Sábado, aquele dia que, já se sabe, é o dia mais aborrecido da semana. Começou cedo, com uma tempestade intensa lá fora. Mas, e apesar de tudo, serena cá dentro.
Esforço-me por continuar sossegada, quieta e calada no meu canto. Volto a contar os dias, são agora 2. Mas se longe que me querem, será longe que me têm.
Se é fácil? Para mim, borderline, estas coisas nunca são fáceis. É, outra vez, a sensação de perda, o medo do abandono.
A contagem vai continuar, não sei até quando. Mas não quero chegar outra vez aos 21 dias. Não quero…mas não posso, nem quero!, impôr a minha presença. Especialmente quando sei que não é desejada.
É o que é. Odeio esta frase. Mas é o que é. E não posso mudar nada. Solto e deixo ir. Não é fugir. É não pôr pressão. Repito isto todos os dias para não me esquecer de que, por vezes, é necessário soltar e deixar ir o que não nos pertence.
Um dia a contagem é interrompida. Não sei quando. Não sei por quem. Mas um dia acontece. Até lá tento aguentar tranquila com aquilo que me corrói cá dentro: o medo.
Dois dias. Amanhã? Logo se vê…