Dias de Inverno no mês de Junho.
Também isto vai correr bem.
Dias de Inverno no mês de Junho.
Também isto vai correr bem.
Quantas vezes já disse a mim mesma que desistia de alguém ou alguma coisa para depois não cumprir?
Hoje decidi, mais uma vez, desistir de algo ou alguém.
Vamos ver quanto tempo dura desta vez… A verdade é que estou cansada. Cansada de esperar por algo que não chega, não acontece. Tenho feito a minha parte. Tenho a minha porta aberta. Não a vou fechar, mas não sei até que ponto é justo ficar à espera que algo aconteça quando não depende apenas de mim.
Desisto mais uma vez. Tenho que pensar mais (e de forma melhor) em mim.
Já basta o resto que não posso mudar e que não sei como vai resultar.
E era tão simples não desistir e manter-me no limbo. Como sempre. Como em tudo. Mas não é justo para mim. Por isso desisto e sigo caminho.
Até ver.
“The loneliest place on Earth”. A Depressão.
Ou quando os grandes também caem.
E é também isto que me assusta na nova fase terapêutica… Voltar a cair porque a distância obriga a mudanças demasiado grandes.
Vai correr tudo bem? Vai ter que correr.
Como com tudo, preciso de encaixar. E para isso preciso de tempo.
Hei-de aceitar.
Vai correr tudo bem.
Mais uma perda. E foge-me, de novo, o chão debaixo dos pés.
Não sendo uma perda completa, vai exigir toda uma nova adaptação que a distância exige. As tecnologias existem e aproximam quem está longe. Mas será que vai resultar…? Pode um processo terapêutico ter resultados à distância de um ecrã de computador? Falta tudo o resto. Falta tudo o resto, bolas…!
Também isto me trará algo de positivo. Vai-me forçar a reaprender a caminhar novamente sozinha. Vai-me obrigar a reagir de outra forma. E vai ter que ter algum resultado………
Para já procuro de novo o chão que me fugiu. Porque era uma segurança semanal que me estava garantida. Era um porto de abrigo. Era o meu espaço, o meu tempo. E agora, de repente, tudo muda. Especialmente o formato. E fica a apreensão.
Será que vai resultar? Não sei se aguento voltar tudo atrás… Não posso voltar tudo atrás. Seriam praticamente 2 anos de muito trabalho deitados fora e não pode ser.
Vai ter que resultar. Vai ter que correr bem. Mesmo que quase 300 km tentem atrapalhar um processo terapêutico que se sabe desde o início que é longo. Não vai parar aqui. Não vou parar aqui. Ainda não é tempo para a nota de alta.
Mais uma perda. E foge-me, de novo, o chão debaixo dos pés.
Ainda te lembras porque escreves todos os dias?
São as coisas pequeninas. São elas que te fazem escrever, ainda, todos os dias. E são também elas que me fazem parar para pensar e reflectir que, afinal, nem tudo é sempre tão mau como por vezes parece.
Das pequenas conquistas: voltar aos livros na mesa de cabeceira.
E vou esperando…até que um dia deixo de esperar.
Cansada da ansiedade que estes locais me provocam………
{………}