Daily Archives: 01/01/2023

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Primeiro dia do ano. Domingo. Tinha tudo para ser um dia para descansar. Afinal, amanhã é dia de regresso ao trabalho depois de uma semana doente. E depois de uma noite com apenas quatro horas dormidas seria de esperar que tirasse o dia para me enroscar no sofá. Mas não foi isso que aconteceu, claro…

O primeiro dia do ano é dia de aniversário de um sobrinho do coração, sobrinho com sabor a Limão. Foi dia de ir almoçar com a família de adopção, que adoptámos e nos adoptou. Foi tranquilo, mas o que eu precisava mesmo era de recuperar da noite estupidamente curta.

Noite estupidamente curta porque durante todo o dia de ontem adiei escrever a mensagem que queria. Veio a passagem de ano (a mais solitária de sempre porque só eu estava acordada à meia noite…), veio o barulho e o fogo de artifício, veio a agitação na rua. E a mensagem continuava por escrever. Mas escrevi. E enviei.

Escrevi aquilo que chamo de mensagem mas que se tornou em algo extenso. Muito extenso. Como se fosse uma carta. Foi um email que, se fosse para imprimir, seriam três páginas. Onde expus tudo o que trago cá dentro. Onde falei do que sinto (sentia? Já não sei…) como nunca tinha falado antes a quem está do outro lado. Falei, pela primeira vez, do medo que senti tantas vezes. Perdi um pouco o rumo do que queria resumir. Porque não sei, nunca soube!, fazer resumos. Mas falei de tudo o que me levou ao momento de escrever a mensagem.

Enviei o email às 3h40 da manhã. Tinha começado a escrever pouco depois da meia noite e meia. Informei do envio. Disse “se quiseres ler”… Houve um muito breve retorno ao aviso já muito para lá das 5h da manhã. Como que a dizer “já sei que enviaste o email”.

Se foi lido? Se vai ser lido? Não faço ideia. Mas também sei que, devido à extensão do que escrevi, para ser lido vai ser necessário tempo. Disponibilidade. Quando é que vai haver essa disponibilidade? Ou até mesmo essa vontade? Não sei. Sei apenas que dificilmente haverá resposta. E não tem problema não haver resposta. Só gostava de saber que foi lido. Porque resposta não preciso.

Foi um fechar de ciclo. Foi o encerramento de algo que já não é. Foi uma despedida? Talvez. Não sei mesmo . Mas foi, de facto, não deixar nada por dizer.

É possível que esteja um bocadinho confuso, não no sentido do que quero dizer, mas na estrutura. Foram 3 horas. Cansada. Com sono. A escrever via telemóvel. Sim, é possível que a estrutura esteja estranha, confusa. Mas a mensagem que queria passar está lá. Se houver resposta, tudo bem. Lê-se e parte-se daí para onde tiver que ser. Se não houver resposta, que é o mais provável, sigo o meu caminho com a confirmação de que cinco anos foram descartados com enorme facilidade.

Hoje não vou pensar mais nessa mensagem. O que vier a partir daí, vem. Amanhã logo se vê…

Mas não podia ser de outra forma. Tinha que mandar cá para fora tudo o que trago cá dentro. Caso contrário, sei que não ficaria bem e acabaria consumida por isto

Não deixar nada por dizer. E não deixo. A mensagem seguiu, foi entregue. Se será lida? Não depende de mim.

Estou muito cansada. Por hoje chega. Amanhã? Logo se vê. Mas será um dia bom. Porque eu quero que assim seja. De resto, irei continuar a encolher os ombros, sorrir e acenar…