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Quinta feira. Não me posso esquecer que hoje ainda é quinta feira…por algum motivo, convenci-me de que amanhã já é sábado. Não é. Amanhã é sexta feira. E será mais um dia em casa. Ainda às voltas com a infecção. Ainda com dores. Ainda cansada.

Mas, ao estar em casa, vou tendo tempo para conversar. Até com quem desaparece do nada, mais um…, e que também do nada regressa como se nada fosse. Curiosamente com o mesmo discurso que já ouvi antes. Seja. Mas o que eu dei a conhecer em Fevereiro não repito em Agosto. Não estou interessada. Até porque sou muito mais do que apenas isso. Sou eu, por inteiro, com coisas boas, com coisas menos boas, até com coisas más se for caso disso.

Fevereiro é para esquecer. Não existe mais. Gosto muito mais da versão de Agosto, que vem de Julho, ou Junho, já nem sei. Em que me vou dando a conhecer devagarinho, sem jogos, em que sou bem recebida assim, tal como sou. E sou acolhida. E vou partilhando pedaços de mim com quem me acolhe e quer saber quem sou como um todo, não apenas uma parte que já nem existe.

E essas partilhas sabem-me bem. Assim como o acolhimento. A sensação de segurança. Mas, claro, existe um mas. Grande. Que nem é a distância o maior mas.

Não importa. É o que é. E sim, eu aprendi a detestar esta frase. Mas o contexto era outro. Por isso tenho que começar a vê-la de outra forma. Porque, neste caso, é mesmo assim, é o que é. E, se me perguntarem o que é na realidade, só sei dizer que é algo bonito. Sem prejudicar ninguém. Sem querer mais do que já tenho. Porque existe esse mas.

Vou tendo tempo para conversar. Para descansar. Para tomar conta de mim. E sabe bem ter todo esse tempo e saber que, na verdade, não estou sozinha.

Amanhã é sexta feira. Hoje ainda é quinta. Ainda há uma infecção presente. Ainda há um grande cansaço. E ainda há tempo só para mim. Para tratar de mim. Por mim, para mim. Mas, seja que dia for, amanhã será sempre melhor. Como sempre.

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