Sábado, dia de acordar duas horas antes do despertador, mesmo tendo passado por mais uma noite interrompida. Mas, ainda assim, acordar com vontade de olhar para o dia de frente e sorrir. Porque sábado também é dia de percorrer um novo caminho – complementar – para cuidar de mim. E aprendi a saber esperar por sábado para olhar para mim de outra forma, o que me leva a descobrir caminhos para me conhecer.
Tudo o que me é transmitido nas manhãs de sábado me faz sentido. Sempre fez. Já estive mais próxima desse caminho, já me afastei sem dar por isso, devagarinho vou regressando.
Mas, sejam as manhãs de sábado ou as consultas de domingo, existe um factor comum: a necessidade de me focar em mim primeiro, de pensar em mim, de tratar de mim.
Duas pessoas que não se conhecem e de áreas tão distintas dizem-me a mesma coisa: para eu estar bem é preciso pensar em mim em primeiro lugar. E isso que pretendo fazer daqui para a frente.
Se é fácil? Nem um pouco. Se é possível? Com muito trabalho interno acredito que sim.
E é por pensar em mim primeiro que mantenho o meu silêncio, a minha ausência. Já não quero saber o que vai resultar daí. Porque, se o resultado não me for o que preciso, também não me vai trazer nada de bom.
Já não espero nada. Já não peço nada. Tento, ainda, soltar e deixar ir. Não é fugir. É não pôr pressão. E é pensar em mim. Cuidar de mim. O que me for preciso para avançar, chegará. Mesmo que não seja o que quero.
Há várias mudanças físicas a acontecer comigo. Algumas para as quais não estou preparada. Algumas que estão a chegar demasiado cedo. E essas mudanças lembram-me, também, que o mais importante sou eu.
Dói o trabalho que preciso de fazer? Se não doesse se calhar não me era necessário. Mas, por muito que doa, quero fazê-lo. Por mim. Os outros? Terão o seu tempo. Ou já tiveram.
O tempo agora é meu. E, também agora, eu não tenho tempo para perder Tempo. Por isso, não me façam perder tempo.
Gostar de mim. Aceitar-me. Perdoar-me. Antes de tudo o resto, eu.
Amanhã? Será um novo dia para pensar em mim e tratar de mim. Se alguém quiser quebrar o silêncio e a ausência, estou onde sempre estive. Mas não vou obrigar ninguém a estar presente se não quiser estar.
Amanhã continuo a pensar em mim, a tratar de mim. Porque, percebo agora o que já sabia, eu sou o que de mais importante tenho. E eu sou suficiente. Só preciso de estar bem. E para estar bem faço o quê? Penso em mim. Trato de mim. Eu em primeiro lugar. O resto virá depois.
