como quando tinha 4 anos. Porque estava tão feliz naquela viagem!!

Hoje não fomos ao Azul. Mas tínhamos presentes 3 elementos: o Sol, o Céu e o Mar. E quando ele nos disse para nos focarmos nos elementos, foi impossível não seguir o Sol, que não podia ver!, a mergulhar no Mar. E o Céu a cobrir com o seu manto esse cenário de fusão entre elementos.

O que custou mais neste momento de relaxamento? O mesmo que custa sempre: regressar. Voltar a encaixar cada pedaço de mim no meu corpo deitado no tapete. Custa sempre tanto. Mas hoje? Hoje, por algum motivo, foi muito mais demorado, um reencaixe muito mais intenso.

Não sei que “magia” o Professor Pedro tem feito nestes 2 anos. Aliás, sei que não tem feito magia nenhuma! Mas tem sido um percurso extraordinário! E que quero tanto que continue!

Sei que para a grande maioria dos que lerem isto, não vos diz absolutamente nada. Mas garanto-vos duas coisas!

1- há aqui quem me entenda tão bem
2- não, ainda não enlouqueci! Mas, se enlouquecer passar por isto, não tenho qualquer receio!

{#135.231.2025}

Diz-nos o Priberam:

exaustão
|z|
(e·xaus·tão)

nome feminino

  1. Acto ou efeito de exaurir. = ACABAMENTO, ESGOTAMENTO, EXAUSTAÇÃO
  2. Estado de grande cansaço físico ou mental (ex.: trabalhou até à exaustão). = ESGOTAMENTO, FADIGA, PROSTRAÇÃO

E digo eu: é tudo isso que está lá em cima.

É isso tal e qual o que sinto. Como me sinto. E como assim, não fui à Fisioterapia para poder descansar e recuperar o meu corpo, acordei muito tarde depois de todas as horas que precisava dormir, não fiz mais nada a não ser participar de um webinar de hora e meia e, assim que terminou o webinar, fiquei absolutamente esgotada…?

Nunca pensei que uma simples participação de um webinar me deixasse assim. Tal como ontem fiquei absolutamente esgotada depois de uma simples conversa sobre um assunto complexo…

…e assim vão os meus dias. Sem energia. O apagão na Península Ibérica aconteceu a 28 de Abril, mas a minha energia só em Maio começou a escassear…e não me apetece um apagão em mim.

Acho que está na altura de me dedicar ao auto-isolamento. Sair das redes. Afastar-me de TODA A GENTE…dedicar-me exclusivamente a mim. Para poder descansar, recuperar e reorganizar a distribuição da minha energia.

Não, não quero chegar ao ponto do apagão em mim. Mas o estado de exaustão, vincadamente marcado nos últimos dias, exige-me que trate de mim. Porque mais ninguém o pode fazer. E não, não me apetece ir mais uma vez à urgência do Hospital. E, até, eventualmente ficar por lá uns dias. Não me apetece…

Por isso, redes? Logo se vê. Quem quiser sabe como e onde me encontrar. Em último caso, o telemóvel mantém a função básica de atender chamadas. E até recebe as velhinhas SMS…

O que sei é que estou demasiado cansada. Fadiga, que não é o mesmo que cansaço, temos. Exaustão? À beira disso. E não me apetece…

(Colo? Quero tanto. E está a faltar-me…)

{#134.232.2025}

Às vezes, e é preciso perceber quando!, é preciso parar. Parar para descansar, para recuperar o corpo que todos os dias é submetido ao trabalho e esforço da fisioterapia. Porque o que faço lá é trabalho puxado. Que põe o corpo todo a mexer e a trabalhar músculos, tendões, articulações. Não há nada que não seja trabalhado ali. E isso cansa em situações normais. No meu caso? Esgota-me!

Já não sei há quanto tempo faço o trabalho diário ininterrupto. Sei que é necessário, claro que sim. Mas também é necessário parar de vez em quando para descansar. E eu já estou nesse momento…preciso tanto de descansar da fisioterapia! O corpo dá os sinais todos e eu tenho que o ouvir e obedecer-lhe. E, neste momento, grita-me que páre!

