Mais um início de semana e o que se prevê é que seja mais do mesmo, para variar. Fisioterapia, sofá, Yoga ao fim da tarde de quarta feira seguido de Yoga Nidra que é meditação guiada, e o resto do tempo é nada. Vazio. Sinto falta de me sentir útil, é um facto. Estou em condições para regressar ao trabalho? Não, não estou.
O dia hoje foi estranho. Adormeci muito tarde para acordar cedo e estar despachada a horas da chegada do transporte dos Bombeiros. A chegada ao hospital ocorreu 1 hora e 10 minutos antes da hora marcada para a fisioterapia. Deu-me tempo para passar no secretariado de neurologia para confirmar a receção do meu email de ontem à noite e fiquei a saber que a administrativa que me atendeu na sexta feira está em cima do assunto. Seja. Agora é esperar. E se, até sexta feira, não tiver qualquer resposta o que ficou combinado foi passar lá novamente.
Acredito que há bons profissionais e funcionários dedicados mesmo entre aqueles de quem toda a gente fala mal: nos funcionários públicos. Eu sei que é mais fácil apontar o que corre mal e os profissionais que se destacam pela negativa. Mas também sei que há os que se destacam pela positiva. Tenho um desses exemplos cá em casa, embora já reformada há quase 14 anos: a minha Mãe.
Mais um dia de fisioterapia, agora com os estagiários novos que ainda não se sentem à vontade com quem não conhecem: eu. Vamos dar tempo ao tempo. Eu tinha prescrição para 12 sessões, terei a última prevista esta quarta feira, mas já sei que será para continuar. Por isso, vamos dar tempo ao tempo, dar tempo aos rapazes para se integrarem e se habituarem.
Depois do regresso a casa, a necessidade urgente de ir até à esplanada. Desde manhã que a cabeça queria estar em todo o lado menos em casa. Até na fisioterapia me custou estar. Cheguei lá como saí daqui: com vontade de chorar.
Depois do café na esplanada, voltei para casa para enroscar e aninhar no sofá e adormecer quase de imediato. Duas horas ali. Quentinha, confortável, e a desligar-me do que me pesa.
Passa das 22h20m e a vontade continua a mesma: chorar. Não consigo explicar o porquê, mas é assim que me sinto. Falta-me um colo físico para deitar a cabeça e deixar-me ficar o tempo que eu precisar enquanto me mexem no cabelo. Tenho esse colo à distância de um clique, eu sei que sim. Mas falta-me esse mesmo colo à distância de um toque de pele com pele.
Não falta muito e vou enroscar e aninhar na minha cama. Pode ser só sono. Pode ser que passe. Logo se vê como será amanhã. Já sei que estarei sozinha a tarde toda. Por isso logo se vê…
Agora? É descansar. Porque se há coisa que isto me trouxe, seja lá isto o que for, foi a fadiga, o cansaço constante. E por isso durmo tanto e adormeço depois do almoço ou quando regresso da fisioterapia.
Por isso, dou o dia por terminado por hoje. Amanhã? É um novo dia, provavelmente igual a tantos outros para trás e até, eventualmente, para a frente. Por isso, boa noite para quem fica.