{#322.44.2022}

Sexta feira e ainda em fase de descoberta. E a gostar, muito, desta espécie de massagem ao ego. Sei exactamente o que vem dali, sei exactamente como pode terminar. Afinal, a tempestade perfeita que desapareceu tão depressa como apareceu não foi assim há tanto tempo.

Mas, se calhar, era precisamente disto que estava a precisar neste momento. Meio perdida, sei perfeitamente que esta descoberta tem tudo para não dar em nada. Pode até dar em alguma experiência interessante, mas não mais do que isso. Uma coisa de momento, apenas isso. E é por isso que vou permitindo aquilo que nem posso chamar de avanços mas que também não sei bem como lhe chamar. Atitude, talvez… Ou, e isto é de certeza, iniciativa. Coisa de que já sentia falta.

Vou soltando aquilo que trouxe em mim nos últimos cinco anos. E sinto que algo se está a desvanecer. Muito por conta de uma atitude talvez irreflectida da outra parte numa resposta que tomei como excessivamente agressiva sem necessidade. E, cereja no topo do bolo, a frase que marcou a semana: “somos o que somos”. Ou seja, nada. Pois bem, então sejamos isso mesmo.

Já estive zangada. Agora acho que estou magoada, mas não tenho a certeza. O que estou, e muito, é desiludida. Como foi possível, durante tanto tempo, acreditar que existia uma amizade quando, pelos vistos, não somos nada. Ou “somos o que somos”. Seja lá isso o que for. Porque, neste momento, não sei mesmo o que somos. Mas também não vou perguntar. Para quê? Para que a intenção da minha pergunta não seja entendida? Não vale a pena.

Também por tudo isto permito-me partir à descoberta. Até porque foi essa mesma descoberta que me disse que a vida é gigante. E pessoas há muitas. E está mais do que na hora de dar uma oportunidade à vida. A outras pessoas. Mas, sobretudo, a mim mesma.

Mereço mais do que recebi nestes últimos cinco anos. E esses cinco anos, já percebi, não significaram absolutamente nada para o outro lado. Tempo tão facilmente descartado. Deitado ao lixo. E não por mim.

É altura de seguir em frente. Deixar para trás o que, pelos vistos, nunca existiu: uma amizade. Fazer o luto necessário. E voltar a focar-me no mais importante: eu. E tenho-me esquecido de mim demasiadas vezes. Pois bem, já chega de me esquecer.

Vou à descoberta. Venha o que vier. Sei que não vou ganhar nada de especial com isso. Mas vou sentir-me viva novamente. E eu mereço sentir-me viva. E viver também, não apenas sobreviver. Chega de coleccionar migalhas. Não são as migalhas que me sustentam. Mereço muito mais do que apenas isso. E, no presente processo de descoberta, sei exactamente ao que vou. E sim, quero ir. Muito. Porque estou a gostar de todo o processo. E por isso vou.

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