{#318.048.2023}

Terça feira, aquele dia em que nada aconteceu. Ou melhor, aconteceu tatuagem na memória, mas essa guardo comigo, para mim. Tirando isso, nada.

Mas hoje fiz aquilo que há 6 meses não conseguia: dormir. Noite interrompida, claro, para acordar de manhã já não sei a que horas. Voltar a dormir. Acordar. Adormecer no sofá…

Hoje não houve momento na esplanada, não houve café na rua ao fim do dia, quase não houve ida à rua. E a única que houve foi tão rápida e curta que nem devia contar…

Mas houve tatuagem na memória. E cada vez mais há a certeza de que a vontade é para concretizar. Não sei como, não sei quando, sei apenas que é para tornar realidade. Logo se vê. Não nego que, como está, está a ser muito bom. É ter, à distância de um clique, muito mais do que alguma vez ousei imaginar ser possível. Mas é. Ainda não me atrevo a dar-lhe um nome. Nem precisa. Mas é muito e é bom. O que faz com que seja muito bom.

À distância de um clique está um mundo. Um mundo de coisas boas. Que vivencio a cada segundo. E sinto. Permito-me sentir. Sem medos, sem receios, que seriam naturais mas que nunca surgiram. Porque me sinto segura à distância de um clique.

Terça feira em que nada, para além de nova tatuagem na memória, aconteceu. E, no entanto, sinto-me cansada como se tivesse sido um dia corrido. Pouco passa das 22h15m e sinto-me a adormecer aos poucos… É também parte do meu processo de metamorfose.

Amanhã será melhor. Amanhã tenho que sair ao fim da tarde para a aula de Yoga, por isso amanhã saio de casa ao contrário do que aconteceu hoje. Agora é hora de enroscar e aninhar e descansar de não sei o quê. Mas sim, amanhã será melhor.

{#317.049.2023}

Hoje não há Lua. Visível, pelo menos. Noite de Lua Nova com planetas facilmente encontrados ao olhar para cima. Quais são, não faço ideia. O que sei é que gosto sempre de os encontrar.


Lua Nova. Fim de um ciclo, início de outro. E eu, em processo de metamorfose, só peço que o novo ciclo seja de transformação para borboleta. Não me apetece nada a metamorfose do sapo…

Seja como for, qualquer metamorfose passa por momentos menos agradáveis antes de terminado o processo de transformação. E é exactamente aí que estou neste momento.
Por agora é continuar o meu caminho. O meu processo. E continuar a olhar para cima e ficar sempre encantada com os planetas em noite de Lua Nova. E quando a Lua voltar a ser visível, manter o encanto de a poder observar.

E, pelo caminho, há aquela vontade enorme de gravar tatuagens na memória. Tatuagens que ficam gravadas e fazem sorrir. Ou, até, sonhar. Sonhar com um momento que sei, sabemos, ser difícil de acontecer. Mas que não é totalmente impossível.

Até lá, vou olhando para cima. Porque sei que o que vejo daqui também é visível à distância de um clique. Hoje planetas. Brevemente a Lua. E um dia tatuagens na memória.

{#316.050.2023}

Domingo muito preguiçoso. Conseguir dormir até tarde depois de mais uma noite interrompida…

Sair ao final do dia para beber um café e apanhar um bocadinho de ar. E, ainda no elevador, querer fugir de volta para casa. Há muito tempo que não acontecia. Mas também não é habitual o que aconteceu que me fez querer voltar para casa. Mas, mãos uma vez, disse a mim mesma que não é a ansiedade ou o que seja que vai controlar a minha vida. Sou eu. Parei, respirei fundo e saí. Foi fácil? Nunca é.

Não entendo o que se passou. Sei que não gostei. Mas também sei que voltar para casa era a opção mais fácil e que não me iria levar a lado nenhum. Recordo ainda o tempo das crises de pânico, em que cada uma era mais forte que a anterior, mesmo em casa. E já nessa altura a opção foi sempre de sair de casa e ir! Fosse para onde fosse, voltar para casa não era opção. E foi assim que consegui lidar com os ataques de pânico e crises de ansiedade. O que aconteceu hoje não foi nem de longe tão forte como um desses cenários e nem me atrevo a dizer que foi ansiedade, porque não foi. Foi apenas uma tontura que não sei de onde veio, mas que me fez parar e equacionar se ia à rua ou voltava para casa. Voltar para casa era o mais fácil. Optei por ir à rua. O caminho mais fácil não é para mim.

