Tanto que era desnecessário quando o que importa verdadeiramente são eles.
Ser recebida com um salto para o colo agarrado ao pescoço. Dizer-me que “nada disso tia, tu não és chata”. Brincarmos os dois com a mesma idade, a dele. Ali a poucos dias dos seis anos. Como assim, seis anos? Onde está aquele bebé bochechudo que ainda ontem nasceu? Já não é bochechudo, mas será sempre um dos meus bebés.
Está crescido. Já sabe tanta coisa. Conversa como menino crescido. Faz patetices típicas da idade. Está alto. Pernas compridas e fininhas. Mãos de quem gosta de desenhar e aprender a fazer coisas.
Conversa com o irmão ao telefone, ri-se das aventuras que o mais pequeno lhe conta. Diz-lhe quem está cá hoje e ri com gosto com a reacção de gritinhos agudos, estridentes, de satisfação do outro lado da linha e vai-se embora a rir depois de passar o telefone.
O Meu Um que me diz, com ar de reprovação “nada disso, tia, tu não és chata”.
O Meu Dois que ri esganiçado e dá gritinhos agudos, estridentes, de satisfação e diz muito alto que quer vir para cá já, terminando a conversa não com os beijinhos já não tão habituais mas a dizer-me “és tão fofinha, tia”.
Tanto que era desnecessário quando o que importa verdadeiramente são eles.