Daily Archives: 16/02/2018

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Há corredores que parecem intermináveis. Vamos andando sempre com a sensação de nunca mais chegarmos ao destino. Passamos por portas, entradas e saídas, cruzamo-nos com outros corredores igualmente intermináveis e continuamos o caminho sempre com a sensação de nunca mais…

Quem diz corredores diz percursos e caminhos pessoais. São tantos obstáculos como portas, janelas, entradas e saídas, outros corredores e a sensação de que não chegamos lá. Mas, ao contrário dos corredores de hospitais que já sabemos onde fica esse lá, nos caminhos pessoais esse lá é indefinido e em permanente mutação. Parece que estamos prestes a chegar e de repente afinal não é ali. E o corredor alonga-se mais um bocado. Vão-nos valendo as janelas, as portas, as entradas que abraçamos e as saídas que sabemos que não queremos, os cruzamentos com outros corredores que nos relembram que não somos os únicos a caminhar.

O nosso corredor, como todos os corredores pessoais, é extenso e parece ser interminável. E é-o, de facto. Mas mesmo interminável um dia chegamos lá, seja esse lá o que e onde for.

O melhor dos corredores? É quando alguém entra no nosso corredor e prefere caminhar connosco, construindo um novo caminho, num corredor único e a passo conjunto. Um corredor único, não paralelo. Porque, já sabemos, linhas paralelas nunca se cruzam nem tão pouco se tocam.

Há corredores que parecem intermináveis. E há o nosso corredor. Aquele que nos leva lá, seja lá onde for.

E eu sinto e acredito que o meu corredor está a levar-me lá. E está aberto a quem queira percorrer um caminho em conjunto. Porque já chega de caminhar sozinha quando é possível caminhar a dois, ainda que por vezes também haja neblina nos corredores.

Há corredores que parecem intermináveis. Com obstáculos, portas, janelas, entradas e saídas, cruzamento com outros corredores.

E eu vou seguindo o meu caminho.