Fui, mas sempre à espera que se repetisse. Não repetiu. Fiquei no café o tempo que quis até sentir que estava farta de estar ali. E voltei para casa sempre à espera de sentir tudo a fugir novamente. Não aconteceu, felizmente.

Mas o que aconteceu hoje foi uma espécie de lembrete que, venha o que vier, vou sempre seguir o meu caminho, que não será necessariamente o mais fácil.

Enfim…amanhã logo se vê. Mas será melhor. Porque eu quero que assim seja. Por hoje nada mais há a registar.

{#315.051.2023}

Sábado, dia de Yoga. Que é aquela actividade que já sei que vai doer mas vou na mesma. Aliás, não me vejo a não ir. O caminho até lá é lento apesar de não ser tão longe assim. O caminho de regresso é mais lento ainda e dorido. Mas vou. E só eu sei o quanto me custa percorrer o caminho, na ida mas especialmente na volta..

A tarde tinha tudo para ser aborrecida. Mas foi decidido que a melhor opção era sair e ir. Foram 2 horas na rua, 4 km percorridos a juntar aos 2,5 km feitos de manhã. E confirmei nesses 4 km a dificuldade que tenho em simplesmente andar. A direito já sei que não acontece. Mas ter que parar para recuperar o equilíbrio consegue ser frustrante. E, ao longo desses 4 km, a vontade de chorar intensificou-se. Por pura frustração.

Sei que pode não ser nada, que pode ser só a minha ansiedade de mãos dadas com a hipocondria a fazer filmes. Mas, seja lá o que for, o sentimento agora é de pura frustração. Porque andar está difícil.

Agora é recuperar do rolo compressor que me atropelou e amanhã logo se vê.

{#314.052.2023}

Sexta feira, um dia que, em parte, não foi igual aos outros. Pelo menos até à hora de almoço.

Sair de casa antes do Sol nascer. Enfrentar o trânsito para Lisboa. Chegar cedo. Fazer tempo antes de seguir para o hospital para uma consulta que foi marcada há mais de um ano. Dermatologia.

Pouco tempo depois da hora marcada, sou chamada. Alunos a assistir. Médico que é professor. Uma consulta que foi uma aula.

Observada. “Este aqui é normal e agora pomos isto e dentro de dias vai cair, não tem que se preocupar”. Mas este aqui é estranho e tem que ser retirado e analisado em laboratório. Mais uma coisa para atiçar a minha ansiedade…

Pequena cirurgia a acontecer muito em breve, mas os resultados demoram mais de 2 meses… Quero muito acreditar que não será nada. Mas porra…a ansiedade e a hipocondria não me vão dar descanso.

Regressar a casa e mais uma tarde sem História ou histórias. Mas, à distância de um clique, está lá o que me falta aqui do meu lado. E ainda bem que está.

Sexta feira longa e interminável, pelo menos de manhã. Agora é hora de enroscar e aninhar e tentar dormir. Estou demasiado alerta, dormir não vai ser tarefa fácil. Mas preciso de descansar…

Amanhã? Yoga pela manhã. O resto do dia logo se vê. Mas vai dar para descansar e recuperar do dia de hoje.

{#313.053.2023}

Quarta feira, dia do meio, dia nim, nem não nem sim. Mais um dia igual aos outros, para variar…

A única diferença: falar com quem já me foi mais importante e de quem aprendi a afastar-me. Foram 5 anos a acreditar no que nunca seria possível. Na passagem de ano decidi soltar e deixar ir. Foi fácil? Não. Mas foi preciso. E, ao soltar e deixar ir, libertei-me não sei do quê e tanta coisa mudou.