Não fui à fisioterapia de manhã. Dormi até às 10h30m. Acordei já a sentir-me cansada. Diz quem sabe que é normal. Acredito que sim. Porque já me é habitual este cansaço logo ao acordar, independentemente do número de horas que tenha dormido. Tanto que já assumi que, ao acordar de manhã, a minha bateria já só tem 85%. E esgota muito rapidamente…e hoje esgotou ainda antes do almoço!

Depois de acordar, pequeno almoço no cadeirão seguido de café e uma conversa. Uma simples conversa com a minha mãe sobre o meu regresso ao trabalho. Que, afinal, não é assim tão simples. Porque toda a minha situação é tudo menos simples. Requer alterações. Grandes alterações. E aquilo que era suposto ser uma simples conversa revelou-se algo bastante mais complexo. E essa complexidade apresentou-me a fadiga provocada por cansaço mental. Já conhecia o cansaço mental em dias de formação ou em dias em que atendida clientes mais exigentes e difíceis. Mas nunca tinha percebido que esse cansaço mental fosse tão sentido a nível físico. Mas hoje…

…hoje de manhã esgotei completamente a minha reserva de energia antes do almoço! E à tarde tinha que estar em condições para ir ao Yoga. Na sexta feira não fui. Motivo? Cansaço que afinal é fadiga e não são a mesma coisa… Depois de almoço, já o tinha decidido, enrosquei no sofá para conseguir dormir um pouco. O suficiente para descansar e recuperar energias.

Dormi uma hora. Não de forma muito profunda, mas o suficiente para acordar com um pouco mais de energia. O suficiente para sair de casa animada para o Yoga. E a aula, mais uma vez, foi tudo o que eu estava a precisar. Foi, também, conseguir alcançar e manter posturas que não conseguia. Uma que facilmente me derrubava e tantas vezes me fez ir ao tapete. Outra que antes, na minha primeira experiência de Yoga, conseguia fazer facilmente mas que desde que estou com o Professor Pedro, faz agora dois anos, nem com a ajuda dele eu consegui alcançar. Sarvangasana. Que eu sempre consegui fazer facilmente. Mas que há dois anos tentava reconquistar. E hoje…hoje o objectivo era apenas meio Sarvangasana. E que, de repente!, sem o esperar, alcancei à primeira tentativa! Meio Sarvangasana alcançado, mas prontíssima para o Sarvangasana completo!

Parece ser pouca coisa. Mas para mim é muito! Neste momento, estas pequenas coisas são vitórias imensas. Não serão a superação que pretendo, mas são conquistas. São a voltar a ser um bocadinho de quem eu já fui. E é tão importante sentir, perceber!, que afinal eu ainda cá estou!

Claro que entretanto cheguei a casa cansada. Mas ao mesmo tempo cheia de uma qualquer energia que me impede de ir dormir… Mas a noite já roça a madrugada. E eu preciso de descansar. Preciso de dormir. Rapidamente. Para já é isso que vou fazer. Quanto a amanhã? Neste momento não quero nem saber…

{#133.233.2025}

A miúda dos olhinhos de sono e que está farta do look t-shirt + calções desportivos para a fisioterapia foi beber um café ao final da tarde e decidiu abdicar desse look batido! A opção? Uma blusa catita e uma saia de ganga com pregas. Como as pessoas crescidas, portanto!

Um café com um amigo que é P de Presença é sempre um bom café. E é também com ele que, de vez em quando, tiro algumas dúvidas. Principalmente sobre trabalho. Mesmo quando eu continuo de baixa e nem trabalhamos na mesma área.

No caminho de regresso, e já não me lembro a que propósito, disse-lhe: estou chateada, zangada, frustrada, revoltada e continuo a fazer de conta. A fazer de conta que está tudo bem, quando não está. E à conta disso ainda irei ganhar o Oscar de melhor Faz de Conta.

Já em casa, a fragilidade e vulnerabilidade que o cansaço carrega vieram ao de cima. E, com elas, a armadura quebrou, deixando entrar os medos que alimentam a insegurança. E, com a insegurança ao rubro, descarreguei em quem não devia: em quem está a 135km daqui, ele. E o tanto que eu o queria (e quero!) aqui. Agora. Não para desfazer a minha insegurança que amanhã já estará mais segura depois de me permitir descansar. Mas para ser acolhida num abraço quentinho e protector para ter a noite de descanso que preciso tanto…

Dia tão estranho, este… E a certeza de que é obrigatório descansar rapidamente porque já estive mais longe do ponto de rotura. Um dia destes volto a abdicar da t-shirt e volto a apostar no look de pessoa crescida. Mas há “coisas” das quais não abro mão: um amigo que é P de Presença e ele que é aquela metade de mim que eu não sabia que me faltava.

