Category Archives: {Me me me!}

{#223.143.2023}

Domingo e dia de consulta com o terapeuta fofinho. Que me atura, me deixa falar, onde todos os assuntos podem (e devem) virtual à baila. E onde, tantas vezes, também há lugar para bossa notícias. Como hoje. E eu sou tão menina para ficar feliz pelos outros! E fiquei! Eu estou! Muito!

Depois da consulta almoço com a família de adopção, aquela que adoptámos e nos adoptou.

À tarde, o nada. Não fazer nada. Adiar o que tinha que fazer. I’m telefonema recebido e, novamente, a certeza que esta nada hora de mudar. E, por isso mesmo, aquilo não tanto adiei foi-me feito hoje. Atirei o barro à parede. Bati a portas. No fundo, enviei currículos. Agora é acreditar que alguma coisa vai resultar. Porque onde estou está em fazer-me mais mala do que bem…

Mas tenho a sorteio de ter comigo quem melhor valoriza. E é disso é que eu preciso, ser valorizada, no trabalho e/ou fora dele. E neste caso é o que acontece. E é tão bom que a maiores parte das vezes me esqueço que existe um enorme mas…

Está mais do que na hora de dormir, mas a vontade é quase nula porque amanhã é dia de regresso ao trabalho e estou a somatizar o stress….

Mas vai correr tudo bem

{Dia Mundial da Prevenção do Suicídio}

10 de Setembro. Dia mundial da prevenção do suicídio. Porque é (sempre) importante falar da prevenção e, acima de tudo, é (sempre) importante falar da saúde mental.

Porque ninguém está sozinho. Mesmo que sinta que está.
Às vezes basta saber ouvir. Querer ouvir. Simplesmente ouvir. Porque a ideação suicida pode estar lá. E é importante também estar lá para quem sente que está à beira do limite.

Saber ouvir é importante, mas também é importante saber ler nas entrelinhas. Porque a ajuda pode estar já ali.

Eu pedi ajuda tantas vezes, mesmo que não explicitamente. E encontrei essa ajuda. Que estava já ali. Porque alguém soube ouvir, mas também soube ler nas entrelinhas.

E, tantos anos, depois confirmei o que suspeitaram na altura. Sim, tantas vezes senti que estava à beira do limite. E estava. Mas a ajuda surgiu. E mantém-se até hoje.

Já não tenho ideação suicida, mas não deixo de pegar neste assunto: saúde mental. Porque NINGUÉM está sozinho.

E no processo aprendi a importância de tirar os olhos do chão…

{#248.118.2023}

Terça feira e o peso do cansaço. E a dúvida sobre se realmente recuperei daquele estado que me levo a estar dois meses e meio de baixa em casa. Começo a achar que não. O cansaço físico acabo por ser ultrapassado, mas o cansaço mental, cuja presença se nota nas pequenas coisas, esse sinto-o cá. Hoje não foi fácil lidar com coisas tão simples como, no autocarro, sentir-me incomodada com alguém a ter uma conversa bao telefone e ser provavelmente americano

Seja como for, a música é importante e hoje, não foi excepção

Amd

{da frustração…}

Adeus, Campo Pequeno, até amanhã. Hoje não me apetece fotografar-te. Hoje magoaste-me, mesmo sem saberes e talvez até sem intenção. Mas agora é momento de lamber as feridas.

Sei que sou mais e melhor do que me fazem querer acreditar. Sei que sou capaz de muito mais do que atender o telefone com um cronómetro ligado ao sistema. Sei que tenho tanto mais para dar. E sei que posso ser tudo o que quiserem desde que me valorizem e me dêem uma oportunidade.

Hoje fechou-se aquela porta que se entreabriu há meses. Que eu quis sempre acreditar, mesmo ao fim deste tempo todo, que seria para eu atravessar. Não é.

Um stand-by que todos sabemos que quer dizer um redondo não. E, apesar de estar habituada à frustração, a de hoje é maior porque não fui eu que fui à procura, mas fui eu que fui procurada com grande entusiasmo. Se calhar até demais. E deixei-me levar por esse entusiasmo e esse ânimo por não duvidar, nem por um momento, que tinha tudo para correr bem.

Não correu.

É hora de lamber as feridas. Por hoje é assim. Mas, já amanhã, volto à luta com tudo o que tenho e tudo o que sou.

Não, Campo Pequeno, hoje não me apetece dedicar-te atenção. Preciso de tempo para processar, digerir e só depois gerir a frustração. Mas amanhã, já sabes, hei-de passar aí novamente. E um dia volto a dedicar-te a minha atenção. Só não hoje. Não ainda. Não já.

