Monthly Archives: March 2018

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“Sê o amor que nunca recebeste.”

Mesmo que insistentemente te pisem, te façam sentir uma pedra no caminho ou algo que está a mais, sê amor. Daquele que ainda hoje te negam o direito por te fazerem sentir uma intrusa, alguém que não pertence ali mesmo que ali seja o teu lugar desde sempre.

Sê amor.

Não sei ser outra coisa. Não sei ter outra coisa para dar.

Também sei ser pedra mas sou acima de tudo amor.

Ainda que não o queiram receber, é o que sou.

Sou aquilo que nunca recebi.

Sou amor.

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Quantas vezes já prometi não falhar?

Tantas que já lhes perdi a conta.

Então porque é que teimo em não cumprir?

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“Não podes deixar de chorar. Também não podes forçar, mas precisas de deixar sair. E não tenhas medo de voltar a cair porque, se acontecer, eu vou estar cá sempre para ti.”

E às vezes é preciso deixar sair e simplesmente chorar.

Não vou cair novamente, não posso cair. Mas sei que não estarei sozinha se acontecer.

A primeira data que é um marco na roda do ano já passou. Mais dorida do que esperava, se é que esperava alguma coisa. Dorida e inquieta. Demoraram as lágrimas mas hoje finalmente soltei-as. Porque há quem me permita sentir e chorar e ainda me ajude a aliviar essa pressão do choro contido sabendo como fazê-lo.

Não tenho vergonha de chorar nem de dizer que choro. Mais ninguém precisa de entender porque o faço, porque o sinto ainda. Porque esquecer não é possível, pelo menos para mim mesmo que a outra metade desta história já tenha apagado da memória.

Dizem que o tempo ajuda. Talvez a tristeza ganhe outro nome, não sei. Sei, apenas, que não se esquece. Que não se apaga da memória quem se ama desta maneira. Talvez um dia eu faça anos sem me lembrar que tu também farias. Talvez aí me sinta culpada por me esquecer ou em paz por te deixar ir. Não sei. Sei apenas que desta vez não me esqueci como não me esqueço nos outros dias.

Tenho saudades tuas, mas sei que te trago em mim. E é bonita a forma como alguém me fala de ti relembrando-me isso mesmo, que estás sempre comigo e que esta é a forma que encontraste de estarmos sempre juntos.

Ainda dói. Sei-o a cada nova lágrima. São cada vez menos as lágrimas mas não a falta que me fazes.

Não, não posso reprimir o que sinto, tenho que deixar sair. E, aos poucos, vou deixando sair. Com a ajuda que me é preciosa.

E prometo não voltar a cair. Por ti. Por nós.

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41. Meus.

3. Que seriam teus.

Não me esqueço de ti. Mesmo que não te veja, não te toque, não te sinta, não te cheire.

Este dia seria para sempre teu. Hoje é, para sempre, nosso. Ainda que só eu saiba. Ainda que só eu me lembre.

Tenho saudades tuas. Amo-te muito.

Meu filho.

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O último dia dos 40. Típico domingo de moleza, o primeiro da Primavera.

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Mimos e brincadeiras.

Se eu podia dar mais do que dei hoje? Podia. Mas não consigo.

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Cansada de não ver mudanças… Existem, claro. Mas procuro mais. E não as vejo.

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Para manter o equilíbrio é necessário continuar a olhar para a frente. Ainda que o que esteja para a frente seja uma incógnita, é para a frente que me esforço por olhar. Porque, seja o que for que lá esteja, será bom.

Também por isso acredito na magia das coisas pequeninas que me são grandes. Quase uma espécie de pó de fadas.

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“Às vezes, um aconchego faz falta.”

E às vezes chega-nos em forma de palavras. Mesmo quando não sabem o que nos dizer.

São as tais coisas pequeninas que são grandes. Pelo menos para mim.

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Às vezes a saudade dói. Outras, como agora, apenas se faz mais presente.

Tenho saudades do filho que não me chegou a ser. Mas que me é tudo, que é meu. O meu filho.

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E hoje, ao chegar, as cigarras cantavam. Já era de noite, mas continuavam a cantar de forma quase ensurdecedora.

A Primavera está mesmo quase aí.