Monthly Archives: November 2017

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Das coisas que sabem bem: rever amigos, ser recebida com abraços e no final ouvir “gostei mesmo muito de te ver”.

Por outro lado, tenho saudades das feiras. Especialmente nesta época do ano. Não fazendo feiras há 14 meses, fiz amigos em 11 anos de feiras. E isso ninguém me tira.

É bom saber que gostam de nós.

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Cá em casa, já se sabe, não há árvore de Natal. Há muitos anos que é assim. Tantos que já passou a ser normal.

Às vezes tenho vontade de ter árvore de Natal. E hoje dei por mim a olhar para decorações de Natal e a pensar que gostava de voltar a decorar uma árvore de Natal.

Não vai acontecer. Mas este ano, ao contrário de anteriores em que não havia sequer vontade de ter Natal quanto mais árvore, este ano não há árvore de Natal apenas por ser incompatível com uma gata de 4 meses.

Quem sabe para o ano. Ou, quem sabe, alguém queira ajuda para decorar uma árvore de Natal.

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Ainda a vontade de verbalizar. De encher os dias de outras cores.

Ainda o medo, o receio. A cautela.

Não verbalizo. Mas também não o nego. Nem negarei se questionada.

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Apetece-me dizer coisas. Verbalizar. Constatar o que já é um facto. Não o faço. Não o vou fazer. Mas a vontade é grande e cresce todos os dias um pouco mais.

Volto a rotinas de mexer onde dói para que deixe de doer. Continuo a fazê-lo de outra forma para outros pontos que ainda doem.

E a vontade de verbalizar é tanta… Mas não o vou fazer. Guardo para mim. Talvez um dia…

Voltemos às rotinas de cura. Mantenha-se o rumo. Tudo a seu tempo. Tudo no seu tempo. E quem sabe um dia seja tempo de verbalizar.

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Devagar, sem pressa. O ar já entra e sai quase sem dificuldade.

Também agora um dia atrás do outro atrás do um. Sem pressa. Mesmo que não seja nada disto que tenha pensado para as minhas férias.

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Acordar cedo para o ar que não entra. Não entra nem sai. O ar que me foge.

Voltar às pulseiras amarelas e ficar por lá horas que demoram a passar. Cateter, injecção, análises, aerossóis, radiografia, mais aerossóis.

O ar que voltou por momentos.

Infecção respiratória. “Se a febre aparecer volte logo cá.” Até agora nada de febre, mas um calor desmedido e fora de tempo.

De resto? Podia ser pior. Tratada, medicada, vai passar. As férias? Logo se vê o que faço delas. Afinal, são 2 semanas. Espera-se melhorias muito em breve.

Até lá? Vou respirando sem pressa. Com tantas ideias do que gostaria mesmo sabendo que algumas não são possíveis, com poucos planos que não sei se cheguei a fazer e que dificilmente se poderão realizar, com vontade de dias de 72 horas para poder chegar a tudo o que queria.

Prefiro respirar, sem esforço e sem pressa. O resto? Logo se vê. Primeiro preciso de ficar bem.

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De férias desde as 18h. De cama há 2 dias…

Não tendo programado muita coisa para as férias, não era nada disto que tinha em mente.

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As mãos que não sabem estar quietas e qualquer pedaço de papel serve para rabiscar. E é bom perceber que rabiscam apenas por não saberem estar quietas em vez de se ocuparem para ocupar a cabeça.

Que continuem assim, irrequietas e não inquietas. Um dia atrás do outro atrás do um. Sem pressa. Mas com um sorrisinho ao canto da boca.

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“E se perder vou tentar esquecer-me de vez Conto até três se quiser ser feliz”

The Gift . Primavera

1.

2.

3.

…contamos…?

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25 anos depois, recordar Lei, Promessa, Princípios e aventuras. A Divisa, essa, nunca foi esquecida.

“Sempre Alerta”.

E foi tão bom.

Obrigada pela viagem.

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Parar e olhar para cima. Há jacarandás em flor em Novembro.

Ainda bem que um dia decidi tirar os olhos do chão.

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“Tu és uma pessoa muito bonita por dentro. E quem não quiser conhecer isso só fica a perder.”

Não faço parte do rebanho, sou como sou apenas. Com todos os lados bons e maus que tenho e que fazem de mim quem e o que sou.

Dar-me a conhecer. Tento fazê-lo da melhor forma que sei. Talvez não seja a melhor, mas é o que consigo.

Sei que “sem stress”, e que “está tudo bem”, mas atrapalho-me a mim mesma querendo simplificar.

“Tu és uma pessoa divertida. Estou a afirmar, não estou a questionar!”

E eu, claro, rio-me. Porque sem jeito, porque palhacinha tantas vezes, porque tão pouco autoconfiante.

Baixo as expectativas e tento mantê-las rasteiras. E vem o receio. Porque nunca consigo controlá-las e elas aumentam um pouco mais a cada dia. Porque vão chegando sinais, dicas, mensagens. E depois páram. Só para voltarem logo a seguir.

…é todo um processo que desconheço e que só agora começo a aprender. Com a sensação que sim, é possível estar lá um ponto luminoso mesmo sem perceber se também cá está.

Nada disto parece fazer sentido, exposto assim. Mas assim fica para memória futura. Porque só o não está garantido e se assim for…”está tudo bem”.

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É interessante perceber que tudo são ciclos, que há coisas que se repetem sempre na mesma altura.

Como agora, há dois anos, há três anos.

Podem ter poucos pontos em comum, talvez apenas o frio do Outono que finalmente se instalou. Mas não deixa de ser curioso cruzar calendários e descobrir semelhanças.

Não têm que ser iguais em tudo. Nem é desejável que há 3 anos se repita, para esse peditório já dei e não volto lá. Já de há 2 anos há tanta coisa para ser diferente mantendo alguns pontos comuns. Do momento actual só me apetece não mexer para não estragar. Mesmo sentindo que tem potencial para melhorar.

É interessante perceber os ciclos. Ou então são apenas coincidências de Outono.

O que for.

Será.

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Tanto ainda por descobrir. Percebo que eu mesma tenho que descobrir tanta coisa sobre mim. Saberei ser diferente? Ser melhor? Ser suficiente, até?

Desconfio que não.

Por outro lado olho para trás e vejo que num ou noutro momento soube ser tudo o que acho hoje que não sou ou não sei ser. Interessante, por exemplo. Serei? Desconfio que não. Mas também estou habituada a que tudo se desenrole de outra forma. Talvez por isso agora me sinta derrotada quando o jogo ainda agora começou.

Não sei. Não sei mesmo nada. Sei que o meu cérebro sabe exagerar e toldar alguns pensamentos. Sabe ser extremado e baralhar-me e deixar-me na dúvida sobre tudo.

“Tudo o que sentes é real”, diz-me ele. E eu duvido que o seja realmente porque, afinal, é o meu cérebro cicatrizado que me fala e reage e me faz ser diferente. Gostar muito, gostar demasiado, não sei se sou eu ou as cicatrizes. Sei, sim, que tenho tanto para descobrir. E, pior que tudo, tenho tanto para permitir que descubram. Mesmo duvidando que esse tanto que eu sou seja sequer suficiente.

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“É importante reconheceres a sintomatologia para poderes agir.”

Reconheço-a toda… Não sei como agir com o que reconheço a não ser dar tempo ao Tempo. Talvez seja mesmo o melhor caminho. Mas até lá sinto tudo o que quero e o que não quero.

E os filmes na minha cabeça vão crescendo. Para o bom e para o mau.