{Ar condicionado}

Gosto de pensar que não tenho inimigos. Tenho, claro, pessoas que não gostam de mim. Já tive, noutros tempos, pessoas que não gostavam de mim nem pintada de ouro e que tinham por mim uma inveja doentia e durante algum tempo (muito tempo, demasiado tempo) tentaram fazer-me a vida negra com foco no meu trabalho. Tentaram, e algumas vezes com êxito, virar pessoas contra mim e que, de facto, deixaram de me falar. Hoje ao olhar para trás percebo que é para o lado que durmo melhor em relação a quem deixou de estar e preferiu dar ouvidos a quem não media o seu ódio e a sua inveja (que eu nunca entendi) por mim. E, lá está, o foco era o meu trabalho.

Hoje o meu trabalho é outro. E esse foco já não existe. E espero que o ódio e a inveja se mantenham bem longe! Porém, se por acaso se lembrarem de focar novamente no meu trabalho, lembrem-se disto: tenho um ar condicionado capaz de congelar pessoas mesmo por cima de mim! E não tenho medo de o utilizar em quem tem demasiado tempo livre nas mãos.

Obrigada e boa tarde!

{#198.168.2023}

Eu às vezes meto-me em cada uma que chegam a parecer duas… Mas felizmente acabam por durar pouco.

O que, pelos vistos, não dura pouco é este cansaço absurdo que tenho em cima de mim. Foi só uma semana de trabalho, mas parece que voltei ao início desta fase menos boa: o Burnout.

Até quinta feira manhã tenho que receber o relatório da Ressonância Magnética mas parece estar a ser um parto difícil e eu insisto por telefone sem sucesso…

E hoje tive direito a fazer algo que há meses: conversei com quem anda distraído. Ou, pelo menos

É-me 5 the Itty u 4aaqmm

1994, 28 anos depois

E, esta tarde, em conversa fiz uma pequena viagem até ao Verão de 1994. Aquele Verão em que fui à praia duas vezes porque estava a passar férias em casa do meu pai com piscina à disposição no último piso do prédio. Praia cheia de gente para quê, se tinha a piscina?
Lembrei-me, também, daquela viagem às urgências de Santa Maria com o meu primeiro ataque de pânico, em que jurava que ia morrer. E lá, na urgência, sempre com o polícia atrás de mim porque o meu comportamento era “suspeito” (pudera! Para todos os efeitos estava a morrer!), a médica que me atende a primeira coisa que soube perguntar foi “então? O que é que meteste desta vez? Coca? Anfetaminas? Foi o quê?”
Simpática, portanto. Baseada no meu aspecto rebelde, apenas, e no comportamento de quem achava (mesmo!) que ia morrer. Passava largamente das 4h da manhã quando fui atendida. Perdi a conta ao número de murros e pontapés que dei naquelas paredes do corredor das urgências porque não sentia os pés e as mãos. E lembroo-me de arranhar os braços e a cara porque também não os sentia. Tudo era um formigueiro. E eu tinha que me sentir.

Não morri. Tinha um exame no dia seguinte e foi isso que fez disparar a ansiedade e disparatar para o ataque de pânico. Na consulta de urgência, depois daquela simpática pergunta, tudo passou e normalizou depois de responder “tenho um exame amanhã”. Deram-me um calmante de dose cavalar e alta. Eram 6h da manhã quando procurei por um táxi à porta do hospital. Táxis havia. Não havia era taxistas, que estavam mais preocupados em jogar à moeda (a dinheiro, claro) do que em apanhar passageiros. A falta que a Uber fazia naquele tempo e não sabíamos…

Fiz o exame. Não me lembro da nota. Mas, sendo um exame (prova global) de História do 10• ano, só pode ter corrido mal…🙄 não o suficiente para chumbar o ano, mas sei que História nunca foi o meu forte.

Começou assim aquele Verão de 1994. Em que a ansiedade e os ataques de pânico eram presença constante. Especialmente à noite, quando saía com a minha mãe para o meio da multidão. Ansiedade e ataques de pânico aos 17 anos em 1994? Quando ainda não se falava disso? Era todo um mundo novo desconhecido e assustador.

Mas depois havia a piscina. E foi lá, na piscina, que conheci aquele escocês de cabelo preto e olhos azuis por quem acabei por me apaixonar. E o resto do Verão foi tudo o que tinha que ser quando se tem 17 anos e uma piscina à disposição e as hormonas típicas da idade. E a rebeldia que me fez meter a mochila às costas e as Doc Martens nos pés uns meses mais tarde para cumprir as promessas desse Verão.

