Sexta feira começa a ser uma espécie de meta que, tantas vezes, parece inalcançável. Todas as semanas me arrasto, cansada, e torço para que o final de dia de sexta feira chegue. Para mais nada que não focar-me no dia seguinte, o único dia da semana em que o despertador não toca.
Entristece-me, claro, que os meus dias se resumam a trabalhar. E perder horas em deslocações. São dias vazios. E o fim de semana não é aproveitado para mais nada que não seja descansar. A adormecer facilmente no sofá e ficar por ali, a recuperar o corpo moído, durante horas a fio. É raro acontecer alguma coisa diferente disto ao fim de semana. E, quando o fim de semana termina, começar novamente uma semana de dias vazios onde o cansaço volta a acumular e o trabalho preenche todos os dias de forma igual. Vazios, sempre.
Estou cansada. Muito cansada. Abuso das noites de sono a correr. Não posso… Sei que não me faz bem nenhum este abuso. Preciso, com urgência, de voltar a entrar nos eixos no que diz respeito à hora de desligar e enroscar.
O cansaço físico, quando em excesso como agora, começa a afectar também o cansaço mental, que cada vez se faz mais presente. E também isso não é bom. Perco os filtros, disparo a palavra escrita pelo éter fora. Às vezes sem pensar muito. E percebo que a quantidade de coisas que vou escrevendo por aqui e ali não são um bom sinal.
Tenho que parar um bocadinho e voltar a tratar de mim. Organizar as ideias. E, acima de tudo, deixar-me parar para descansar cedo. E não o tenho feito…
Amanhã é Sábado, aquele dia aborrecido da semana. Mas também é o único dia em que o despertador não toca. E, mesmo sabendo que preciso de fazer o que tenho que fazer e que também é tratar de mim, não vai ser feito já amanhã. Posso adiar mais uma semana. É tratar de mim, mas não é o mais urgente.
Agora é hora de recolher e enroscar. O que o dia me reserva para amanhã, além de adormecer no sofá? Não sei. Tenho vontade de fazer acontecer. Talvez o tente, talvez tente que aconteça. Porque isso é viver. E eu a única coisa que tenho feito é sobreviver. Mas quero mais do que isso. E preciso de mais do que isso. E mereço mais do que isso. Por isso, amanhã logo se vê. Mas sim, a vontade de fazer acontecer é muito grande. Logo se vê. Para já, o mais importante e mais urgente é descansar…