Falámos hoje por causa do meu CV, que precisa de ser retocado. Foi visto, analisado e precisa de ser melhorado. Voltámos ao registo “um dia destes” bebemos um café (a parte do jantar falada há praticamente um ano já não está em cima da mesa) para vermos os dois a melhorar forma de fazer um upgrade ao CV. Mas a conclusão é a de sempre: “valorizas-te pouco”. É. É uma característica transversal a todas as áreas, não apenas a profissional. É verdade. E é aí que preciso de ajuda no CV. Nas outras áreas tenho feito um esforço para me valorizar mais. Mas não é fácil…

Por outro lado, sei que à distância de um clique há quem me veja como um todo que poucos vêem… E também por isso o sorriso me sai tão facilmente. E o brilhozinho nos olhos também.

Não me arrependo da decisão de soltar e deixar ir tomada na noite de passagem de ano. Foi um email que demorou algumas horas a ser escrito. No final foram 5 páginas onde tudo foi falado. Onde tudo foi dito. Porque eu não consigo encerrar capítulos de outra forma. E este capítulo foi encerrado como tinha que ser. Venha agora o café para retocar o CV e amigos como antes.

Sim, eu sou a primeira a desvalorizar-me quando tenho que me vender. Mas sei que sou muito mais do que digo. Agora é acreditar que do outro lado, aquele que se ofereceu para me rever o CV, saiba exactamente como me vender melhor do que eu. Vamos ver… Um dia destes.

Amanhã, consulta de manhã. Ainda não a consulta. Aquela que preciso rapidamente e que aguardo impacientemente. De resto será um dia mais ocupado. Pelo menos a manhã. O resto logo se vê. Mas ter a manhã ocupada já vai ser bom.

Agora é hora de enroscar e aninhar. Amanhã começa muito cedo.

{3652 dias depois}

Foi há 10 anos que acordei com aquele telefonema com aquela notícia que ninguém quer. Com aquela notícia que, nos primeiros minutos, não percebi porque desconhecia toda a realidade. Só ao segundo telefonema, esse feito por mim, percebi que não, não tínhamos perdido alguém. Foi no segundo telefonema que percebi que nos tinham roubado alguém.

Ainda me lembro do gelo que senti a percorrer-me o corpo de cima a baixo quando me disseram “foi uma facada”…

Há 10 anos, a esta hora, já estava onde tinha que estar: em Mafra, junto dos meus tios, e a viver o episódio mais surreal da minha vida. E a precisar de colo. Ou simplesmente de um abraço.

Lembro-me de pedir que alguém fosse ter comigo. De Lisboa a Mafra não é longe. Ninguém foi…

Foi há 10 anos. Dez. 3652 dias. Foi como se tivesse sido ontem. O nosso Mundo ruiu. Virou-se do avesso. Aprendemos que, às vezes, os outros somos nós. Mas estamos todos cá para contar a história. Todos? Não. Falta, continua a faltar, vai faltar sempre e para sempre o Alexandre.

Que merda.

10 anos. Dez. Como se fosse hoje…

{#312.054.2023}

Quarta feira. E, se não nomear os dias da semana, arrisco-me a não saber a quantas ando…

Mais um dia igual aos outros, que não teve histórias ou História. Tirando a aula de Yoga ao final do dia, nada se passou. É verdade que decidi arriscar uma rede nova para mim, quem sabe o que poderá vir dali. É uma rede para perfis profissionais, alguma coisa boa poderá surgir.

Morri um bocadinho no final da aula de Yoga, que apesar de ser uma aula restaurativa não deixou de ser puxada. Recupero agora, já na cama, deitada em posição fetal para compensar o trabalho da lombar no relaxamento. Porque hoje a lombar deu sinal. E não é bom…

Os meus dias estão de tal forma interessantes que o ponto mais alto é o esforço da lombar numa posição de relaxamento. Ou então sou eu a fazer de conta que está tudo bem, tranquilo e controlado. Não está. Mas façamos de conta que sim.

Amanhã? Há-de ser outro dia igual aos outros. Ou, com sorte, há-de ser melhor. Logo se vê. Entretanto, é encolher os ombros, sorrir e acenar. E manter-me em posição fetal por mais uns minutos. Esta posição serve para compensar o esforço da lombar, mas serve também para me sentir mais aconchegada e, até, protegida. E remete-me rapidamente para aquela conchinha de bichinho de conta que encontro à distância de um clique…

Sim, amanhã será melhor. Porque sim, porque também e porque eu quero.

