Ainda que o dia amanheça cinzento, pára. Procura a cor. Ela está lá sempre.
Ainda que um dia não sejamos mais que impressões desgastadas pelo Tempo num pedaço de papel, pára. Vive o momento. O aqui e agora. Ainda te lembras?
Vive a cor, as cores. Respira o som que a música te traz. Escreve, mesmo que no éter, as palavras que te fazem sentido. Que te fazem sentir. Escreve todos os dias. Mesmo que o que escreves seja só para ti. Mesmo que o que escreves seja para outro que não tu e não seja lido. Mesmo que te leiam sem saberem do que tratas. Mesmo que saibam e não te leiam. Escreve. Todos os dias.
Postais ilustrados, enviados ou por enviar, enviados e não recebidos, recebidos sem terem sido enviados. Escreve. No éter, no papel, na pele, no sorriso. Escreve todos os dias. Com o olhar, com o sorriso, com a voz que mais ninguém ouve palavras que mais ninguém lê.
Dá cor às palavras. Junta palavras à cor. Escreve. Pinta. Ainda que o dia amanheça cinzento. Ainda que um dia não sejamos mais que uma impressão desgastada pelo Tempo num pedaço de papel.
Pára. Vive. Escreve. Pinta. Sê. Com sentido. Com sentir.