{#132.234.2025}

Já sabia que isto que me apanhou na curva era uma caixinha de surpresas, nenhuma delas simpática. Sabia também que todos os dias eram diferentes do anterior. Também sabia que, apesar da medicação, não é de esperar que haja melhoras. Porque uma doença que não tem cura e que é progressiva só terá melhoras com a ajuda de um milagre. E eu não acredito em milagres, claro.

Sei de tudo isso. Ia dizer que já assumi que não irei melhorar e que a tendência, com o tempo, será de agravamento do que já está mau. Ou até do que ainda nem se manifestou. Mas não é verdade. Ainda não assumi nada disso porque assumir seria aceitar o diagnóstico. E eu ainda não aceitei. Eu ainda não aceito…

Estava preparada para que, com o tempo!, começasse a haver novos sinais, novos sintomas. Mas seria sempre com o tempo! Não agora! Assim de repente! E, mais uma vez completamente por acaso, começar a perceber que (mais) alguma coisa não está como devia…ser, novamente, apanhada de surpresa e perceber a falta de sensibilidade onde era suposto haver, juntando à dificuldade sentida na sexta feira a fazer algo que supostamente não devia ser difícil…não! Não estou preparada para isto agora. Era suposto ser com o tempo! Não agora!

Tenho, obviamente, a cabeça a mil com isto. Amanhã converso com o Fisioterapeuta para, pelo menos, tirar teimas. Já que a consulta com o neurologista foi desmarcada, neste momento só posso mesmo recorrer ao Fisioterapeuta. Que, já sei, me vai dizer o que me diz sempre: tenho que falar com o neurologista.

E tenho, claro que sim. E desde Outubro que espero pelo dia 16 de Junho, dia em que teria, finalmente!, consulta com o neurologista e que, entretanto, foi desmarcada. Para quando é que vai ser remarcada? Não faço ideia. O meu médico vai deixar o Hospital, como tantos outros antes dele? No secretariado disseram que não, que se vai manter. Mas e se no secretariado não souberem de tudo? Não seria impossível não saberem. Mas dizem-me que não, que ele vai continuar. E eu só tenho que confiar, acreditar e esperar por remarcação da consulta. De preferência para o mais cedo possível. Porque não posso continuar ao sabor do vento…

Preciso, muito!, de falar com o neurologista. Ter a consulta que estava prevista para lhe apresentar a minha lista de sinais que não sei interpretar, que poderão ou não ser sinais, sintomas ou danos já instalados. Sei que a lista já está bem composta. As dúvidas são muitas. As perguntas também. E eu sinto-me completamente às escuras a navegar num mar agitado, revolto!, que desconheço. Às escuras e sozinha… Sei que, neste momento, posso colocar questões a uma ou outra pessoa na mesma situação que eu, mas não tenho á-vontade para isso. São pessoas que não conheço, com quem me cruzei por acaso nas redes. Mas são pessoas que navegam neste mar há muitos anos. Conhecem isto muito bem…

Já não sei… Não sei o que sentir, não sei o que pensar, não sei o que fazer. Sei, sim, que volto mais uma vez ao ponto de querer chorar e não conseguir…e esse bloqueio não me faz bem nenhum.

Mas só por hoje, e há muito tempo que não pegava nesta máxima!, só por hoje não vou pensar mais em nada disto. Não quero! Não posso! Amanhã logo se vê! Por hoje não quero mais…

E, sim!, navego este mar revolto às escuras. E sozinha…e não quero.