{#311.055.2023}

Terça feira inútil. Mais uma vez a ver o tempo passar. Isto faz-me lembrar outros tempos, daqueles que não quero de volta. Sei o que tenho que fazer para que o dia volte a ter algum significado. Mas sinto-me demasiado presa… Como se estivesse enredada numa teia que me acolhe e me embala como se fosse confortável permanecer onde estou. Não é.

A minha cabeça também não é um bom local para estar. Tem demasiado ruído. Demasiada confusão. Um burburinho sem fim…

Resta-me a música, sempre presente, para abafar este ruído, esta confusão. Mas não o consegue completamente. O burburinho sobressai mais do que gostaria. E não há como desligar este caos que me inunda.

Quero dar um passo em frente. Preciso de o fazer. Mas perdi o Norte. Perdi o rumo algures pelo caminho. E, dessa forma, fica difícil dar um passo firme e seguro se nem sei para onde vou.

Estou cansada. Cansada disto e do que me trouxe até aqui. Seja isto o que for, que ainda hoje não sei, seja aqui onde for, que nem sei onde estou. Sei que é um isto confuso e um aqui demasiado confortável. E eu já me senti assim confortável antes. Mas nunca foi um confortável bom. Foi sempre uma montanha russa comboio fantasma que não precisa de moedas. Mas que, mesmo assim, era confortável. E agora, por já ser um sítio conhecido, consegue ser ainda mais confortável.

Sei que preciso dar a volta a isto. Mas fica difícil quando não consigo sequer nomear o que é isto…só sei que é demasiado confortável, mesmo não sendo bom.

Mais um dia absolutamente inútil. Vazio. Sem nada. Um dia a preto e branco. Sem detalhes de cor. Sem rumo. Sem nada, no fundo. E eu estou cansada disto.

Preciso de ajuda para sair disto. Sair daqui. Deste aqui que me prende. Que não me deixa caminhar. Que não me deixa ser mais e melhor. Sim, preciso de ajuda. Sozinha já percebi que não avanço. Também não recuo. Fico estática onde estou. À espera não sei do quê. Mas sem saber que rumo tomar, que passo dar, sem saber nada de nada.

Eu sou mais do que isto. Sempre fui. Mas, de alguma forma, caí nesta armadilha. E fui-me deixando ficar. Não posso, eu sei. Não posso. Não posso. Não posso! Mas já não sei o que fazer, como fazer. Quero os meus dias de volta. Com cores. Com detalhes. Com rumo. Quero voltar a dar passos firmes e seguros. Mas sei que, por ali, o risco de voltar aqui é grande…e não quero voltar aqui. Quero sair daqui, mas com alguma garantia que não volto. E é essa garantia que não tenho. E preciso de ter.

Já não sei o que fazer…a verdade, por muito que custe admiti-lo, é essa. Mas não posso, também, permitir que esse não saber me prenda ainda mais…

Não, por hoje não posso fazer mais nada. Mas amanhã…amanhã tenho que procurar um novo rumo. Por hoje já chega de me sentir mal com isto. Amanhã. Amanhã será melhor. E vou ter que desenredar a teia que me prende e voltar a movimentar-me. Dê por onde der.

{#310.056.2023}

Dia de ver o tempo passar. Nada mais do que isso. E não pode ser… Mas é o que tem sido. Sei que tenho um lugar à minha espera. Mas ainda não me sinto com capacidade para voltar…

E a vontade de chorar não me larga. Fazê-lo não acontece. Mas, se acontecesse, iria aliviar esta pressão que sinto em cima de mim…

Amanhã tenho que ver o tempo passar de outra forma. Tenho que voltar a sentir que estou cá para fazer alguma coisa de útil. Sei perfeitamente o que devia estar a fazer das 9h às 18h. Mas não consigo sequer pensar que ainda sou capaz. E isso assusta-me. Aliás, todo o cenário do momento me assusta. E por isso recuso-me a pensar nisso.

