Monthly Archives: March 2020

{#91.276.2020}

Falta muito para acordar deste sonho surreal…?

O pior é que ainda agora começou…

{#90.277.2020}

Vai ficar tudo bem…

Até lá, vamo-nos confortando como podemos: à distância.

{#89.278.2020}

Estou cansada… Já não sei o que é dormir uma noite inteira. Tenho saudades de ver pessoas. De sair de casa. De beber um café.

Estou cansada. E ainda agora isto começou.

{#88.279.2020}

Mais um dia. Menos um dia.

Os sábados continuam iguais. Vazios.

{#87.280.2020}

Havemos de aprender muito com tudo o que se está a passar no mundo. O isolamento forçado sem data prevista para terminar não pode ser em vão.

Ter coisas como garantidas já não faz sentido. Há que reaprender a valorizar o que se tem.

Neste momento o que mais me incomoda é a distância. Das pessoas que trago em mim e comigo.

A ansiedade está cá. Durante o dia mal se nota, mas as noites…as noites são interrompidas por um estado de alerta permanente.

Tudo isto vai passar. Não sei quando nem como, mas eventualmente vai acabar por passar. E eu vou ter que conseguir aguentar e sobreviver a mais um desafio.

E no meio disto tudo a saudade… Felizmente existem as redes sociais para acalmar um pouco a saudade. Porque, afinal, nada mudou e a rotina mantém-se.

Andrá tutto bene. Vai ficar tudo bem.

{#86.281.2020}

25 anos com 18 de experiência.

E consegui não me lembrar que hoje farias 5 anos…

{#85.282.2020}

Último dia dos 42 e mais uma noite muito mal dormida.

Amanhã (não) vai ser melhor.

{#84.283.2020}

Não está fácil…

E a tendência é para piorar com as notícias que vão chegando.

Mas vai melhorar… Vai ter que melhorar.

{#83.284.2020}

Tenho medo de deitar a perder aquilo que, a custo, consegui alcançar. E o isolamento forçado vai ser, já está a ser, um desafio que não sei como vou superar.

Por norma já me sinto sozinha o suficiente para me sentir perdida. Nos dias que correm é como se me tirassem o chão debaixo dos pés.

A preocupação é grande. A ansiedade aumenta todos os dias. Já não me lembro quando foi a última vez que dormi a noite toda sem acordar pelo meio.

Tudo isto vai passar um dia. O problema é não saber quando nem como. Até lá resta-me voltar ao velho mantra: um dia atrás do outro atrás do um.

Vai ter que correr bem…

{#82.285.2020}

Não sair de casa é importante. Mas também é preciso ir, por exemplo, comprar pão e trazer comida para casa.

Como hoje.

E aproveitar para apanhar um bocadinho de ar e sentir o Sol na pele. Manter os níveis de ansiedade controlados quando o isolamento é maior do que o normal.

E se, para além de trazer pão, ainda se puder beber um café, longe de todos e sem grandes riscos, óptimo.

Hoje saí. Apanhei ar, senti o Sol, controlei os níveis de ansiedade provocados pelo isolamento e ainda bebi café. Não sei quando voltarei a sair. Sei apenas que estar fechada em casa já está a ser demasiado difícil para quem, como eu, tem uma saúde mental ainda fragilizada por causa desse bicho chamado Depressão.

Ninguém solta a mão de ninguém. Por favor. E não crucifiquem quem sai para comprar pão e trazer comida para casa.

Sair já é um risco, sei disso, mas não preciso de críticas de quem não entende o que é viver isolado dentro de uma cabeça que ainda tem um longo caminho a percorrer.

{#81.286.2020}

Ninguém solta a mão de ninguém. Por favor.

Hoje foi um dia estranho. Falta-me a rotina do trabalho que, felizmente, tenho durante a semana, mesmo que em casa. Ao fim de semana, como sempre, faz-me falta fazer algo diferente. E agora ainda mais.

Não saí, embora a vontade fosse mais que muita. Mas não pode ser…

Preciso tanto de ver gente. De falar com gente. E não acontece. Não pode acontecer. Mas tem que acontecer. Nem que seja online, como acontece com o terapeuta fofinho como esta manhã.

Ninguém solta a mão de ninguém, por favor. Preciso que não soltem a minha…

{#80.287.2020}

É tão fácil voltar a cair. E os tempos que correm são propícios a novas quedas.

É importante não deixar ninguém cair. Mas eu já me sinto a escorregar. As noites já não são completas. E os dias são de incerteza.

