Category Archives: {#07.2018}

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resiliência | s. f.

re·si·li·ên·ci·a
(inglês resilience, do latim resilio, -ire, saltar para trás, voltar para trás, reduzir-se, afastar-se, ressaltar, brotar)

1. [Física] Propriedade de um corpo de recuperar a sua forma original após sofrer choque ou deformação.

2. [Figurado] Capacidade de superar, de recuperar de adversidades.

 

“resiliência”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/resili%C3%AAncia

4 anos depois, vou aos poucos voltando a ser eu, mesmo que uma nova eu com traços da eu de antes de 2014.

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Dia 1461. Depois de 42.

E continuas a faltar tu aqui. Sempre. Para sempre.

Amo-te muito, bebé. Mas estou melhor. Não quero que te preocupes comigo. Estou melhor do que há um ano. Dois. Três. Mas não 4, porque aí ainda te tinha.

Daqui a um ano estarei ainda melhor. Não te preocupes comigo, pode ser? Vou sempre sentir a tua falta, mas trago-te em mim, gravado na pele, e sempre dentro de mim.

Continuas a faltar tu. Mas já sei viver sem apenas sobreviver. Quero que te orgulhes de mim por cada pequeno passo que vou dando. Porque dou sempre contigo cada novo passo em diante.

1461 dias depois de 42. Mais serena, acredita em mim. Acredita na mãe, bebé. Mas vais sempre faltar-me tu.

Hoje, esta noite, vou experimentar voltar no tempo até este dia há 4 anos. Quando ainda estavas comigo. Não te sentia, era demasiado cedo para isso. Mas bastava-me saber-te em mim. A crescer. Vou fazer de conta que ainda estamos nesse dia, pelo menos por um momento, para te saber de novo em mim.

Fazes-me falta, mas já não choro. Não como chorava há um ano. Aliás, não me lembro quando foi que chorei a última vez. Estou uma crescida, bebé. Mas fazes-me sempre falta.

Dia 1461 depois de 42. Mas já preciso de fazer contas, somar os anos, para saber que dia é porque já não conto os dias. Mas não preciso de cábulas para me lembrar que foram 42 dias.

Solto-te por agora. Deixo-te voar. E despeço-me só por agora. Só por instantes. Sei que voltas sempre para mim.

Amo-te muito, bebé. E nunca te esqueças que és tudo para mim.

{#207.159}

Disto dos postais: não precisam de vir cheios de texto. Muitas vezes o simples gesto de enviar traz a mensagem toda.

{#206.160}

De vez em quando é importante olhar para trás. Voltar a outro tempo por breves momentos só para poder comparar o antes e o depois. Como quando navios faziam parte do dia a dia ou até mesmo quando eram esporádicos.

É importante olhar para trás e ver o lado positivo e também o outro lado. Porque é a ver ambos os lados que percebo o que quero e o que não quero.

Hoje lembrei-me do tempo dos navios. Mas podia ter-me lembrado de outros tempos, outras histórias, outras pessoas.

Olhar para trás é importante. Para ter a certeza de que o que quero mesmo é ir em frente.

{#205.161}

Grávidas à minha volta ainda são assunto tabu. Porque há 4 anos, nesta altura, eu ainda estava grávida.

Vou sorrindo e brincando, tentando não me aproximar demasiado. Porque, confesso, há uma parte de mim que gostaria de estar grávida novamente…… Mas não vai acontecer. Tenho que me habituar a essa ideia, por muito que me custe. Não vai acontecer.

{#204.162}

A ansiedade não mata. Mas mói e corrói. E chega a doer. Chega a sufocar. E somatiza-se de diversas formas, todas elas dolorosas.

Sei como lidar com a ansiedade. Sei que devo procurar a sua origem e combater aí o que me faz sufocar. O problema está em saber exactamente a origem e saber que nada posso fazer para resolver a questão.

É por isso que tantas vezes a ansiedade se faz presente durante demasiado tempo. Chega e deixa-se ficar, encostada, quase aninhada e preguiçosa. E eu lá vou seguindo com ela entranhada em mim até que um dia acalma só para voltar tudo novamente no dia seguinte.

A ansiedade não mata. Dizem. Mas faz estragos. Grandes, muitas vezes. Pequenos que, por serem muitos, se transformam em algo maior.

