Foi há 5 anos que deixou de acontecer só aos outros. Os outros passámos a ser nós…
Tanta coisa que aconteceu e no entanto está tudo na mesma. Na mesma não. É impossível estar na mesma. Mas parece que foi ontem, mesmo à distância de há 5 anos.
Como assim, 5 anos?
Ainda dói relembrar tudo. Mas também dói o que ficou depois de tudo.
E eu achava que este dia há 5 anos me tinha ensinado que não há tempo para perder Tempo. E ensinou, de facto. Mas tenho-me esquecido disso ultimamente e tenho deixado andar. Não posso. Porque 5 anos passam como se fossem 5 dias e eu ando aqui a queimar o que não tenho: Tempo.
5 anos. Ficou um vazio. De quem já não está e, também, de quem já não é quem era.
Não, não posso esquecer o que aprendi à força. À força do mal, da falta de Amor. É tudo Tempo. Contado ao segundo. E eu sinto que o meu se está a esgotar e eu sem o agarrar.
Não posso deixar esgotar o tempo que tenho. Que é pouco, para não dizer que é nenhum. Porque, lembro-me bem, o amanhã não está garantido.
5 anos. Foi há 5 minutos. Tanto tempo, Tempo nenhum.
E tanto que aconteceu nestes 5 anos e tanto que está na mesma no que se perdeu.
Chega. Não vou perder mais Tempo.