A cor que vem e vai. A passos. Devagar.
“Nada precisa de mudar” e afinal tudo mudou mas “o Sol continua a nascer todos os dias, ou não?” mas tudo mudou.
Um dia talvez a cor volte e se mantenha por mais tempo. Até um novo período a preto, branco e tons de cinzento. O cinzento também é cor, mas é vazia.
“Tu és instável” define uma parte do que sou. Mas sim, sou. Sei-o. E tento lidar com isso. Agora, mais do que apenas tentar lidar, quero aprender a viver com estes processos de instabilidade, tantos deles químicos que a ciência, melhor que eu, sabe explicar.
Não retiro a minha parte da responsabilidade da perda de cor, mas vou aprendendo que há processos que não posso controlar se não os conhecer a todos, processos internos, físicos, químicos. Neurotransmissores, dizem-me. E outros tantos.
A cor talvez volte um dia para permanecer mais tempo. Até lá fico com o desejo que tanto tenho repetido nos últimos dias: “não queria ser assim, queria ser melhor do que isto”. Mas esta, infelizmente, sou eu. Assim. Instável.