De volta ao trabalho em casa. Acordar cedo, entrar ao serviço meia hora mais cedo para sair uma hora mais tarde. Cansada. Mas, apesar de tudo, um dia tranquilo. Nem muito trabalho, nem muito stress, mas muito calor mesmo com a ventoinha ligada o dia todo.
E hoje, como ontem, a cabeça lá longe. Sei tão bem que não devia. Mas é sempre lá que a minha cabeça está.
Hoje com algum retorno matinal. Não compensou o silêncio e ausência de ontem, mas retorno sabe sempre bem.
Às vezes, tenho vontade de arriscar e ir mais longe, de forma directa e objectiva. Dizer tudo directo, com as letrinhas todas. Não o faço. Sei que não devo. E sei que não posso. Por isso continuo a dizer o mesmo mas cheio de entrelinhas. A mensagem que quero passar está lá. E só não percebe quem não quiser perceber.
Sou apologista de não deixar nada por dizer. E, também por isso, já por duas vezes deixei as entrelinhas de lado e fui directa e deixei claro o que trago comigo, em mim. Já o disse, mesmo não tendo usado as letras todas que queria usar. E hoje, como nos últimos tempos, a vontade de usar todas as letras é muito grande. E quase as usei naquela terça feira que aconteceu. Não usei, mas fiz questão de dizer que o que trago comigo, em mim, é mais do que uma simples paixão. Se foi suficiente? Se foi entendido? Não sei. Acho que nunca saberei.
Neste momento, sei que não é justo voltar a pegar neste assunto. Por muito que me custe. Mas não é o momento. Nem para mim, nem para o outro lado. Por vários motivos que ainda me custam encaixar.
Se ainda dói? Um pouco. De forma diferente, mas dói. Mas, e vou usar uma frase que aprendi a detestar, é o que é.
Sexta feira e muito cansada. Vulnerável. E com vontade de dizer, com todas as letras, o que sinto. Não o vou fazer, claro. Vou, isso sim, desligar, enroscar e descansar.
Amanhã? Dia de estudar. Muito. Será melhor. Será um dia bom. Agora desligo. Enrosco. Mas ainda vou ao ritual nocturno.
