Monthly Archives: October 2014

#day74

Dizem os entendidos que o Samhain, ou Halloween, é a noite de fim de um ciclo, início de outro. Uma passagem de ano. Altura de deixar para trás o que já foi e abraçar o que aí vem.

Pois que seja, então =) nada como um novo começo cheio de sorrisos ♥ e que seja um novo começo, um novo ano, cheio de Amor. Aquele do A maiúsculo.

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#day73

Tudo está bem quando acaba bem, independentemente dos sustos e urgências. E, no fundo, é só isso que importa.

Isso e saber, sentido, que não estou sozinha. Que do outro lado está quem olhe por mim. Quem olha por mim. Quem olha para mim.
E isso é aquela tal coisa de que falo tantas vezes e que se chama, e chamo, Amor. Com A maiúsculo.

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#day72

Gosto do meu trabalho. Gosto do que faço. Gosto do resultado final daquilo que faço, das coisas mais simples, mais básicas, às mais complexas.

Também gosto de sorrir. De sorrisos. De fazer sorrir. Que me façam sorrir. Daqueles sorrisos no olhar. Daqueles sorrisos ao canto da boca. Daqueles que não são para serem vistos por toda a gente. Mas que toda a gente vê mesmo assim. E ainda bem.

Porque gosto de me sentir bem. Gosto que me façam sentir bem. Gosto de quem me faz sentir bem. E de quem me faz sorrir. Sentir-me bem como há tanto tempo não me sentia. Sorrir como há muito tempo não sorria.

Se a vida é uma caixinha de surpresas? Claro que sim. Mas já era tempo de chegarem as surpresas boas. Estas que me põem a sorrir assim =)

O que é que o meu trabalho tem a ver com isto tudo? Na realidade não tem nada a ver. Mas não importa ♥1379874_10152572270923800_3499096641174617113_n

#day71

C de:

Caixa. De chocolates {e surpresas}.
Carinho. Carícias. Colo.
Comigo. Contigo. Connosco.
Cúmplices.
Cantar. À chuva.
Chovarinhar.
Começos. De capítulos {novos}.
Comboio? C’um caraças!

No fundo, C de Eu Mesma. Assim. Como sou.
E só é pena sorrisos não se escrever com C. Mas covinhas, minhas, nossas, sim.

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#day70

Em estágio para o fim de semana. Focada no trabalho. E no cor de rosa, sempre.

{e com tantas questões em loop na minha cabeça para as quais até já tenho respostas. E não gosto.}

Siga! Hoje não foi um dia mau. E isso é bom.

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#day69

“37 anos e 7 meses”, assim começa o postal que a melhor Mãe do Mundo, a minha, me escreveu hoje.
“Não interessa o número de velas”, que eram 12. Interessa o resto.

O bolo que não tive há 7 meses tive hoje. O postal. As prendas. O “jantar de família”.

E termina dizendo “continua a ser quem sempre foste, quem és.”

Obrigada, Mãe ♥

Eu tenho mesmo a melhor Mãe do Mundo e arredores e que me conhece tão bem e entende as minhas faltas.


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#day65

Banhos de mar, mergulhos nas ondas, pé na areia, banhos de sol, horas de conversa em boa companhia.

Gosto do Verão de Outubro ♥

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Do Amor, aquele do A maiúsculo

O Amor, aquele do A maiúsculo, também é isto. É escrever em jeito de desabafo que Yann Tiersen tinha concerto marcado para dia 19 de Outubro. E que seria um plano perfeito para esse dia, na altura ainda tão longínquo. E dizerem-me, como resposta, pessoalmente, alguns dias depois “vamos ver o que conseguimos”. Não, não foram estas as palavras exactas, essas guardo-as para mim, porque só a mim foram ditas e para mim. Mas a mensagem era esta. “Vamos ver o que conseguimos”.

E poucos dias antes de dia 19, quando já nem sabia os dias que marcavam o calendário, quando já não pensava no concerto, quando já Outubro corria solto, “arranja lá a tua companhia, temos dois bilhetes para ti”.

Bilhetes de primeira plateia, 4ª fila, praticamente a meio, com uma proximidade brutal de um palco que se revelou minúsculo para tanta energia, tanta força, tanta intensidade de música. E enorme por me sentir tão pequena no meio de tanta genialidade.

Esqueçam Amélie. Yann é, sempre foi, tão mais do que Amélie, já de si genial. Mas é tão mais do que apenas Amélie. É uma força do Universo, que se entrega a cada música com a intensidade de quem Ama o que faz.

E o Amor, aquele do A maiúsculo, também é isto: são os bilhetes, é a entrega. Sim, é tudo isto também.

E fica-me na memória, fica-nos na memória, aquilo que não é possível descrever.

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#day63

Hoje, júri do concurso “Arte e Criatividade”, concurso dirigido a pessoas com necessidades especiais e/ou portadoras de deficiências, promovido pela Câmara Municipal de Almada.
Um convite da Divisão de Acção Sociocultural, resultado do trabalho feito com o Mercado Alternativo de Cacilhas. Convite que me aconchega e confirma que sim, o trabalho realizado valeu a pena ♥

Perceber, com os restantes membros do júri, entre os quais uma professora de ensino especial de Almada, um artista plástico e um responsável da Casa da Cerca que começo a ser tão conhecida como o Zé dos Plásticos: não, esta parte não tem piada nenhuma. Prefiro o anonimato, o passar despercebida, o ficar sossegada no meu canto.

