{#259.107.2022}

Sexta feira. E o dia 18 de uma contagem que nunca quis fazer. Nem quero.

Cansada. Do trabalho e de tudo o resto. De ter que sair de casa antes do Sol nascer. De enfrentar os transportes públicos. De esperar pelo que não vem.

O fim de semana? Correndo tudo como previsto, será para descansar. O mais possível. Não fazer nada está nos meus planos. Só uma razão me faria fazer alguma coisa diferente. Mas essa razão não vai acontecer. Por isso, irei tratar de mim, tratar de descansar. Tentar pôr as ideias em ordem. Preciso muito de me organizar, mas sei que preciso, também, de ser orientada. Seja o que for que seja necessário fazer, cabe-me a mim fazê-lo, sei disso. Mas às vezes preciso que me apontem os vários caminhos possíveis para, da melhor forma que sei, seguir o caminho que achar melhor.

Não queria (nem quero!) desistir de ninguém. Mas não me posso esquecer que a contagem dos dias continua e não parece haver vontade de parar.

Continuo onde sempre estive. Como sempre estou. E se não há uma iniciativa, é porque não há interesse. Tão simples e tão complicado quanto isso. Como é que andei quase cinco anos a acreditar que havia alguma possibilidade das coisas serem diferentes? Não sei…

…mas sei que não são diferentes. Não há interesse. Não há vontade. Não há nada. E o denominador comum? Eu. Como sempre, eu.

Sexta feira, dia 18 de uma contagem que não queria fazer. Mas faço. Fica quase impossível não fazer.

Estar sozinha em casa é estar sozinha com a minha cabeça. E não, não é uma boa companhia. Estar muito cansada também não ajuda porque é em momentos de maior cansaço que o discernimento parece escapar. E permite-me analisar tudo de uma forma distorcida. Prefiro quando tenho companhia, mesmo que não fale do que vai na minha cabeça. Porque ter companhia funciona um pouco como uma âncora que não permite que a minha cabeça disperse tanto.

Não, a minha cabeça não é um lugar bom para estar neste momento. Por hoje chega, já não falta muito para desligar e enroscar e, por hoje, deixar de pensar. Amanhã? Terei companhia novamente. Será mais fácil lidar com o dia mais aborrecido da semana que pode tornar-se perigoso no interior da minha cabeça.

Começo a repetir-me no que tento escrever, perco o fio à meada, já não faço muito sentido. E já não sei se os dias são 17 ou 18. Não interessa, na realidade, ter um número certo numa contagem que não queria. Só interessa que já são muitos dias. E eu não fui a lado nenhum.

Desligo agora. Não adianta de nada tentar insistir com um pensamento danificado pelo cansaço.

Amanhã? Será um bom dia. Porque vou dedicá-lo a descansar, a recuperar, a tratar de mim.

{comentários}

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.