{#131.235.2025}

Domingo. Aquele dia em que, por não ter nada marcado para fazer, podia fazer o que quero: ir até à praia aproveitar o bom tempo para caminhar na areia, ir beber um café ao Cristo Rei ou à Casa da Cerca, pegar num dos vários livros que tenho ali à minha espera e começar a ler, as possibilidades para os Domingos são imensas, especialmente quando está bom tempo e o dia bonito. Mas…

…ir dormir no Sábado depois das 2h da manhã significa que o Domingo fica imediatamente estragado. Porque antes bastava dormir o resto da noite até meio da manhã, vá!, e acordava revigorada e com a bateria recarregada a 100%, livre de cobranças do meu corpo cada vez mais exigente. Agora? Todos os dias o meu corpo exige descanso e recuperação mesmo que o esforço não tenha sido grande. E se, como na noite passada, tiver a audácia de desafiar os meus limites, é claro que o meu corpo vai cobrar.

E hoje cobrou. Muito! E de uma forma muito intensa, quase violenta. Tudo aquilo que eu tinha pensado em fazer…não aconteceu. O meu corpo não deixou. Porque a fadiga, que não é o mesmo que o cansaço, se impôs e me exigiu o que não lhe dei ontem à noite a horas decentes: descanso.

E tudo isto é, para mim, uma estupidez tão grande à qual ainda não me habituei e muito menos aceitei. E que me deixa profundamente chateada, zangada, revoltada, frustrada e, claro, esgotada. E depois dou por mim a pensar que vou conseguir dar a volta a isto, que vou conseguir fazer como antes, que vou voltar a ser como era. Penso tudo isto só para me magoar mais um bocadinho, porque voltar ao antes não vai acontecer. E eu não aceito…

Continuo a tentar reorganizar-me para gerir o meu tempo de forma a conseguir incluir tudo, incluindo os períodos obrigatórios de descanso. Mas a contínua negação das evidências bloqueia-me qualquer tipo de acção que me recorde deste meu novo normal

Este Domingo já lá vai. Quem sabe no próximo, em dia de eleições, consiga ter um Domingo diferente…

{#130.236.2025}

Um bocadinho perdida. Um bocadinho sem Norte.

……de tantas coisas que quero fazer num só dia, faço zero……todos os dias……

Preciso que me dêem a mão enquanto tento organizar-me. Entre o que quero fazer, o que posso fazer e o que realmente consigo fazer, a confusão na minha cabeça é enorme. E se ninguém se sentar ao meu lado e me guiar para me organizar, vou continuar a fazer o que tenho feito até aqui: nada!

……e não pode ser……

{#129.237.2025}

A t-shirt que a Patrícia me ofereceu não podia ser mais a minha cara! Porque, sim!, Houston, I have so many problems! E a total desorganização e péssima gestão do MEU tempo, aquele que eu, de facto, PRECISO para descansar e recuperar o meu corpo depois da fisioterapia de manhã e antes de tudo o que tenho para fazer à tarde é “só” um desses problemas…

A fisioterapia de manhã esgota-me. Ao ponto de agora ter que reorganizar com o Zé, o Fisioterapeuta, os exercícios a fazer. Especialmente depois de ontem ter grandes e sérias dificuldades em simplesmente caminhar da paragem do autocarro para o serviço de Medicina Física e Reabilitação do Hospital. 300 metros? Talvez nem tanto…

Hoje, e seguindo as indicações da Fisiatra do Hospital, começámos a reduzir o esforço das pernas. Porque já não aguentam muito…

Agora? Cheguei a casa às 15h e prometi a mim mesma que ia aterrar no sofá e, eventualmente, dormir até às 17h para estar a 100% na aula de Yoga de hoje às 19h. Eram 16h36m quando consegui chegar ao sofá…quando já lá devia estar há muito mais tempo.

O meu corpo, depois disto que me apanhou na curva, exige tempo. De descanso, de recuperação. E o que é que eu lhe dou? Exactamente o contrário. Porque continuo a achar que ainda aguento. Mas não. Não aguento. E não me oriento na gestão e organização do MEU tempo. E não posso continuar assim…

{#128.238.2025}

Saudades de percorrer este extenso corredor até à porta que fica lá ao fundo para a consulta de Fisiatria no serviço de Medicina Física e Reabilitação do Hospital? Nenhumas!

Saudades de me arrastar neste corredor até à porta lá ao fundo cheia de dores e com extrema dificuldade em andar? Ainda menos do que no ponto anterior!

