A despedir-me, para já e muito devagarinho, desta vista e desta companhia. Penúltima vinda à fisioterapia no hospital depois de uma manhã que começou cedo e com notícias confusas…
Um positivo que não se queria contrabalançado com um negativo que se esperava. Agora? Terapêutica preventiva nos próximos longos meses. Mas é mais uma porta que se abre para o que estou a precisar. Então seja. E, claro, em segurança.
Muito cansada e ainda não são 14h. E, já sei, esse cansaço vai interferir com a fisioterapia assim como interfere com tudo. Baixa-me as defesas, deixa-me mais frágil e, acima de tudo, mais sensível e insegura.
Mas vai passar. Lá pelas 15h30 aterro no sofá. E depois logo se vê. Para já, vou dizendo adeus à sala de espera solitária da fisioterapia. O sr. Alcides e a sua peruca encaracolada já cá estão. O que quer dizer que já falta pouco tempo para ir até ao ginásio.
Mas, depois da manhã corrida e confusa de hoje, o que eu preciso mesmo é do meu sofá…
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A fisioterapia fez-se, com mais ou menos cansaço. E o sofá só o vi já mais tarde. Foi dia de voltas trocadas com os Bombeiros, mas que valeu cada segundo passado com eles. Porque, como sempre, deu para conversar, brincar e rir. Muito! Segunda feira será o último dia de transporte feito por esta equipa. E, já lhes disse, vão deixar saudades. Ainda tenho esperança que a médica de família possa prescrever o transporte. E aí posso escolher a corporação. Claro que, ao fazê-lo, só posso escolher esta equipa.
O início da tarde foi difícil. Como disse lá em cima, muito cansada, confusa com as notícias, frágil, sensível e insegura. Mas, às vezes, tudo isso passa rapidamente simplesmente ao ouvir a voz certa no momento certo com a mensagem certa. E foi isso que aconteceu. Estava enrolada sobre mim própria a sentir-me derrotada e extremamente insegura. Mas ouvir aquela voz, aquela mensagem, aquele lembrete, foi o suficiente para tudo melhorar.
Já me disseram “salta fora” referindo-se a uma história que nasceu completamente por acaso e que se tem desenvolvido há quase um ano de uma forma tão simples e bonita. Claro que existem condicionantes, começando logo pela distância e outros mas pelo meio, mas também é isso que torna esta situação mais especial. Saltar fora não vai acontecer. Até porque é algo que me faz bem, tão bem. E, como qualquer pessoa, eu tenho direito a ter algo que me faz bem. E também surgiu no momento certo. E a verdade é que, ao fim de praticamente um ano e com tudo aquilo que me envolve no momento, alguém não desistiu de mim, não abriu mão de mim. Continua cá. Todos os dias. E se isso não diz tudo então não sei o que o fará dizer.
Sim, estou confusa com as notícias desta manhã, mas ao mesmo tempo tranquila porque, neste caso, o negativo sobrepõe-se ao positivo. E isso é bom. Agora é só uma questão de prevenção. Que vai levar longos meses, eu sei. E muita vigilância médica para aguentar a carga química. Mas, depois de ter sido apanhada na curva, já estou por tudo. O caminho é por aí? Então é por aí que vamos.
Agora é hora de dar o dia por terminado. Dar descanso ao corpo. Acalmar a mente. Amanhã é dia de acordar cedo e sair de casa para uma manhã de Yoga. E que também me tem feito tão bem. A todos os níveis.
O resto? Logo se vê. Mas é com um sorriso no rosto que olho para trás e percorro cada minuto desta sexta feira, até mesmo quando as notícias dos resultados me deixaram confusa…