Daily Archives: 24/03/2023

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Dia longo. Começou cedo. Noite pouco dormida depois de ter a cabeça às voltas com a ideia de que sim, o problema sou eu.

Sair de casa antes das 9h para ir até Almada acompanhar a minha mãe. Andar por Almada a manhã toda. Não foi uma manhã mal passada. Devia fazer isto mais vezes. Gosto de Almada. Conheço pouco mas quanto mais vou conhecendo mais vou gostando.

Último dia de férias. De volta a casa depois de uma chuvada pelo caminho, decidi que o dia seria dedicado a não fazer nada. Também é preciso. A partir de segunda feira esse tempo para não fazer nada só vai acontecer ao fim de semana. E vai saber a pouco e vai passar a correr. E vai ser aquele tempo que eu quero muito aproveitar para fazer algo diferente e depois não sei o que fazer.

Não me esqueci que amanhã é aquele dia em que queria juntar pessoas. Mas já aceitei que não vai acontecer. Não vou juntar pessoas, mas há duas pessoas que me vão proporcionar uma manhã de passeio porque não podem estar presentes para jantar. E só isso já me vale de tanto. E aconchega.

Hoje já não me apetece tanto chorar como ontem. Mas sim, continuo triste…

E percebo que estou a escrever mais do que o habitual sobre o que trago cá dentro. Vou espalhando aqui e ali o que me incomoda. Como há muito tempo não fazia. E percebo que fazê-lo da forma que tenho feito não é bom sinal…

Diz o terapeuta fofinho que tenho alma de artista quando lhe digo que escrevo melhor quando não estou bem. Se tenho ou não, não me cabe a mim julgar. Mas a verdade é que quando não estou bem as palavras saem para o éter de forma mais intensa, mais crua… E é assim que têm saído nos últimos dias. Não necessariamente aqui, onde as palavras já passaram por uma reflexão e, por isso, são mais brandas. Mas aquelas palavras que vou espalhando aqui e ali têm saído sem filtros. Doridas. Sempre sentidas. Honestas. Sinceras. Cruas. Porque não, não estou bem. Não estou feliz. Não estou serena. E já estive assim antes…

Não vou deixar de escrever o que trago comigo. É uma forma de exorcizar o que me incomoda. Sempre foi nas letras que encontrei refúgio para o que não me faz bem. Precisamos sempre de um refúgio. E eu, felizmente, tenho este.

Amanhã há quem me venha buscar logo de manhã cedo para um passeio. Não esperava, admito. Mas já está a fazer a diferença. E, neste momento, só isso importa. Porque, já sei, amanhã será melhor. E não será amanhã que deixarei de lançar palavras no éter…