Mas já está. Por hoje…

{#127.239.2025}

Quarta feira, ao final do dia, já se sabe: é o momento de parar para respirar fundo de forma consciente e alinhar. É dia de Yoga com o Professor @pedro0912andrade e ir, em cada aula, um bocadinho mais além. Como hoje. Em que percebi que, afinal, há sequências e posturas que até consigo fazer. Ou voltar a fazer. E sem cair! O que é de louvar! Depois de tanto trambolhão no tapete e depois de tanto tempo a adaptar posturas, hoje foi dia de respirar fundo e simplesmente fazer! E, no final da aula, ouvir de quem sabe: “quando sentires que és capaz, simplesmente faz!” É possível que as palavras não tenham sido exactamente estas, mas a mensagem era clara: vai e faz!

Também por isto é que cada vez gosto mais do Yoga. Porque me ajuda a trabalhar o equilíbrio, claro, mas também, e acima de tudo!, porque me faz acreditar que sou capaz! Sou capaz de dar de mim sempre mais um bocadinho para chegar mais além.

E esse “dar mais um bocadinho” e “chegar mais além” não passa unicamente pelo trabalho físico, que é muito, mas passa, e muito!, pelo trabalho “cá dentro”.

Está a fazer 2 anos que me juntei às aulas do Pedro. E não tenho dúvidas de que foi no momento certo. Porque tudo acontece quando tem que acontecer e se tem que acontecer. E tinha. Não fui eu que decidi nada. Eu simplesmente…fui!

{#126.240.2025}

Hoje, ao final da manhã, depois da Fisioterapia e em conversa com o professor Pedro:

Ele – tu és a rapariga que quer sempre fazer muita coisa ao mesmo tempo, não podes!
Eu – não! Eu quero é conseguir fazer ALGUMA coisa!

…e, ao fim do dia, acabei por lhe dar razão: só tinha DUAS coisas para fazer! Uma delas mais ou menos urgente (enviar um email com uma breve descrição do que me chateia desde Outubro e que não consigo resolver!), a outra de extrema importância porque o meu novo normal a isso obriga que é tão simples quanto descansar! Repôr energia depois de uma noite mal dormida e uma manhã intensa de fisioterapia.
Tinha só estas duas coisas para fazer. Consegui fazer…zero!

Como sempre:

  • uma situação que vem desde Outubro tem que ter o máximo de informação possível, então bora ler o Código do Trabalho…
  • descansar vai ter que ficar para depois.

Eu gostava de ser menos picuinhas com os emails e mais responsável comigo mesma. Mas depois, como disse o professor Pedro, eu realmente quero sempre fazer muita coisa ao mesmo tempo. E, de facto, não posso. não posso!

……mas teimo em achar que sim, que ainda é tudo como era antes……só que já não é……

{#125.241.2025}

Segunda feira não é suposto ser um dia para acordar já cansada… Mas com isto que me apanhou na curva já sei que é difícil ser de outra forma…

A minha bateria interna já não sabe começar o dia nos 100%. Na melhor das hipóteses começa nos 75%. E rapidamente se esgota. Só assim é possível entender que, depois de uma manhã em que só fui até à fisioterapia, chegue a casa tão cansada, tão sem energia para nada e acabe por adormecer no sofá à tarde e ali fique a recarregar durante 3 horas. Só para acordar ao fim da tarde novamente cansada…

Aprender a reconhecer os sinais do meu corpo. Descodificar cada um deles. Gerir a energia que vou tendo. Poupar cada minuto, cada segundo!, do meu dia. Não perder o meu tempo com o que não vale a pena. Porque o que não vale a pena esgota a minha energia ainda mais depressa. E recuperar é um processo lento, muito lento. Demasiado lento.

Há dois anos, quando ainda nem sequer havia uma suspeita sobre o que realmente se passava com o meu corpo, decidi que em primeiro lugar estou eu e que tinha que começar a ouvir o meu corpo e obedecer-lhe. Não imaginava na altura que todos os sinais que o me corpo me dava já dariam para preencher o primeiro volume do compêndio de sinais e sintomas que não ainda não conheço bem, que me confundem, que me deixam sem saber muito bem como fazer para viver com um mínimo de qualidade.

