Daily Archives: 10/03/2024

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Há um ano, escrevia isto nas redes:

“Tão mas tão zangada…
Critérios que não fazem sentido? É ali. Como se o trabalho presencial fosse garantia de melhoria nos resultados. Sendo que o único resultado a precisar de ser melhorado é o tempo médio de chamada. Resumindo, preferem ter clientes a ligar duas e três vezes pelo mesmo motivo e porque não lhes foi explicado nada, é isso? Tá bem. Então quando regressar ao trabalho presencial na segunda feira vou começar a despachar clientes sem explicar nada só porque, como estarei em trabalho presencial, vou automaticamente melhorar o resultado do tempo médio de chamada. Faz sentido. Só que não.

Tão mas tão zangada. Mesmo. Quando as coisas não fazem sentido (porque não fazem!) fico zangada. Mas tá bem, pronto. Só que não!”

No blog também desabafei…ainda sem contar com os dias que se seguiriam…

Este ano, ao recordar este dia, escrevi isto também nas redes:

“E foi há precisamente um ano que me zanguei como nunca me tinha zangado antes. Completamente virada do avesso. Ao ponto de não me reconhecer. Era sexta feira. O fim de semana serviu para tentar digerir a decisão daquele que, nesse mesmo dia, ganhou o cognome de Calhau Com Olhos. Tentei digerir mas era tudo de tal forma indigesto que não consegui. Virada do avesso o fim de semana todo e mais além. Há atitudes que ainda hoje, um ano depois, continuam a não fazer sentido. Para ninguém. E para mim não fizeram mesmo. A verdade é que me atingiu de uma forma que não sabia possível. Não me reconheci a mim mesma. Mas na segunda feira apresentei-me no loca de trabalho (presencial) ainda a tentar digerir e ainda virada do avesso.
Foi, até hoje, a primeira e única vez, que alguém me alterou ao ponto de não me reconhecer a mim mesma.
As dores de cabeça intensas e persistentes começaram aí. E mantiveram-se durante meses. Até fazer TAC e Ressonância Magnética Craneo Encefálicas que descobriram aquilo que, ainda hoje, não passa de uma suspeita porque o diagnóstico ainda não está completamente fechado.
Já existiam sinais. Muito leves. Mas depois desse dia, há um ano atrás, foi vê-los cada dia mais presentes e mais intensos.
Se há uma relação entre uma coisa e outra? Ainda não sei. Mas acredito que este episódio possa ter despoletado algo que estivesse latente. Porque, naqueles dias em que me viraram do avesso, não tenho dúvidas absolutamente nenhumas que tenha feito estragos, dada a violência do que senti dentro de mim.
Foi há um ano. E não me esqueço.”

E, diz quem sabe disto mais do que eu, sim, é possível que tenha sido uma grande ajuda para iniciar este processo em que me encontro agora, ter despertado o que estava latente com sinais ainda muito ténues mas que agravaram substancialmente depois deste episódio que me virou do avesso…e também não esqueço.”

…….a respirar fundo pelo desfecho do dia de hoje, dia de Eleições Autárquicas. Com resultados que são difíceis de entender, até de aceitar. Fascismo? Sempre lhe disse não, mesmo quando ainda pouco sabia sobre ele. Mas depois cresci e aprendi. E reforcei: NÃO!

Mas os resultados de hoje são medonhos. E eu, claro, tenho medo. Só me resta dizer que é preciso sair à rua, lutar e fazer valer Abril.

Isso e dizer palavrões feios, daqueles típicos de quem está ainda incrédula quase 4 horas depois das primeiras projecções. E a vontade é fugir. Para um sítio melhor do que aquele que se prevê para aqui…