28 anos depois (como assim, 28 anos?), para variar não me esqueço de pormenor nenhum (a minha memória chega a ser assustadora…).
Gostava de saber dele (não, o Facebook não ajudou…🙄) e dos irmãos. Just because. Mas valem-me as memórias de um Verão adolescente com muito para contar.

E não, os ataques de pânico não me impediram de ir sozinha, de comboio aos 17 anos, até Bruxelas atrás de um escocês de cabelo preto e olhos azuis.

Se fosse hoje? Fazia tudo igual. Desde os murros e pontapés na urgência do hospital, passando pelo Verão na piscina até à viagem a Bruxelas. Mas desta vez (já) ia de avião.

Posso já não ter 17 anos no Cartão de Cidadão, mas não ando muito longe na minha cabeça.

Valem as memórias. E as histórias para contar. Essas ninguém mas tira. E isso é tão bom.

{#190.176.2022}

Sábado e o exame à porta. Dediquei-me ao estudo, claro. Não tanto quanto gostaria, mas com o cansaço acumulado e o calor abrasador não deu para muito mais. Testes vários, com avaliação positiva, mas queria mais. Queria melhor. Ainda tenho o dia de amanhã inteiro para rever pontos necessários e a noite de segunda feira para as últimas revisões. Vai correr bem. Vai ter que correr bem, não vai poder ser de outra forma.

Hoje queria muito um retorno por muito rápido que fosse em jeito de aconchego. Não aconteceu até agora, não vai acontecer hoje. Amanhã logo se vê.

Agora? Vou pegar nos manuais e vou continuar a estudar até não aguentar mais o sono. Amanhã será novo dia de estudo depois da consulta matinal. E depois logo se vê como será o dia.

{#32.334.2022}

Terça feira. Novamente um dia de trabalho cheio. Novamente uma noite interrompida. Novamente o retorno. Curto, rápido, mas retorno. É por continuar a haver retorno, por muito rápido e muito curto, que não desisto dos rituais.

E por isso, esta noite mantenho o hábito e o ritual. É importante para mim mantê-lo. Faz-me sentir bem. E faz-me sentido. E enquanto me fizer sentido, enquanto me fizer bem começar o dia com um bom dia e terminar com um boa noite, repito o ritual que dura desde o primeiro dia, há quatro anos.

Sim, gosto de sentir o que sinto. Acho que não me faz mal nenhum gostar disto. E não me faz mal o que isto é. É o que é, é certo, mas é bom.

Amanhã será mais um dia de rituais. E nem por isso será pior. Desde que haja retorno, por muito rápido e muito curto que possa ser. É bom e faz-me ganhar o dia saber que do outro lado há retorno. Sei que de vez em quando há silêncio, mas também sei que não é permanente e sei que se eu desaparecer, a minha ausência é notada. E saber isso é bom.

Sim, amanhã será um dia bom. E hoje também foi, mesmo com muito trabalho. E a noite, mesmo que venha a ser interrompida novamente, vai ser boa porque faço a minha parte: o ritual nocturno de desejar uma boa noite.

E é a isto que se resumem os meus dias: trabalho, rituais e retorno. Mas sempre, e acima de tudo, o retorno.

{#08.358.2021}

Ainda o frio. Claro que ainda o frio. Que faz com que não me sinta bem e desperta a hipocondríaca que há em mim.

Vai correr tudo bem. São ainda muitos dias até este frio imenso passar, mas vai correr tudo bem. E a hipocondríaca que há em mim vai ter que se acalmar.

Hoje não tive coragem ou sequer vontade de sair de casa depois do trabalho como costumo fazer. Tudo por causa do frio. Não devo sair no fim de semana também, embora tenha vontade de apanhar um pouco de Sol. Mas não tenho vontade do frio.

Não sei quando volto a sair. Vem aí novo confinamento que não deve tardar a começar e sair de casa vai ser coisa que não vai acontecer tão cedo. Até poder voltar a sair vou ter que aprender a lidar com a ansiedade do frio. Porque do que sinto mesmo falta é do Sol. E de calor qb, daquele calor que aconchega sem sufocar.

Está demasiado frio. A minha casa é demasiado fria. É uma combinação perigosa. Mas é com ela que agora tenho que lidar.

Vai correr tudo bem. Também ao frio vou sobreviver e, espera-se, sem danos de maior. Até lá, vou guardando as saudades do Sol.

{#115.252.2020}

Fim de formação, início de actividade nova. O friozinho na barriga de novos começos.

E é de novos começos que se trata. Novas experiências. Novos contactos e conhecimentos.

E, mais uma vez, o friozinho na barriga.

