Domingo. E foi mais um dia desperdiçado.
Acordar cedo com dor de cabeça depois de mais uma noite interrompida em que entre as 4h30 e as 6h30 não se dormiu. Acreditar que, durante a manhã, iria melhorar. Não melhorou.
Aterrar no sofá perto da hora de almoço e simplesmente apagar durante quase 5 horas…
Eu não quero isto para mim. Este sono constante não é normal. A dor de cabeça intensa e persistente, que não passa com nada, também não é normal. Se fazem parte da Doença das Mil Caras? Não sei. Quando tiver o diagnóstico fechado pergunto ao médico. Mas está difícil de ter o diagnóstico fechado…faz hoje três meses que tive a primeira consulta e consequente internamento. E conclusões ainda não tenho nenhuma. E eu já só quero que a dor de cabeça passe…
Passa das 23h e amanhã é dia de madrugar para mais análises. Dizem que estas são fundamentais para saber qual a medicação a aplicar. Mas a minha vontade não é ir dormir. É chorar. Porque a dor de cabeça não passa. E incomoda demais. E eu estou cansada de andar assim…
Nada do que para aqui escrevi hoje fará muito sentido, mas também não estou em condições para articular grandes discursos. Só quero descansar sem dores de cabeça. Acho que não peço muito…
Mas vou para a cama. A dor de cabeça não passa e chorar não acontece. Por isso mais vale tentar descansar. O dia amanhã vai ser longo. Muito longo. Análises logo de manhã algures em Almada. Regresso a casa para trocar de roupa e almoçar muito cedo para, mais uma vez, ir para a fisioterapia. Voltar a casa para, novamente, trocar de roupa. Voltar a Almada para consulta na clínica onde irei continuar a fisioterapia e finalmente voltar para casa.
Vai ser um longo dia. E, já sei, a dor de cabeça vai estar presente, como está sempre… Por isso, amanhã logo se vê como corre o dia. O dia de hoje foi desperdiçado porque não fiz o que tinha para fazer nem fiz o que queria fazer. Tirando o café sozinha ao fim do dia. E, mais uma vez, me sinto tão sozinha no meio de tudo isto…dizem-me que não estou sozinha, mas é sozinha que me sinto. Eu e as Mil Caras da Doença que me apanhou na curva…
Mas, e não posso deixar passar em branco, são 11 meses desde que disse olá e alguém me respondeu. Parece que foi ontem. Mas já foi há 11 meses. E continua a responder-me. Todos os dias. E isso faz-me sentir, no mínimo, aconchegada. E é tão bom…