O que aprendi entretanto:

• fadiga não é o mesmo que cansaço…é pior. Muito pior…

• cada um tem os seus sinais e sintomas, não há duas pessoas iguais…

• todos os dias são diferentes e a cada dia pode surgir uma coisa nova…

Assim fica difícil… Mais difícil fica quando não existem reais grupos de apoio. Onde pessoas com o mesmo diagnóstico se possam conhecer, partilhar experiências, conversar sobre isto, colocar questões, enfim…um verdadeiro grupo de APOIO. Que é tão preciso, tão importante, tão urgente! Não existe. Temos que aprender sozinhos. E não é fácil…

A minha prioridade neste momento: aprender a gerir a minha energia. Porque, sem ela, não consigo mesmo fazer nada…

{#124.242.2025}

4 de Maio de 2025. Dia da Mãe. Aquele dia que há 10 anos digo que não é meu. Ou dizia. Porque hoje, dez anos depois do primeiro Dia da Mãe sem o meu filho comigo, já aceito, em paz, que este dia seja também meu.

O Dia da Mãe em 2015 foi muito difícil. Dia de feira no Jardim da Estrela, como hoje!, onde este dia estava a ser devidamente celebrado. E onde ouvi aquelas frases que me doeram como facadas e que ainda hoje habitam a minha memória: “tu NÃO ÉS MÃE, não sabes!” e “SE UM DIA FORES MÃE, vais saber!”
Frases que doeram tanto que 10 anos depois ainda as oiço e ainda me doem! Muito!

Porque, e agora já aceito dizê-lo!, eu também SOU MÃE! Não tenho o meu filho fisicamente comigo. Mas conheço-lhe o sorriso, o som do riso, o calor do abraço.

Sou a Mãe que me foi permitido ser. E demorei 10 anos a aceitá-lo, a conseguir dizer que não tenho o meu filho fisicamente comigo, mas todos os dias o trago em mim.

Tenho que agradecer ao Feiticeiro Azul que há 9 anos insistiu que eu era Mãe. Sempre lhe disse que não. Ele chamava-me muitas vezes 4M: Menina, Miúda, Mãe, Mulher. E eu nunca soube aceitar que tinha razão.

O tempo passou. E há 2 anos veio ele. Com quem partilhei tudo o que diz respeito aos 42 dias da minha gravidez. Tudo quanto à ausência do meu filho. Tudo o que nunca contei a ninguém. E hoje…hoje ele enviou um reel a desejar-me um Feliz Dia da Mãe. E, pela primeira vez, não doeu. Não magoou. Não me fez querer chorar. Não. Fez-me sorrir!

Pela primeira vez aceito, em paz, que o Dia da Mãe também é MEU! Mãe de colo vazio. E somos tantas! Mãe de um filho sem rosto mas de quem conheço o sorriso de cor. Mãe. Apenas isso. E que é tanto! Mesmo que não possa tocar, cheirar, abraçar o meu filho, não deixo de ser MÃE!

E se agradeci pelos 4M a quem tinha que agradecer, sem dúvida que também tenho que lhe agradecer a ele! A quem contei tudo o que havia para contar. A ele que há 2 anos se mantém ao meu lado de mão dada comigo e que hoje me lembrou, e bem!, que eu sou tantas e também sou Mãe! Obrigada, meu amor! O tempo ajudou, claro que sim, mas ter partilhado contigo tudo sobre o meu filho e perceber que não te esqueceste deste meu papel…só posso dizer: obrigada!

{#123.243.2025}

Não saía de casa desde que voltei da Fisioterapia na terça feira à hora de almoço. Saí cedo, fiz o que consegui e o que o meu corpo permitiu na altura, voltei para casa e não consegui voltar a sair.

Tirando ontem, depois de ligar para a Saúde24 mais para pedir orientações do que propriamente para ouvir a frase que ficou a ressoar na minha memória: “dada a gravidade dos sintomas descritos, vamos accionar o INEM de imediato“…

Com’assim, accionar o INEM de imediato?
A verdade é que me transferiram a chamada para o INEM, “se a chamada cair pode ligar directamente para o 112, já está referenciada e eles já estão à espera do seu contacto”.
A chamada não caiu. Falei de imediato com um técnico do INEM, respondi às 1500 perguntas que me fizeram e terminaram com “a ambulância vai já para aí“. E, no meio disto tudo, a minha reacção foi só “Oi? Como assim, ambulância?”

