Dia do Pai.
Dia de pensar nos Pais que o são sabendo sê-lo. Nos Pais que o são não sendo. Nos Pais que não o são sendo.
Demorei a encaixar que, não tendo – de todo – o melhor pai do mundo, também com ele acabei por aprender.
Aprendi o que quero. Mas sobretudo o que, definitivamente, não quero. O que sou, o que não sou, o que quero ser, sobretudo o que e quem não quero ser.
Sempre torci o nariz às publicações do dia do Pai. Porque há muito tempo que deixei de olhar para este dia como também sendo para mim.
Mas hoje…hoje encaixo, aceito e digo serenamente: obrigada, pai, por me ensinares a ser quem e como sou. Não que tenhas alguma vez feito um esforço para me ensinares directamente a ser a pessoa que sou. Mas a distância também nos ensina. Muitas vezes à força.
E dou também por mim a pensar nos Pais que, sendo-o e sabendo sê-lo, têm consigo o bem mais precioso de todos, aquilo que os faz ser Pais.
E dou por mim também a pensar nos Pais que, não o sendo, sabem sê-lo mesmo não tendo por perto quem os faz Pais. E não o são por vários motivos. Ou porque não os deixam ser. Ou porque não podia ser. Ou porque não era para ser.
Hoje é dia do Pai.
Mas também é dia de todas as Mães que também são Pais. Como a minha.
Que tenha sido um dia feliz para todos.