Hoje voltei a sair de casa. O tempo suficiente para fumar um cigarro. Mas na rua.

Sol só o vi pela janela, ao fim da tarde. E lembrei-me de outros tempos em que raramente saía de casa pois era aí que trabalhava, como agora. E lembrei-me também como isso não foi positivo para mim.

Preciso tanto de ver gente… Preciso tanto.

{#79.288.2020}

Não sei até quando vou aguentar não ver ninguém.

Hoje fui à rua porque era preciso ir à mercearia. E foi estranho. Ao mesmo tempo soou um bocadinho a normalidade. Mas uma normalidade absurda, com medo do gesto mais simples. E eu nunca soube lidar com o medo.

Mais uma noite mal dormida. Acordar a meio da noite e dar voltas na cama para voltar a adormecer não ajuda em nada. Já perdi a conta às noites mal dormidas dos últimos tempos que só pioraram nos últimos dias. Não dá…

Isolamento e quarentena não são a mesma coisa. E se eu estou em isolamento, também há quem esteja em quarentena. E também isso me preocupa.

Não sei como vou conseguir lidar com tudo isto. Não sei os estragos que tudo isto vai trazer. E tenho medo. De tudo. Da situação em si, do isolamento e dos estragos.

Só sei que os próximos tempos não vão ser fáceis. Já não estão a ser. E eu não sei o que fazer para suavizar tudo isto. Só sei que preciso de pessoas. E agora não as posso ter.

{#78.289.2020}

Quem tem um terapeuta fofinho, tem tudo. Em regime de isolamento, é necessário e importante o apoio à saúde mental. E ele sabe disso. E por isso mesmo faz-se presente para além da presença habitual semanal.

Trabalhar em casa não é fácil. Pode parecer fácil, mas não é. É demasiado confortável. E esse conforto pode ser um risco para a saúde mental.

Vamos andando. Um dia atrás do outro atrás do um. Sem pressa. Mas com vontade, muita, que este pesadelo chegue ao fim. Depressa.

{#77.290.2020}

#dia2 de trabalho a partir de casa. Não vou à rua desde 6a feira e preciso tanto de ver gente e apanhar ar.

Vai ser um longo teste à minha saúde mental. E isso também me assusta e preocupa.

Vou tentando manter as rotinas de contacto com quem me é importante. Só assim vou conseguir sentir-me um pouco melhor.

{#76.291.2020}

O primeiro dia está feito. E, apesar de ser normal um período de adaptação, o primeiro dia é o mais fácil.

O período de isolamento imposto ainda agora começou. E já não está a ser fácil. Noite pouco e mal dormida para um dia que, como digo, foi fácil apesar de haver quem ache que é o mais difícil por terem que se adaptar.

Daqui a um mês falamos sobre o que é mais fácil ou mais difícil…

Para mim, para a minha saúde mental, não vai ser fácil como já não está a ser. Preciso de ir à rua e ver gente…mas não posso arriscar.

{#75.292.2020}

Amanhã começa o verdadeiro desafio: trabalhar a partir de casa. Sem ver ninguém. Sem poder ver ninguém. A única rotina: os horários. De entrada, de pausas, de almoço, de saída. De resto, volto a ser eu comigo mesma 24 horas por dia.

Não vai ser fácil. Especialmente por não haver previsão de regresso ao habitual.

Mas vai ter que correr bem…

{#74.293.2020}

Isolamento social. Vai ser um teste difícil à saúde mental de todos. Para mim não vai ser fácil. Já não está a ser.

E ainda agora começou…

{#73.294.2020}

Prevêem-se dias complicados pela frente. Não sei como lidar com quebras de rotinas ou criação de novas rotinas de um dia para o outro.

Só sei que os próximos tempos não vão ser fáceis.

Mas vai correr tudo bem. Tem que correr tudo bem.

{#72.295.2020}

A tentar manter a sanidade mental num momento que deixa muito a desejar…

Tento não ter medo, mas o medo faz parte de mim.

Vai correr tudo bem. Tem que correr tudo bem. Ainda não sei como, mas vai acontecer.

Entretanto, há caminhos que se vão fazendo. E eu, de longe, vou seguindo atenta. Sempre no meu canto, sossegada, e sempre com aquele gut feeling que me diz que algo vai mudar.

Quieta. Deixa-te estar assim quieta, repito para mim mesma. Enquanto vou riscando e rabiscando os dias.

Vai correr tudo bem.

Vai correr tudo bem…

Vai…