Amanhã. Amanhã será melhor. Amanhã vou novamente tratar de procurar alternativas. Amanhã. Logo se vê. Mas não posso continuar a desperdiçar o meu tempo como tenho feito. Especialmente porque eu não tenho tempo para perder Tempo.

Por outro lado e noutro campo absolutamente diferente, tentei esclarecer (e esclareci) aquele passo maior que as pernas. Agora é esperar para ver. Não sei o que vai sair dali. Ou sequer quando vai sair dali alguma coisa. O que sei é que é a vida a acontecer. E eu tenho que permitir que a vida aconteça por si mesma.

Amanhã. Será melhor. Logo se vê como, mas será melhor. Por hoje já chega de ver o tempo passar.

{#309.057.2023}

Costumo dizer que o Sábado é o dia mais aborrecido da semana. Mas a verdade é que este Domingo superou muitos sábados aborrecidos. Houve consulta com o terapeuta fofinho de manhã, claro, mas depois disso o tempo passou devagar, devagarinho, quase parado…

…e, como boa overthinker que sou, levei o dia inteiro a pensar no mesmo. E com vontade de antecipar e resolver e falar com quem de direito e dizer que não sou adepta de dar passos maiores do que as pernas, que a coisa para resultar tem que ser devagar, sem pressas, dando um passo de cada vez. Mas estou muito tentada a avançar. E, quem sabe, se resultar até dar esse tal passo enorme.

Não páro de pensar no mesmo e não é de agora. Mas agora é, a meu ver, o momento certo. Para dar o primeiro passo. Para começar devagar. E tentar perceber se pode ou não resultar.

Sei que penso demasiado sobre cada coisa que me surge e há quem diga que eu, por pensar demasiado, acabo por complicar. Não é verdade. Muito menos neste caso concreto. Só quero dar hipóteses a algo, mas não quero esperar por um momento que, sendo o momento ou não, implica dar um passo maior do que as pernas.

Gosto de ter algum controlo sobre o que vai surgindo. Gosto de surpresas também, mas não de dar passos maiores do que as pernas. Ou de pôr o carro à frente dos bois. Uma coisa de cada vez. Começar a caminhar devagar, um passo atrás do outro. Apalpar terreno. E tentar perceber se é possível, se corre como previsto.

Sim, como boa overthinker que sou não páro de pensar no mesmo. Hoje já não vou dizer nada, já não são horas para uma conversa que, ainda por cima, deve ser tida pessoalmente…

Dia muito lento. Dia muito longo. Dia muito aborrecido. E cabeça demasiado ocupada a pensar sempre no mesmo… Não, não vou pensar mais neste assunto. Não hoje, pelo menos. Amanhã logo vejo se consigo dizer alguma coisa para esclarecer e definir o que há para deixar claro. Vamos ver.

Por hoje chega…amanhã? Logo se vê. Mas sempre de cabeça erguida e pés bem assentes no chão.

{#308.058.2023}

Sábado, aquele dia aborrecido da semana. E hoje foi. Manhã de Yoga, tarde de absoluta preguiça.

E a certeza de que a vida vai acontecendo e eu vou acompanhando. E vou querendo saber mais. Mas não quero estar sempre em cima. O que tiver que ser, será. Se tiver que ser. E, a ser, será sempre no momento certo. Nem antes nem depois. Mas sim, há descobertas que me aguçam a curiosidade.

Por outro lado, há traços que já conheci antes e que decididamente não quero para mim. Mas, para já, estou disposta a dar o benefício da dúvida. Até mesmo para perceber onde é que este caminho pode levar. Vamos ver…

Amanhã é dia de consulta com o terapeuta fofinho. Já sei o que me vai dizer em relação à baixa. Mas vai ter que me ajudar a recuperar disto que não sei nomear. Não há milagres, mas há muito trabalho a fazer.

