Daily Archives: 07/09/2017

{#página250}

“Aqui podes estar como quiseres. Aqui é como se nos despíssemos sem necessidade de erguer defesas. Mas tu continuas à defesa.”

Depois de hoje, pouco ou nada de novo há a contar. Baixo a guarda todas as semanas, mas não deixo de ter a armadura vestida. Mesmo que dispa ali todos os meus segredos, todas as minhas histórias.

Ali estou, de facto, como quiser. Calada ou em lágrimas, em pé ou descalça, em silêncio ou perdida de riso. Mas sempre à defesa.

Ali, digo a mim mesma tantas vezes, é para confiar. Porque é ali que hei-de resolver tanta coisa em mim. Mas não consigo deixar totalmente a armadura à porta.

Porquê? Porque, diz-me ele, estou a projectar experiências negativas. Porque, digo-lhe eu, tenho medo de, novamente, sair magoada.

Quantas vezes já me despi, mesmo que não completamente como ali, para logo de seguida me magoar?

Jogo à defesa. Prefiro a indiferença à entrega. Já entreguei demasiado para demasiado retorno zero.

Ali é como se nos despíssemos. Mas eu mantenho a armadura.