Sábado, aquele dia aborrecido da semana, menos para o meu momento actual que não dá tempo para aborrecimentos. É acordar cedo, tomar o pequeno almoço, mudar de roupa, ir beber um café se houver tempo, ir até ao Yoga, fazer a aula, fazer o caminho de volta, voltar ao café por um bocadinho, começar a chover a sério com vento gelado e forte no momento de voltar sozinha para casa, tentar andar mais rápido e não conseguir sempre com medo de me desequilibrar e cair, chegar a casa gelada e encharcada, mudar de roupa para algo seco e quentinho, aquecer as almofadas térmicas de trigo e enroscar no sofá até ao regresso da minha mãe. Ficar ali a aquecer até que ela volta, almoço ligeiro, voltar a aquecer as almofadas que ainda estavam mornas, voltar a enroscar no sofá e apagar ali. A tarde toda. Ainda houve tempo, quando acordei, para lanchar. Mas não houve coragem para sair do quentinho do sofá até ao jantar.
Agora, jantar terminado, acabar de escrever no blog sobre um sábado que não teve tempo para ser aborrecido e, daqui a uns minutos, rumar à cama. Uma coisa que não me posso esquecer e já começa a acontecer demasiadas vezes: ligar o carregador do telemóvel. Amanhã de manhã é dia de consulta com o terapeuta fofinho, o telemóvel tem que estar totalmente funcional quando acordar.
Ainda tenho um trabalho em Photoshop para fazer, que já devia estar terminado e ainda nem sequer comecei, mas ainda não foi hoje que consegui ter energia para pegar no computador. Os meus dias têm sido isto: completamente esgotada depois de fazer um esforço por mínimo que seja, a energia esgota-se logo. Daí aterrar no sofá tão facilmente e por tanto tempo. Mas amanhã, mesmo sabendo que no final da consulta vou estar esgotada mesmo sem sair de casa, vou ter que evitar enroscar no sofá e agarrar no computador.
É esta a minha vida agora… Mas, um dia que não sei quando, vai melhorar. Ou pelo menos espero que sim.
Amanhã? Não posso enroscar no sofá até estar tudo terminado e enviado. Depois disso, logo se vê.