O dia foi aborrecido depois do Yoga. Mas amanhã será melhor. Ou, no limite, será igual. A verdade é que a vontade de fazer alguma coisa é baixa, embora a vontade de voltar a coser e a criar seja grande. Mas a falta de material condiciona esta vontade. Vou ter que esperar mais um bocadinho. E depois logo se verá…

Por hoje, dou o dia por terminado. Estou cansada, com sono… Apetecia-me muito aninhar e enroscar mas numa conchinha de bichinho de conta. Não sozinha. Ficar assim num momento a dois, a conversar, a trocar mimos, eventualmente até a criar novas tatuagens na memória.

Sim, por hoje já chega. Amanhã? Será melhor. Ou, no limite, igual.

{#307.059.2023}

Dia de consulta com a médica de família. 5 minutos na sala de espera, 1 hora no consultório. Manter vigilância, repetir exames lá para Maio. Análises para rever valores pós medicação. Prolongamento da baixa por mais um mês…

Tratar de mim fez parte do dia. Porque só eu posso fazê-lo. E não gosto do momento actual. Mas quando penso que terei que voltar ao trabalho há um calhau com olhos que me relembra como cheguei a este ponto. E porquê também…

A incompetência é gritante. E isso perturba-me mais do que devia. Eu tento desligar mas não consigo. Especialmente quando tenho que comunicar a continuação da baixa e, como resposta, me pede o que já tinha sido enviado e não sabe onde está… É, eu mereço. Só pode. Claro que estas coisas mexem demasiado comigo, mesmo quando não deviam.

Tenho um mês para recuperar e reunir estratégias de defesa contra o que me perturba desta forma… 31 dias. E nesses 31 dias alguma coisa tem que mudar. Ou seja, eu tenho que mudar. Para melhor. Que é o mesmo que dizer que eu tenho que melhorar. A todos os níveis. Só não sei por onde começar…

Sexta feira longa. Cansada, claro. Com sono. E a preparar-me para acordar cedo amanhã para mais uma aula de Yoga logo cedo para começar bem o dia.

Amanhã? Será melhor. Gostava de sair e ir a algum sítio, mas nem sei onde nem sei fazer o quê. Mas apetecia-me um dia diferente. Que não vai acontecer. Mas o tempo também não parece que vá estar favorável, por isso estar em casa dedicada ao sofá, mantas e televisão é um plano tão bom como outro qualquer.

Por hoje chega. Amanhã logo se vê. Mas será melhor.

{#306.060.2023}

Quinta feira, dia de tempestade. Dia de acordar demasiado cedo sem necessidade. E, lá fora, o vento e a chuva.

À tarde? A vida a acontecer. De surpresa, sem planos prévios, sem contar. Mas, lá está, foi a vida a acontecer.

Um dia de cada vez. Sem pressa e sem pressão. E o que tiver que ser, será. O resto? Logo se vê. Mas, já se sabe, é a vida a acontecer.

{#305.061.2023}

Quarta feira e feriado. Dia de Yoga como habitual mas de manhã para começar bem o dia e aproveitar o faz de conta que é fim de semana. Doeu, mas valeu a pena. Tem doído mas tem valido sempre a pena. E ouvir da boca do professor que estou melhor, a vários níveis, sabe muito bem. Compensa pelas dores e pelos desequilíbrios em algumas sequências de posições.

Nunca ninguém disse que o Yoga era fácil. Mas traz vários progressos e transformações em tantas dimensões. Faz bem. E sabe bem. E ajuda a desacelerar. Custa fazer o caminho até lá? Custa, mesmo não sendo assim tão longe. Custa alcançar e manter as posições? Custa, especialmente quando me lembro que já foram fáceis noutros tempos, noutra vida. Custa alongar o corpo ao máximo? Custa, sejam pernas, braços ou costas. Mas tudo isto vale a pena e é esquecido no final da aula que devia ser de uma hora e tem chegado às duas.

