Mais um dia a acordar de madrugada, ainda noite. E assistir ao nascer do dia da minha janela. Sem conseguir ver o nascer do Sol, é verdade, mas a acompanhar a música matinal dos pássaros que acordam com o chegar da manhã.
Segunda feira. Seria, normalmente, dia de trabalho. Mas já não é. Já não foi. Foi, isso sim, um dia sem rumo.
Uma passagem pelo parque para ir até ao Mar e desentorpecer as pernas depois de um ano de trabalho em casa, quase sem sair, mesmo ao fim de semana. Tenho que manter estes passeios. Estas breves caminhadas. E ir aumentando a distância assim vá aumentando também a resistência.
É o objectivo principal dos próximos dias: manter o corpo activo. A cabeça, essa, ainda não está preparada para os novos tempos, para a minha nova realidade. Tenho que a manter saudável. Mas tenho medo…
Ainda me lembro do estado miserável em que estava quando comecei a trabalhar. Sei que muita coisa mudou em mim de lá para cá. Mas tenho medo de voltar a um estado parecido.
Estar sem rumo não é bom. E é isso que me deixa com medo. Mas é assim que estou neste momento: sem rumo.
Vai melhorar. Vai ter que melhorar. Porque vai ter que correr tudo bem. Não pode ser de outra forma.