Gosto desse friozinho. Mas tenho saudades das borboletas. As borboletas na barriga da antecipação de encontros que agora não podem acontecer. Nem sei se alguma vez se irão repetir. Com muita pena minha…

São saudades que batem de vez em quando. Daqueles que trago comigo, em mim.

{#89.278.2020}

Estou cansada… Já não sei o que é dormir uma noite inteira. Tenho saudades de ver pessoas. De sair de casa. De beber um café.

Estou cansada. E ainda agora isto começou.

{#84.283.2020}

Não está fácil…

E a tendência é para piorar com as notícias que vão chegando.

Mas vai melhorar… Vai ter que melhorar.

{#81.286.2020}

Ninguém solta a mão de ninguém. Por favor.

Hoje foi um dia estranho. Falta-me a rotina do trabalho que, felizmente, tenho durante a semana, mesmo que em casa. Ao fim de semana, como sempre, faz-me falta fazer algo diferente. E agora ainda mais.

Não saí, embora a vontade fosse mais que muita. Mas não pode ser…

Preciso tanto de ver gente. De falar com gente. E não acontece. Não pode acontecer. Mas tem que acontecer. Nem que seja online, como acontece com o terapeuta fofinho como esta manhã.

Ninguém solta a mão de ninguém, por favor. Preciso que não soltem a minha…

{#74.293.2020}

Isolamento social. Vai ser um teste difícil à saúde mental de todos. Para mim não vai ser fácil. Já não está a ser.

E ainda agora começou…

{#258.108.2019}

Os domingos são, por norma, dia de recolhimento. Hoje, claro, não foi excepção.

Mas cada vez gosto menos de domingos. Prefiro mil vezes ter que sair de casa com horas marcadas para alguma coisa do que estar recolhida todo o dia, tendo que me obrigar a sair para um café para não dar o dia como totalmente perdido.

Nem que essa saída com horas marcadas aconteça ao sábado. Para conseguir valorizar o domingo.

Melhores domingos virão. Espero que no Outono que se aproxima seja melhor.

{#331.35}

Somatização. É o que me dói. E mói.

Tento não pensar. Tento não sentir. Mas não é fácil o que a ansiedade me traz.

Mas seja. Não me deixo ficar e sigo em frente, tantas vezes a grande custo. Mas sigo.

Talvez um dia deixe de somatizar. Até lá, um dia atrás do outro atrás do um.

{#219.147}

A ansiedade não mata. Mas mói. Quando acompanhada por um descontrolo hormonal que torna o ritmo cardíaco em algo irregular, é uma mistura explosiva para aumentar o desconforto.

Dá vontade de chorar. Sem motivo que não o facto de estar farta de ser controlada pela hormona em défice e a ansiedade em excesso.

Dá vontade de vomitar pelo mesmo motivo.

E é também o mesmo motivo que dá vontade de ficar fechada em casa, longe de tudo e todos.

Recorrer a urgência hospitalar é o limite. E as salas de espera dos hospitais são dos locais mais solitários que existem. Assim como a ansiedade que não sendo um lugar é algo extremamente solitário. É um processo passado a sós. Quem está por dentro entende a generalidade dos sintomas mas não as causas. E quem está por fora desconhece tudo o que esta realidade comporta.

Apetece-me chorar. Apetece-me vomitar o jantar que entrou a tanto custo. Apetece-me esconder do Mundo e ficar só eu, em casa, no meu quarto, na minha cama.

Sair de casa é uma tormenta. Seja para ir trabalhar, seja para ir só ao café. É sair da zona de conforto. É sair para onde estou exposta. A tudo.

Quero, mas não posso, ficar sossegada no meu canto enquanto tudo isto que somatizo se resolve. Até a ansiedade abrandar, até a hormona sintética fazer efeito.

Estou cansada. De não conseguir ser mais e melhor que isto.

Tão cansada disto tudo…

Até quando vou ter que lidar com a ansiedade?

{segredo}

Sabes qual é o segredo? É seres igual a ti própria, com todas as características que fazem de ti quem tu és. Não importa o que és mas sim quem és. E és tu, assim, sem mais,sem menos do tu simples tu.

O que é um rótulo se não uma etiqueta que aponta apenas partes do todo? És tão mais do que isso.

Lembra-te sempre: és tu tal como és. Há os que gostam e os que não gostam. Mas os que não gostam não fazem falta e tu sabes deixá-los ir. Sobram os que gostam.

E porque é que gostam? Porque tu és tu. Não serias tu se fosses outra. E não seria por ti que os que gostam ficam.

Não te esqueças. O segredo é seres tu.

No fundo, o segredo és tu. Só tu. Sem mais. Sem menos.

Só tu.