Um dia.
Um dia deixo de pensar e de me preocupar com quem já não está. Já o devia ter feito? Já. Mas, por dentro, existe ainda aquela vontade de encontros inesperados porque a distância é curta e tudo é possível.
Por outro lado, não. Não quero. Quero, sim, deixar de pensar e soltar-me. Libertar-me do que já foi e que, se calhar, não era para ter sido. Ou era e por isso foi. E foi quando e como foi.
Um dia.
Um dia aprendo a ver os sinais. Aprendo o seu significado. Aprendo a comunicar com eles e através deles.
Porque os sinais, esses, estão por todo o lado. Mas nem sempre os quero ver. E é se calhar por isso que agora não os sei ler.
Um dia.
Um dia deixo de fugir. De mim mesma. Do que sei que sou e que, talvez por medo, tenha bloqueado há tanto tempo. Há demasiado tempo.
Um dia. Um dia tudo isto. Não hoje. Não ainda. Não já.