A ansiedade não mata. Mas mói. Quando acompanhada por um descontrolo hormonal que torna o ritmo cardíaco em algo irregular, é uma mistura explosiva para aumentar o desconforto.
Dá vontade de chorar. Sem motivo que não o facto de estar farta de ser controlada pela hormona em défice e a ansiedade em excesso.
Dá vontade de vomitar pelo mesmo motivo.
E é também o mesmo motivo que dá vontade de ficar fechada em casa, longe de tudo e todos.
Recorrer a urgência hospitalar é o limite. E as salas de espera dos hospitais são dos locais mais solitários que existem. Assim como a ansiedade que não sendo um lugar é algo extremamente solitário. É um processo passado a sós. Quem está por dentro entende a generalidade dos sintomas mas não as causas. E quem está por fora desconhece tudo o que esta realidade comporta.
Apetece-me chorar. Apetece-me vomitar o jantar que entrou a tanto custo. Apetece-me esconder do Mundo e ficar só eu, em casa, no meu quarto, na minha cama.
Sair de casa é uma tormenta. Seja para ir trabalhar, seja para ir só ao café. É sair da zona de conforto. É sair para onde estou exposta. A tudo.
Quero, mas não posso, ficar sossegada no meu canto enquanto tudo isto que somatizo se resolve. Até a ansiedade abrandar, até a hormona sintética fazer efeito.
Estou cansada. De não conseguir ser mais e melhor que isto.
Tão cansada disto tudo…
Até quando vou ter que lidar com a ansiedade?