Pára e respira. Mesmo que doa fisicamente. Pára e respira. Mesmo que a vontade seja fugir dali. Pára e respira. Mesmo que a vontade seja ficar pequenina, imperceptível, refugiada no teu canto. Pára e respira. Mesmo que queiras gritar porque, mais uma vez, a visão turva e as palpitações e as guinadas no peito te visitem como há muito tempo não o faziam. Pára e respira. Mesmo que sintas que não sabes onde estás e o que estás a fazer. Pára e respira. Mesmo que seja difícil manter uma linha de raciocínio lógico quando tudo parece não fazer qualquer sentido. Pára e respira. Mesmo o túnel onde viajas nesse momento seja cada vez mais escuro, cada vez mais apertado, cada vez mais rápido na vertigem da descida. Pára e respira.
Pára.
Respira.
Sabes que é só mais uma viagem na via rápida da ansiedade. O pânico já ali, a espreitar. À espera. À tua espera.
Pára.
Respira.
Vai correr tudo bem.
Regressa ao aqui e agora. Mesmo que tenhas que recorrer aos químicos. Regressa. Aqui. Agora.
Pára e respira.
Vai. Correr. Tudo. Bem.
Pára.
Respira.