Lido com ela o melhor que sei ou o melhor que me é possível quando nada posso fazer.

Entretanto vou seguindo um dia de cada vez. À procura de soluções ou apenas de um dia melhor.

{#201.165}

Talvez lhe peça conselhos a ela. Mas aposto que serão iguais aos de todos os outros: falar.

O primeiro de todos os passos está dado, mesmo que eu ache que não foi percebido. Agora é esperar e torcer para que não corra como sempre correu: mal.

Quero tanto acreditar que, desta vez, vai ser diferente. Que vai correr bem.

Vai correr bem. Vai correr tudo bem.

{#199.167}

Deste dia há 4 anos…

Ainda me lembro. De tudo, desde o momento em que me disse “vou para aí” até ao momento em que saí do carro, passando por toda aquela conversa que quero esquecer.

Ainda me lembro de cada palavra, cada frase, cada gesto, cada música, cada lágrima.

Eu e a minha memória…

Lembro-me de tudo.

Mas já não dói tanto como doeu naquela noite e como ainda doía há um ano.

Estou uma crescida. E sou o orgulho de tanta gente.

Hoje arrisco-me a dizer (baixinho para não afugentar) que estou em paz com este dia. Com e este dia e talvez com outros também.

Cresci na escuridão dos últimos anos. Mas bolas, cresci! Foram, têm sido, 4 anos de luta. E acredito que posso dizer, finalmente, que estou a vencer essa luta.

Parabéns para mim!

{#198.168}

Como é que se combatem as inseguranças? Especialmente quando se conhece a imagem reflectida no espelho?

É insegurança, muita. É a insegurança que me mantém em silêncio e me faz guardar o que trago cá dentro.

É o medo. Da rejeição. De mais uma série de coisas.

Acima de tudo é insegurança. Como é que se combate uma insegurança quase infantil provocada por uma imagem reflectida no espelho?

Tão segura no que quero e, acima de tudo, do que não quero. Tão insegura no que diz respeito a mim mesma.

Como é que se combate isto? Alguém sabe…?

{#196.170}

Esta noite sonhei contigo. Mais uma vez. E repetiu-se, nesse sonho, algo que hoje já consigo imaginar sem me doer.

Talvez um dia te diga tudo o que tenho cá dentro, que te quero dizer e para o que me falta a coragem. Se tu já soubesses era tão mais fácil…

Esta noite sonhei contigo. Mais uma vez. E mais uma vez no sentido do que te quero dizer. Mas fico sem jeito. Fico insegura. Atabalhoada.

Como dizê-lo sem me magoar? Sem te magoar? Como fazê-lo? Nunca soube, continuo sem saber.

Um dia. Um dia ganho coragem e respiro fundo e fecho o olhos e solto tudo.

Mas não hoje…

{#194.172}

Guardo em mim todos os momentos bons. Quero mantê-los em mim, à flor da pele, por tanto tempo quanto me for possível.

Colecciono-os como boas memórias. Mas procuro mais do que apenas memórias. Para isso, no entanto, devia pôr em palavras o que sinto, o que trago cá dentro. Mas falta-me a coragem…

{#193.173}

Enviar postais é, também, enviar pedacinhos de Amor, aquele do A maiúsculo.

É também por isso que os envio. É também por isso que os recebo.

Já há muito tempo que não falo desse Amor, o tal do A maiúsculo, mas foi também ele que me fez chegar onde estou hoje.

{#192.174}

Percebi hoje que há caminhos que devem, de facto, ser percorridos sozinha. Com apoio, claro, mas são caminhos de introspecção, de estarmos sozinhos com nós mesmos. De perceber onde foi que errámos e o que podemos fazer para melhorar.

O percurso é penoso, além de solitário. Mas por vezes é necessário. Sejam 200 metros no santuário, sejam 4 anos numa vida.

Perceber isto e tanto mais num final de tarde. Num momento que foi bom do início ao fim.

Perceber que o meu caminho não tem sido em vão. E perceber que estou no final dos 200 metros e já posso olhar para trás com orgulho.

Foi bom. É bom. Sempre. Desde o primeiro dia.

E hoje… Hoje não foi diferente, tendo sido tão diferente.

Um momento bom. Que fica comigo.