Monthly Archives: February 2018

{#59.307}

Desconstruir uma construção. Distorcer uma distorção. É tudo uma questão de perspectiva. Mas foram 40 anos com uma imagem errada.

É preciso trabalhar numa nova percepção. Antes que tenham passado novamente 20 anos.

{#58.308}

Melhor do que abrir a caixa de correio para tirar de lá mais um postal, só mesmo recebê-lo das mãos do carteiro.

{#57.309}

Começo a achar que já sei de onde vem o meu gosto por chapéus.

Parabéns, Mãe. E obrigada. Por tudo.

E desculpa… Por tudo também…

{#55.311}

Remexer no baú e redescobrir-me.

Distorção cognitiva que tem que ser trabalhada. Para reconstruir toda uma imagem que se destruiu no tempo. E hoje olho para trás e reconheço o que desconhecia na altura. Mas não consigo fazer o mesmo para o presente.

Distorção cognitiva. Ou como a imagem de mim mesma pode ser distante da realidade.

{#54.312}

Entre luz e sombra, escolho luz. Mesmo que muitas vezes me refugie na sombra. Mas não é isso que quero. É luz que procuro. Com ou sem entraves, com ou sem possibilidades, com ou sem agenda.

Para tudo se dá um jeito. Também aqui hei-de o dar.

{#53.313}

Mais um ciclo que se encerra. A fisioterapia não deu todos os resultados que se procuravam, mas deu para perceber melhor os meus limites. E só isso já é positivo.

Agora o importante é fortalecer ligamentos e tendões e acreditar que as dores vão acalmar. Conviver com a dor já é um hábito. Agora resta-me aprender a contorná-la.

{#52.314}

Copo meio cheio, sempre. Mas sempre com noção da percentagem certa também.

Não é pessimismo. É experiência. É ter uma noção algo distorcida do que é e do que pode ser. E o seu contrário.

Mas não sou pessimista. Embora muitas vezes possa parecer que sim.

{#50.316}

Da fé. Acho que não tenho nenhuma que não o Amor. Mas às vezes acho que me falta algo por não a ter. Gostava, também, de conseguir perceber melhor o que a fé faz mover. As pessoas e como e porque se movem na fé. Com fé.

Não acredito em penitências, e terá sido talvez por isso que me afastei dos ensinamentos que tive. Gostava de entender. Mas até agora ninguém me soube explicar. Ou não quis, talvez por me achar demasiado crítica quando na realidade a minha questão é simples: é entender.

Ou será conhecer? Talvez seja conhecer mais, conhecer melhor. Sim. Será isso. Conhecer mais, conhecer melhor. E então entender.

Gostava de ter fé. Acredito que seja importante para quem a tem ao ponto de salvar alguém. Mas não tenho fé a não ser no Amor.

Dizem que fé é amor. É possível. E nisso eu acredito. No amor entre duas pessoas, no amor pelo outro, no amor pelo Todo.

Se calhar acabo mesmo por ter fé. Mas continuo a não acreditar em penitências. Se calhar tenho, de facto, fé. Mas continuo a sentir que me falta algo para completar isto em que acredito.

E não sei o que é. Apenas sei que me falta.

{#47.319}

Há corredores que parecem intermináveis. Vamos andando sempre com a sensação de nunca mais chegarmos ao destino. Passamos por portas, entradas e saídas, cruzamo-nos com outros corredores igualmente intermináveis e continuamos o caminho sempre com a sensação de nunca mais…

Quem diz corredores diz percursos e caminhos pessoais. São tantos obstáculos como portas, janelas, entradas e saídas, outros corredores e a sensação de que não chegamos lá. Mas, ao contrário dos corredores de hospitais que já sabemos onde fica esse lá, nos caminhos pessoais esse lá é indefinido e em permanente mutação. Parece que estamos prestes a chegar e de repente afinal não é ali. E o corredor alonga-se mais um bocado. Vão-nos valendo as janelas, as portas, as entradas que abraçamos e as saídas que sabemos que não queremos, os cruzamentos com outros corredores que nos relembram que não somos os únicos a caminhar.

O nosso corredor, como todos os corredores pessoais, é extenso e parece ser interminável. E é-o, de facto. Mas mesmo interminável um dia chegamos lá, seja esse lá o que e onde for.

O melhor dos corredores? É quando alguém entra no nosso corredor e prefere caminhar connosco, construindo um novo caminho, num corredor único e a passo conjunto. Um corredor único, não paralelo. Porque, já sabemos, linhas paralelas nunca se cruzam nem tão pouco se tocam.

Há corredores que parecem intermináveis. E há o nosso corredor. Aquele que nos leva lá, seja lá onde for.

E eu sinto e acredito que o meu corredor está a levar-me lá. E está aberto a quem queira percorrer um caminho em conjunto. Porque já chega de caminhar sozinha quando é possível caminhar a dois, ainda que por vezes também haja neblina nos corredores.

Há corredores que parecem intermináveis. Com obstáculos, portas, janelas, entradas e saídas, cruzamento com outros corredores.

E eu vou seguindo o meu caminho.

{#46.320}

Novas memórias. Preciso de criar novas memórias. E, podendo escolher, que sejam das boas.

“Deixa-te surpreender…”

Deixo. Mas preciso de novas memórias.

{#45.321}

De guardar, sempre, as pequenas coisas que me fazem parar e voltar atrás. Mesmo que só eu as entenda.

{#44.322}

Inquieta. Não num sentido pesado ou negativo. Inquieta com vontade de fazer coisas. Coisas que me façam sentido, que me façam sentir. Coisas diferentes que marquem os dias de forma positiva e não apenas neutra.

Inquieta por querer fazer diferente. Todos os dias iguais cansam demasiado e desmotivam. Desalentam. Já não sei até que ponto é verdade quando digo que gosto do que faço. Gosto mesmo ou apenas repeti para mim mesma que sim até me convencer?

Custa-me entender que se possa passar uma vida inteira a fazer sempre o mesmo. São rotinas, eu sei. Mas nunca me identifiquei com a rotina.

É urgente encontrar um complemento à rotina. Algo que me faça sentido, que me faça sentir. Ou estarei sempre inquieta para fazer diferente.

Nunca me encaixei na norma, por isso não me encaixo na rotina. Por isso fico inquieta por não saber o caminho a seguir.

{#41.325}

Sábado de Carnaval a duas, eu e ela. Ambas a tentar escapar ao frio.

Não me canso de repetir: falta muito para a Primavera? Apetece-me deixar as mantas de lado e ser mais do que isto.

{#40.326}

Não gosto de fazer planos, mas pedem-me que comece a programar os meses lá mais para a frente. Como é que se sabe hoje o que se vai querer fazer daqui a 6 meses?

Por outro lado, sei que gostaria que esse tempo fosse tranquilo, mais do que há 6 meses. E quero acreditar que vai ser.