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Há 5 anos a esta hora começava a queda que dei que quase me derrubou nos anos seguintes. Há 5 anos a esta hora informava da minha gravidez.
Há 5 anos a esta hora chorava como nunca tinha chorado antes.

5 anos depois, ainda me lembro de tudo o que foi dito (e como foi dito) e do que senti. Ainda me lembro onde estava, como estava. Onde foi e como foi.

Começava o pesadelo há 5 anos a esta hora.5 anos depois muita coisa aconteceu. Fui onde nunca tinha ido no carrossel comboio fantasma montanha russa que não precisa de moedas chamado Depressão. Conheci em mim coisas que não fazia ideia serem possíveis, e não foram coisas boas.

Mas 5 anos depois consigo dizer que sobrevivi ao pior que já vivi. Não sei dizer se já estou em paz com o que se passou, sei apenas que com muita ajuda e muito trabalho interno hoje estou serena.

Chorei muito nestes 5 anos. Mas já não choro há tanto tempo que já não sei quanto tempo se passou desde a última vez que chorei.

O meu caminho ainda não terminou. A luta é constante, permanente. E por muito que tantas vezes diga que estou cansada de lutar, não vou desistir. Muito menos agora, que estou o melhor que já estive nestes últimos 5 anos.

A memória de calendário é tramada e está aí a fazer-se presente. Já sei que os próximos dias serão de reviver e revisitar Julho de 2014. Mas este ano parece que será mais sereno. Parece. Não sei se posso garantir.

Há 5 anos a esta hora chorava. Hoje, 5 anos depois, não choro nem tenho vontade.

“You turned the page. I burned the book.”

5 anos.

E continua a parecer que foi ontem.

Mas recuso-me a baixar os braços e a desistir. De mim.

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