Dia de regresso ao local de trabalho. Dormir tarde e mal para acordar muito cedo. 2 horas mais cedo do que o habitual dos últimos dois meses e uns pozinhos. Se é fácil voltar a entrar no ritmo? Não. Nem um pouco. Soube bem voltar para entrar logo em formação? Soube. Foi bom voltar a estar com pessoas. E a formação? Apesar de repetida, foi muito boa por ser necessária.
Amanhã a manhã será mais exigente por não ter a habitual boleia. Tenho que regressar aos transportes públicos de manhã, testar o novo sistema de transportes que, em dois meses de actividade, se tem revelado um caos.
Foi bom voltar ao café da manhã e sentir que há sítios onde os clientes não são esquecidos e são sempre bem recebidos. Foi bom voltar ao café depois do almoço pelos mesmos motivos embora em sítios diferentes. Foi bom, também, conseguir chegar a casa cedo com tempo para um momento de esplanada para desligar o chip e não quebrar abruptamente com a rotina dos últimos meses.
Não foi um dia mau. Faltou, claro, aquela presença que me deixaria aconchegada. Continuam o silêncio e a ausência. Esses sempre presentes. Mas não serei eu a interromper essa presença indesejada. Faz-me falta o ritual matinal. Faz-me falta o ritual nocturno. Mas irei acabar por me habituar e não esperar nada. Nem um “estou aqui”. Porque se a minha ausência não é percebida, então a minha presença também não faz sentido.
Mais uma vez: soltar e deixar ir. Não é fugir. É não pôr pressão.
Mais uma vez: encolher os ombros, sorrir e acenar.
O que tiver que ser será. Mas agora concentro-me em mim. Não posso esquecer-me de mim. E este deixar ir também é cuidar de mim. Por muito que me custe. E custa. Mas um dia pode ser que a minha ausência seja percebida. E aí logo se vê.
Amanhã? Logo se vê. Para já tento ter uma noite tranquila, em que consiga descansar. Mas sei que será um dia bom. Porque eu quero que seja.
