Sair de casa assim, com Ela ali, onde por norma o Sol se põe. Ao mesmo tempo que, do outro lado, onde habitualmente Ela, a Lua, aparece, o Sol nascia.
Ainda não era dia. Já não era noite. Era aquele momento em que Eles se encontram para um olá e até já.
Gosto demasiado destes momentos. Que para tantos não fazem sentido. Mas que também só precisam de fazer sentido para mim.
Deixar o campo rumo ao coração da cidade. Regressar ao Jardim, aquele Jardim, o meu Jardim.
Dia azul. Dia de Sol. Dia de calor. Do Sol e das {minhas} pessoas.
Regressar a casa já tarde, muito tarde, regressar a uma espécie de campo perto do Mar. E ouvir, à chegada, o “meu” burro Gaiato. Como num cumprimento.
Regressar a casa, a minha casa, depois de tantos dias longe. E ser recebida com turras, miados, pedidos de colo num ronronar incessante. Saudades, dizem. Sentiu-me a falta. Sente sempre. E eu dela.
Podia terminar por aqui e ir descansar de um dia azul de Sol e de Lua. De Lua que, também ela, me recebeu no regresso a casa. E que mais uma vez me confirmou que está sempre lá.
Mas há ainda hoje trabalho para amanhã. Terei tempo para descansar quando for tempo disso.