Foi assim a manhã. Ainda me sinto moída e cansada. Mas tranquila dentro do que é possível estar tranquila quando tenho tanta coisa na cabeça a deixar-me ansiosa e quase angustiada. A vontade de chorar? Continua cá. Um dia vou ter que conseguir chorar e aliviar a pressão. Mas desconfio que se isso acontecer fora de casa não será bonito…

Sexta feira está quase aí. E sim, desta vez vou pedir mesmo o prolongamento da baixa. Pelo menos até ter consulta de psiquiatria onde vou pedir reajuste de medicação. Porque não acredito que, ao voltar agora ao trabalho, me vá fazer bem ou me vá aguentar por muito tempo…

Preciso de ajuda, mas também preciso de encontrar uma solução. Amanhã tenho que recomeçar a mexer-me. À procura de alternativas, de soluções.

Por hoje, que foi um dia muito comprido, não irei fazer muito mais. Não que tenha feito grande coisa o dia todo depois do Yoga. Mas não fazer nada também é fazer alguma coisa, também é tratar de mim. 22h35 é uma boa hora para dar o dia por terminado.

Amanhã? Prevê-se tempestade, por isso os planos não fogem muito do sofá, das mantas e da televisão. O resto? Logo se verá. Mas por hoje já chega…

{#304.062.2023}

Terça feira que pareceu Domingo de tão preguiçosa. Sem histórias ou História. Apenas a repetição da confusão do final do dia de ontem. Parece de propósito para me baralhar e confundir. Não sei o que pensar, menos sei o que fazer. Parece promissor, but I’ve been there already…

Não vou pensar. Vou deixar fluir. Tentar mudar o foco. E depois logo se vê. Por agora dou o dia por terminado. Amanhã? Será melhor com Yoga logo pela manhã para começar bem o dia. A tarde será o que tiver que ser. Mas vai ser bom porque eu quero que assim seja.

{#303.063.2023}

Segunda feira longa, cansativa, dorida, confusa.

Desde manhã cedo na rua, desde as 10h da manhã num centro comercial. Dores nos pés, dores nas pernas, dores nas costas, dores na lombar. Dores, dores, dores.

Pouca vontade de estar o dia todo num centro comercial, percorrer 5km ali, como assim?, vontade de voltar para casa e, mais uma vez, chorar. Mas nem voltei para casa quando quis nem chorei o choro que não sai…

Chegar a casa e, mais uma vez, alguém que reaparece para me confundir. Não sei bem que voltas são estas que me baralham, não sei qual o objectivo, qual a intenção. Sei, sim, que uma parte de mim gosta da confusão, acha-lhe uma certa graça. Mas a outra parte quer um jogo claro e sem truques ou, até, aditivos.

Mas a verdade é que me sinto, porque estou!, demasiado cansada para agora parar para pensar numa situação que não me é 100% clara. Amanhã. Amanhã procuro tentar entender, não hoje. Não agora. Não assim.

Dar o dia por terminado, é preciso. Amanhã será um dia muito mais tranquilo, novamente sem horários e sem obrigações que me levem novamente para fora de casa por tão longo tempo.,,

Amanhã. Amanhã será melhor. Por hoje já chega. Amanhã só acontece depois de dormir, é isso que vou fazer. O resto? Logo se vê…

{#302.064.2023}

Domingo de chuva. Sem histórias ou História. Um dia profundamente aborrecido. Manhã de consulta com o terapeuta fofinho e o resto do dia nada.

Uma ida ao café ao fim da tarde foi o momento mais movimentado do dia. Estou cansada de dias assim. Tenho que regressar ao trabalho, eu sei, mas não quero sequer pensar nisso por agora. Não me sinto em condições para a pressão que nos é imposta e o mau estar que isso (me) gera. Tenho que voltar a procurar alternativas. E rapidamente. Mas, também rapidamente, não posso só procurar as alternativas. Tenho que as encontrar.

Para já tento recuperar do estado em que estou. É necessário, enquanto estou por casa, encontrar forma de preencher os dias. Já sei exactamente como quero passar o tempo e o que fazer. Mas falta-me algum material. Vamos ver como corre no final da semana a consulta com a médica de família e depois se vê o que posso, ou não, fazer.

Domingo. Preguiçoso. De manta, televisão e chuva. E a ausência que se fez presente, tirando aquele início da manhã. Eu sei que o timeout é necessário. Entendo e aceito. Mas custa-me a ausência, não posso dizer que não. Mas aqui estarei. Venha o que vier depois desse timeout necessário. Porque, e não duvido, esta história não acaba aqui.

