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Quinta feira e a consulta de neurologia para traduzir para português o relatório da Ressonância Magnética. E, às vezes, a ignorância é uma bênção. E hoje preferia ter-me mantido na ignorância. Mas não mantive.

Entrei agora no modo “vamos ver”. É necessário fazer um estudo neurológico completo para despiste de doença desmielizante do sistema nervoso central? Faça-se. É preciso, para esse estudo, internamento e punção lombar? Seja. E quanto mais rápido melhor.

Não está nas minhas mãos a rapidez da realização do estudo, por isso regresso, mãos imagem vez, ao registo um dia de cada vez. E depois logo se vê. Quero acreditar que o que tiver será simples, não será aquele bicho papão que o médicos diz ser possível. Não quero que seja possível. Não agora. Não assim.

Sei, isso sim, que não adianta não querer. Se tiver, já cá está. Não há nada a fazer para evitar. Por isso, repito o mantra: vamos ver. Um dia de cada vez e depois logo se vê.

E é em momentos como este que me sinto perdida. Pequenina. A precisar de colo. Que, de certa forma, estou a ter. Mas precisava de chorar para digerir a informação e gerir a ansiedade e, claro, não consigo.

Amanhã. Amanhã será melhor. E segunda feira a médica de família espera por mim e pelo resultado da consulta de hoje. E, a partir desse momento, estou nas mãos da disponibilidade hospuralar para saber o que tenho ou não tenho…

Apetece-me muito chorar, estou assustada, preocupada, sem Norte. Mas também isto vou enfrentar e superar…

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