Foi há 10 anos que acordei com aquele telefonema com aquela notícia que ninguém quer. Com aquela notícia que, nos primeiros minutos, não percebi porque desconhecia toda a realidade. Só ao segundo telefonema, esse feito por mim, percebi que não, não tínhamos perdido alguém. Foi no segundo telefonema que percebi que nos tinham roubado alguém.
Ainda me lembro do gelo que senti a percorrer-me o corpo de cima a baixo quando me disseram “foi uma facada”…
Há 10 anos, a esta hora, já estava onde tinha que estar: em Mafra, junto dos meus tios, e a viver o episódio mais surreal da minha vida. E a precisar de colo. Ou simplesmente de um abraço.
Lembro-me de pedir que alguém fosse ter comigo. De Lisboa a Mafra não é longe. Ninguém foi…
Foi há 10 anos. Dez. 3652 dias. Foi como se tivesse sido ontem. O nosso Mundo ruiu. Virou-se do avesso. Aprendemos que, às vezes, os outros somos nós. Mas estamos todos cá para contar a história. Todos? Não. Falta, continua a faltar, vai faltar sempre e para sempre o Alexandre.
Que merda.
10 anos. Dez. Como se fosse hoje…