Chegou em menos de nada. Na ambulância dos Bombeiros de Cacilhas, quartel da Costa da Caparica, dois bombeiros: o Nuno, condutor, e o Gonçalo que me acompanhou na viagem. Apenas 20 anos mas com uma preparação de fazer inveja a muita gente.
“No Garcia de Orta não estão a receber doentes, preparada para ir até Setúbal?” Na realidade, não estava preparada para nada daquilo! Mas fui. Fomos! A minha mãe, claro, sempre comigo.

Exames, observação de valores. Perimenopausa no seu melhor e mais um momento disto que me apanhou na curva e que eu ainda estou a conhecer. Falta extrema de energia, fadiga ao rubro? Quando até falar me deixava sem força? É só mais uma para o rol de coisas que ainda desconheço.

Adormecer depois da 1h da manhã e acordar hoje a pensar que deviam ser 10h e pouco, olhar para o relógio e perceber que, afinal, eram 15h35m. Se calhar o meu corpo estava mesmo muito mais esgotado do que eu pensava…

Agora? Está tudo bem. Obrigada a quem esteve desse lado. A quem perguntou e quis saber. A quem, mesmo à distância de um clique, não me largou a mão: ele.

Tinha que ir à rua hoje, claro. E a esplanada do costume era algo que não me apetecia. Por isso, fui um pouco mais longe, dar uso às pernas que doíam como se tivesse cães a morder-me a barriga das pernas.

Mas fui! Agora? É ir dormir que, para variar, já é tão tarde. E eu teimo em não aprender nada…

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Ligar para a Saúde24 porque atingi um limite…”Dado os sintomas, vamos accionar o INEM.”

Ambulância à porta. Urgência de Ginecologia? Só em Setúbal, diz-me o bombeiro. Pois…seja.

Apesar do inesperado passeio, os Bombeiros de Cacilhas do quartel da Costa da Caparica são uns queridos. Pelo menos o Gonçalo e o Nuno, os que foram destacados para esta chamada e que me acompanharam e à minha mãe até ao Hospital de Setúbal.

Nada de extraordinário depois da consulta. E ainda um longo momento de conversa com a médica que me viu. Sobre o que me levou lá e sobre isto que me apanhou na curva. Que, fiquei a saber, estão directamente ligados. Ou seja, é só mais uma coisa que faz parte. E o recado tão simples da médica: aprender a ouvir o corpo e descodificar os sinais que me dá…

Agora que a madrugada já está instalada, é hora de descansar. É preciso recuperar do dia de hoje. Que é bem possível que demore mais tempo do que gostaria…

Bem-vindos ao meu novo normal. Que de normal não tem nada…

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Completamente…perdida. Perdida por aí no meio de tudo isto que me preenche os dias ultimamente: isto que me apanhou na curva e que ainda estou a conhecer e a aprender como funciona no meu corpo, a anemia que ainda está em tratamento e que me suga toda e qualquer energia que gostava de ter e que o resto não tivesse esgotado, a fadiga e o não conseguir organizar-me para recuperar das manhãs depois de almoço mesmo que as manhãs tenham sido passadas a fazer nada…

O que me conduziu à anemia no final de Janeiro está de volta. Na altura preocupou-me, claro. O diagnóstico de anemia acabou por não ser surpresa, já o esperava depois daqueles 41 dias que começaram em Dezembro e se arrastaram de forma intensa até ao fim de Janeiro. Agora voltou tudo…agravado pela anemia que já existia. Agora sim, sinto a absoluta falta de força seja para o que for. Fisioterapia? Ontem já não consegui ir. Amanhã? Só de pensar em fazer o caminho até lá já me sinto absolutamente esgotada. Por isso, não!, amanhã não vou à Fisioterapia. Nem, novamente, ao Yoga. Simplesmente não estou em condições de nada, para nada…

Acabei por adormecer no sofá ao final da tarde. O meu corpo pedia para dormir desde o meio da manhã depois de, mais uma vez, acordar cedo. Sem despertador e sem necessidade. É feriado, já não ia à Fisioterapia e podia ter dormido um pouco mais. Mas não…

