150 dias são muitos dias. Ao mesmo tempo são, ainda, poucos.
150 dias. Mais 18. Depois de 42. São muitos. São poucos. São dias.
De altos e baixos. De mais altos que baixos, mas ainda com vários dias, muitos, maus.
Como ontem. Como hoje também.
Mas todos os dias, mesmo os menos bons, mesmo os maus, trazem coisas boas. Como hoje.
Dizerem-me ontem, no meio do turbilhão de memórias e emoções que me assaltam de tempos a tempos, “amanhã fica atenta à volta do correio”…
Um postal a chegar, pensei.
Não foi. Foi mais que um postal. Foram vários. E uma gola linda feita em armknitting que há umas semanas tinha dito que achava linda. E que é. E que hoje é minha.
O que o carteiro me trouxe hoje não foi apenas “uns postais giríssimos e uma gola linda”. Foi mais. Muito mais.
Foi aquela coisa de que falo tantas vezes, aquela coisa do A maiúsculo, o tal do Amor. Em jeito de mimo e só porque sim, porque “é bom mimar quem nos é importante”.
E se estes mimos sabem sempre bem, seja em que altura for, quando nos chegam em dias escuros fazem toda a diferença.
Porque, no turbilhão dos dias cinzentos, insisto em acreditar que estou sozinha. Insisto que não há nada do outro lado.
Mergulho numa realidade que, sei-o bem, não é real. Mas é uma realidade que continua a fazer-se presente nos dias doridos. Que ainda doem. Muito.
Mas estes gestos, que são enormes, chamam-me de volta à Terra. E relembram-me que não, não estou sozinha. E que sim, sou importante. Para tanta gente.
E é também por isso que, quando os dias doridos, doídos, pesados e cinzentos me visitam de assalto, insisto em não me render, em não me entregar ao caminho mais fácil que é deixar-me ir e deixar-me ficar às escuras.
Obrigada, Xinha. Não só por hoje, mas por tudo. Não tens ideia da diferença que tens feito ♥
E obrigada a todos os que não desistem de estar aí. Que no fundo é aqui. Ao meu lado. Do meu lado.
…e obrigada também a quem não está.
{sou uma lamechas. Eu sei.}
♥