Avaliar trabalhos não é fácil. Nunca foi. Avaliar trabalhos artísticos de pessoas portadoras de deficiência e/ou com necessidades especiais, no entanto, é gratificante. Gostei bastante da experiência e da discussão saudável que dali partiu para perceber a fraca adesão das escolas a este tipo de iniciativas.

Muito a aprender com o dia de hoje. Sem dúvida.

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Ouvido por aí

“O Amor são duas solidões que se encontram”

e

“O passado já ficou lá atrás, só podes garantir o futuro”

Erros tão grandes, em duas frases que podiam ser bonitas. Ou só bonitas. Mas erradas. Porque o Amor, esse, se construído na base de duas solidões que se encontram tem a mesma resistência que castelos de areia moldados a copos de vinho ou chávenas de café. Porque duas solidões que se encontram, mesmo que deixem de olhar para o que ficou lá atrás, moldando os castelos que se querem fortalezas que resistem ao tempo, apenas conseguem alcançar o que já foi e o que ainda não é. E carregam em si areia, amontoando sobre si mesmas, as solidões, mais areia ainda.

Não importa se moldar a areia em copos de vinho ou chávenas de café tem um efeito bonito. Porque a areia é temporária quando apenas se tenta olhar para o que ainda não veio. Para o que ninguém garante que venha. O futuro.

Duas solidões que se encontram serão sempre isso mesmo: duas solidões. Daí só nascerá Amor quando ambas deixarem de existir e passarem a ser outra coisa que não solidão. Porque na solidão não há a ocupação do Amor. E por muito que duas solidões se encontrem falta preencher, em ambas, essa ocupação que não existe.

E essa ocupação pode ser preenchida com areia. Mas olhando sempre a única coisa que é garantida: o aqui e agora. E sim, pode ser areia moldada a copos de vinho ou chávenas de café. Mas precisa também de tantos outros materiais. Que chegam sempre com o aqui e agora e fortalecem esse castelo que se quer de todas as cores, de todos os formatos, com toda a força do Amor.

Não. O Amor não são duas solidões que se encontram. O que podemos garantir não é o futuro porque amanhã quem sabe. Não. O Amor não é nada disto. Mas é, também, a areia que se molda e fortalece no aqui e agora.

 

#day60

Porque há sempre alguém que se lembra.

ou

Porque há alguém que se lembra sempre.

Danke schön, Frau Vi ♥10407525_10152548737103800_4852879446126985790_n

Do vazio. Ainda.

Passam os dias. Faço por não os contar. Deixei de os contar. Até voltar a contá-los novamente. Porque os dias passam mas aquele vazio de nada, vazio de tudo, continua. Uns dias mais esquecido, uns dias mais sentido, uns dias mais recordado.

Tento fugir do mundo à minha volta e do que não posso fugir porque o mundo existe e é mesmo assim. E nunca ninguém disse que o mundo, esse à minha volta, à volta de tanta gente, de toda a gente, nunca ninguém disse que esse mundo era justo. Ou certo, sequer.

E há o vazio. E a ausência. E o que podia ter sido. E não foi. Já não é. Já não está a ser. E quem sabe se algum dia, alguma vez, será de novo. Duvido, como sempre duvidei até ser. Como sempre achei que nunca seria. Até que foi. E de repente, num momento, deixou de ser. Será alguma vez novamente? Será alguma vez? Mesmo que seja, este vazio fica sempre cá. Porque é insubstituível. Porque é um vazio que tem um lugar próprio, só dele. Ou dela. Não sei. Nunca saberei. Mas mesmo não sabendo não deixa de o ser. Ou melhor, deixou de ser para passar a não ser…porque já não é.

E precisamente por já não ser, e por muito que me esforce para avançar, é impossível não pensar. Não imaginar. Não recordar. E é impossível não baixar os olhos novamente e fixar apenas o chão. E ter novamente a visão turva e húmida. Porque o vazio, o peso do vazio, é todos os dias um bocadinho maior. Com o passar do tempo, que não conto mas sei que passa, devia ser mais pequeno. Dizem. Dizem-me. Disseram-me. Mas não é. Não devia ser. Nem devia ser vazio. Mas é. É o que tenho cá dentro. Porque, cá dentro, não há nada. Já não.

Tenho saudades do que já não é. E imagino tantas vezes como seria neste momento se ainda o fosse. E saem-me palavras duras que digo para mim mesma que não podem ser, mas que saem. Porque ainda dói. E saem também palavras doces dirigidas ao que já não existe, ao que já não é. Não faz sentido. Mas faz. Porque, para mim, é como se ainda existisse alguma coisa. Pelo menos por momentos. Até me recordar porque é que ainda dói.

E vai doer até quando…? Não sei. Sei que a memória não se esvai, não se apaga, nunca.

E continuo sem saber o que fazer com tudo o que resta do que não foi. Guardo comigo, mesmo não lhe mexendo, mesmo não revendo, mesmo não querendo olhar. Mas não sei o que fazer com o que resta. Com a única coisa que resta do que não foi. E que eu sempre quis tanto que fosse.

Não sei também se voltará algum dia a ser novamente. Lá está, continuo a duvidar como sempre duvidei até ser. Mas mesmo que um dia seja, mesmo que um dia se repita, há sempre um vazio cá dentro. Do que foi e não chegou a ser.

E não ter onde ir para me sentir mais perto do que não foi. Não ter onde me sentir em paz. Numa espécie de ponto de fuga. Dói também. E isso, também isso, faz parte do vazio do que não foi.

E há tantos outros vazios que não vão ser preenchidos. Porque o que foi já não o é. E sim, ainda dói.tumblr_l9517nt4kj1qdhaljo1_500