Acordar depois de adormecer no sofá é, por norma, um processo tranquilo. Hoje não foi. E não foi apenas um processo incomodativo. Foi assustador…e não duvido que não foi assustador apenas para mim. A minha mãe estava comigo. E quando eu mais precisava de estar acompanhada, por mais nada que apenas não estar sozinha, ela afastou-se. Arranjou coisas para consertar, coisas para arrumar. Que tinham que ser feitas, claro que sim. Mas não puderam esperar nem mais um segundo…

E tudo o que eu queria dizer era “Não me deixes sozinha…” mas até a minha voz não tinha força suficiente para ser ouvida…

Foi sozinha que ali fiquei, no sofá, até me reencontrar e procurar em mim mesma a serenidade que estava tão desesperadamente a precisar… Também queria ter dito o mesmo a quem está a 135km e que eu queria tanto ter perto de mim: ele. Acabei por lhe dizer mais tarde, já serena. E disse-lhe também o quanto me custa preocupá-lo quando não estou bem. Porque custa. Porque sei que fica frustrado por não poder fazer nada. Por estar longe. Por não estar aqui. E não me sinto no direito de o preocupar. Mas também não acho justo esconder-lhe o que se passa. Não é justo para nenhuma das partes…

Se estou farta desta bola de neve? Muito. Tanto! Se queria voltar ao meu antigo normal? Não há nada que quisesse mais! Porque este novo normal, que ainda estou a conhecer, é tudo menos simpático ou agradável…

Voltar ao meu antigo normal não é possível. Resta-me ir conhecendo o meu novo normal, aprender os sinais que o meu corpo transmite, descodificar as mensagens. E descansar. Que é o que eu já devia estar a fazer agora…

Amanhã? Não vou à Fisioterapia. Não vou ao Yoga. Mas vou tentar perceber se ligo ou não para a Saúde24… Tinha dado a mim mesma o prazo de segunda feira para o meu corpo entrar nos eixos. Mas admito que a questão da anemia e o regresso intenso do que a provocou me está a preocupar. Muito. Por isso, amanhã logo se vê. O mais urgente neste momento? Ir dormir…

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Dia riscado à força do calendário. Sem capacidade de ir à Fisioterapia, sem capacidade de ir ao Yoga. E, de repente, é Janeiro outra vez…

Ainda a recuperar de uma anemia que Janeiro me trouxe, ainda a repôr os níveis de ferro que Janeiro me roubou e dou por mim no mesmo cenário praticamente 4 meses depois. E com dores que dispenso, sem energia absolutamente nenhuma, sem força para nada, nem para sair do cadeirão depois do café pós almoço para aterrar no sofá…

Não, não gosto nada disto. E não me posso esquecer que o meu novo agora, o meu novo normal, é diferente do que era, requer outro cuidado, outra atenção.

Já decidi que vou dar até segunda feira para ver como corre. Se melhora. Se pára. Se não melhorar, a Saúde24 vai ter que me encaminhar, especialmente agora que estou sem médico de família. Centro de Saúde ou Hospital, é-me indiferente. Desde que tratem de mim.

Este cansaço absurdo de hoje trouxe-me a vulnerabilidade, a fragilidade e a insegurança. E, no meio disto tudo, o medo. O medo de perder o melhor que me aconteceu, que me acontece todos os dias há praticamente dois anos: ele. Não gostei, claro que não gostei!, de toda a insegurança que tomou conta de mim hoje. A fragilidade. A vulnerabilidade. Que assumi perante ele, claro. E que justifiquei com o cansaço que sinto agravado pela violenta TPM que tomou conta de mim hoje. Quando tudo o que mais queria era tê-lo aqui, ao meu lado, não a 135km de distância. Queria ter o colo dele. O abraço dele. O cheiro dele. O beijo dele. Queria só tê-lo. A ele. Aqui. Comigo. Junto a mim…a proteger-me, a acolher-me naquele abraço quentinho e protector. Não duvido que, com ele aqui, comigo, ao meu lado, ser-me-ia mais fácil repousar este corpo cansado e sem energia ou força que é o meu neste momento…

Descansar. O meu corpo precisa urgentemente de descansar. E é isso que vou fazer agora. Amanhã, feriado, não há horário para acordar. E eu vou ter que conseguir descansar…