#day181 out of 365plus1

O primeiro passo é sempre o mais difícil. O desequilíbrio, a insegurança do caminho que não se conhece, a vertigem. Há caminhos mais fáceis, mais simples, em solo já conhecido e inúmeras vezes percorrido. De tal forma conhecidos que já se sabe que andam em círculo, que já se conhecem as inclinações e os ritmos e os ciclos. Já se sabe exactamente onde e como se pode, e vai, tropeçar.
Seria mais fácil manter-me nesse caminho sobejamente conhecido. Seria mais simples poder prever com exactidão todos os tropeções e as inevitáveis quedas. Mas nunca sairia do mesmo.

Tomar decisões é fácil. Difícil é enfrentá-las, assumi-las e concretizá-las. E o primeiro passo, enfrentá-las, é o mais difícil.

Não sei o que este novo caminho me trará. Sei, sim, que não será um caminho para continuar a andar em círculo sem nunca chegar a lado algum.

Vou sentir falta das inclinações habituais, das armadilhas já tão conhecidas e onde, mesmo assim, tropecei e caí sempre. Vou sentir falta, claro que vou. Porque é um caminho que, apesar de saber que não iria dar a lado nenhum, gosto por ser como é. Não é um gostar por habituação. É um gostar porque sim, porque gosto, porque se gosta, mais do que alguma vez imaginei gostar. Mais, se calhar, do que devia. E não gosto exactamente do caminho em si, do círculo vicioso. Gosto do que me levou a percorrê-lo tantas vezes, por tanto tempo.

Claro que vou sentir falta. Muita. Já sinto. E é também por isso que dar aquele primeiro passo demorou tanto tempo.

O primeiro passo é sempre o mais difícil. Mas, e porque preciso de seguir um novo caminho, agora que foi dado não posso recuar.

Por mim. Hoje tão apenas e só por mim. Eu, hoje, em primeiro lugar. Finalmente.

image

{comentários}

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.