Daily Archives: 11/02/2015

#day177

Hoje é daqueles dias {noites?} em que a única coisa que queria era sair para beber um café com alguém disponível para me ouvir. Apenas isso: ouvir. E que, eventualmente, me emprestasse um ombro. E me aconchegasse num abraço. Apertado. Sincero.

Hoje é um daqueles dias estranhos. Não sendo um dia mau, não é um bom dia. Cheio de altos e baixos. Altos que me aconchegam por se traduzirem em entrega de algo que saiu das minhas mãos. E isso, essas coisas que saem das minhas mãos, cada vez me aconchegam mais.

Baixos por ser dia de remexer em feridas. Novas. Recentes, mas feridas ainda assim. E, ao remexer nessas feridas, perceber que chegou a altura de eliminar as reticências e passar ao ponto final.

…e por muito que repita para mim mesma que não, não me afectou, a verdade é exactamente o oposto.

Os pontos finais doem. Mais que as reticências. Especialmente quando, para serem colocados, se vomitam palavras sem filtros. Sem filtros mas sem pedras. Apenas com aquilo que pesa cá dentro e que, descobri hoje, afinal dói.

Mas, mesmo não sendo um bom dia, mesmo não sendo um happy day, contabilizo-o. Obrigando-me assim a manter este momento de parar e reflectir. Porque continua a fazer parte do meu processo que agora são vários. Porque apostei, confiei e caí e também disso é preciso recuperar. Um dia de cada vez.

E cada vez mais preciso deste momento de parar e reflectir para não me perder novamente e para me recordar que cada dia conta. E que não quero optar pelo caminho mais fácil que é deixar-me ficar naquele lugar escuro onde estive demasiado tempo no Verão passado e que visito de vez em quando.

Hoje é uma daquelas noites em que a única coisa que precisava era de um colo. Para deitar a cabeça e poder chorar o que dói colocar pontos finais.

E todos os dias, mesmo os maus, têm sempre algo de bom.10403320_10152818412838800_2968998072815484647_n