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Sexta feira e uma semana que passou a correr ao mesmo tempo em que tardou a passar. Faz sentido? Talvez não. Mas faz sentir. E eu sou de sentir. Tudo. E vou sentindo.

Assim como sinto os últimos 12 dias de silêncio e ausência. Que, da minha parte, foram (e são) notados. Já da minha ausência, do meu silêncio, não me parece que possa dizer o mesmo…

Vale o que vale. Afinal, fui eu que decidi afastar-me. Por mim. Por mais ninguém que não eu. Porque agora só eu importo. Não me posso esquecer que, enquanto não estiver bem, mais nada vai ficar bem. E, para eu estar bem, tenho que pensar em mim em primeiro lugar. Os outros? Virão depois. Mas, pelo andar de todo o processo, não todos.

Que venha só quem me faz bem. Os outros? Agradeço a sua passagem. Mas não quero mais. Estou cansada de me fazerem doer. Não é, de todo, o que quero (ou quem quero) para mim. Quero quem me complete. Que me faça sorrir mesmo quando a vontade de sorrir é nula. Quero quem me aceite assim, simplesmente, como sou. Quero quem me faça feliz simplesmente por estar ali, que é aqui, junto de mim.

Preciso de me focar no que, de facto, quero. Só assim consigo alcançar o que quero. Terei que ser um bocadinho egoísta? Talvez. Saberei sê-lo? Nunca soube…

Sempre pus os outros primeiro. Não posso continuar a fazê-lo. E hoje, em conversa, repeti inúmeras vezes: não tenho que ser eu. A admitir o erro, a tomar a iniciativa, a dar o braço a torcer, a fazer um esforço seja para o que for. Não. Não tenho que ser eu. Tenho sido sempre eu. Em tudo. Mas não mais. É altura de marcar uma posição correcta e assertiva que só me irá valorizar. E é só disso que eu preciso: valorizar-me. Trabalhar a auto-estima que os outros sempre souberam deitar abaixo e que, por consequência, sempre foi miserável.

Passei a vida toda a deitar-me abaixo e a permitir que os outros o fizessem também. Já chega. Se vai ser fácil? Não creio. Mas vai ter que ser possível. Porque não me posso esquecer: eu em primeiro lugar. Por orgulho? Não. Por respeito por mim.

Seja o que for que a vida me trouxer, que seja bom. Mas, para ser bom, tenho que estar focada no mais importante: eu. O resto? Será tudo resultado do meu trabalho sobre mim própria.

Custa perceber as coisas como elas são realmente. Mas custa ainda mais permanecer tudo na mesma, com uma lista de prioridades completamente errada. Nunca me trouxe nada de bom. E, as poucas vezes que algo de bom me aconteceu, o meu foco era eu. Por isso, tem que continuar a ser.

Já não espero pelas mensagens que não chegam, pelo telefone que não toca, pela companhia que não vem, pelo postal prometido. É claro para mim: quem quer estar, está. Quem não quer, não sou eu que vou impedir. E, mantendo o meu silêncio e a minha ausência, quem quiser saber, pergunta. Sou fácil de encontrar, não me escondo de nada nem de ninguém. Repito: quem quiser saber, pergunta.

Estou cansada. Da semana de trabalho mas, acima de tudo, disto que tenho sentido nas últimas semanas. Mas não será por isso que vou perder o foco. Mesmo que por vezes custe e me apeteça voltar ao que era. Mas não o farei. Porque, antes de tudo, estou eu.

Amanhã? Será um dia bom. Porque eu quero. E só isso importa.

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