Amanhã prevê-se um dia longo. Sem ter nada programado para mim, mas a precisar de estar lá para os outros. Pelo meio irei procurar momentos para mim. Mas, para já, dou o Domingo preguiçoso por terminado.

Amanhã? Logo se vê.

{#301.065.2023}

Sábado, aquele dia aborrecido da semana. Tirando a manhã preenchida com duas horas intensas de Yoga, o dia foi só longo e aborrecido.

Com excepção daquilo que me chegou à distância de um clique. E, cada vez mais, a certeza de que é tão bom. E sabe tão bem. E faz tão bem. Venha o que vier, aconteça o que acontecer. Oh it’s what you do to me…

Podem duas pessoas que estão tão longe uma da outra, que nunca se viram ao vivo, que nunca se tocaram sequer ter uma ligação tão grande e tão especial…? Pelos vistos podem.

Continuo sem nomear o que isto é. Não me atrevo a fazê-lo. Mas não duvido que sei o que é. De ambas as partes. É igual para ambos. E é algo bom. Daquelas coisas que tornam o dia mais aborrecido da semana em algo muito melhor.

Oh it’s what you do to me…e só por isso o meu sorriso aparece de forma fácil. E com o ar mais pateta possível. Porque o que está à distância de um clique me faz sorrir assim. E esse sorriso diz tudo.

Há coisas que só nós sabemos. Há coisas que só a nós interessam. Há coisas que acontecem à distância de um clique. Mas que, ao vivo, seriam iguais. E serão.

Timeout do timeout? Vai acontecendo. Porque não dá para suportar tanto tempo na ausência. De cá para lá. De lá para cá. Sempre à distância de um clique.

Gêémedêtê. Tanto tanto. O resto? Não sei…mas neste momento não quero pensar muito nisso. Quero apenas sentir o que sinto. E que é recíproco. E é tão bom.

{#300.066.2023}

Nos dias maus aprendi a olhar para cima para tirar os olhos do chão. Agora, nestes dias estranhos, não me posso esquecer de olhar para baixo. Não porque a vontade é de me esconder do Mundo, como fiz nos dias maus em que não queria ver o Mundo nem queria que o Mundo me visse. Hoje olho para o chão para não perder o equilíbrio e para obrigar as minhas pernas a seguir as oscilações do solo sem tropeçar. Coisa que é cada vez mais comum. E não gosto disso. Assim como não gosto da descoordenação das minhas pernas e do que isso pode significar…

Olho para baixo quando a vontade é olhar para cima. Ou até mesmo olhar em frente sem receio. Mas perco facilmente o equilíbrio. O físico, porque o emocional, apesar da vontade de chorar, está bom. Ou, pelo menos, não está (muito) mau…

Custa-me a ausência. Até porque a maior droga para um ser humano é outro ser humano. E é essa droga que me está a faltar. Não me está a falhar, apenas a faltar. Porque em tão pouco tempo ganhou dimensões inesperadas. E eu sou de sentir tudo. O bom e o menos bom. E, neste caso, é tão bom. Mas existe um mas. E tem, neste momento, que existir um timeout. O que virá depois desse timeout não faço ideia. Sei apenas que a ausência é notada. E com essa ausência os dias são tão diferentes e custam mais a passar.

Como o dia de hoje que teimou em não chegar ao fim… Felizmente está na hora de dar o dia por terminado. Vai-me faltar novamente aquele aconchego de final de dia, aquela conchinha ao estilo bichinho de conta, aqueles mimos antes de dormir e que ajudam a ter uma noite tranquila. É a ausência. É o timeout. E há que respeitar. Não vou impôr a minha presença porque não quero ser um problema para ninguém. Mas bolas…a vontade de impôr presença é enorme…

Amanhã será melhor. Regresso ao Yoga de manhã e o resto do dia logo se vê… Mas era tão bom um timeout do timeout. Porque, sei-o, não é só a mim que custa esta ausência.

Sim, amanhã será melhor. O resto? Logo se vê. E não, não me esqueci que foi há 6 anos que aprendi a esperar…