Monthly Archives: May 2018

{#150.216}

“Está tudo bem”…há quanto tempo não o oiço?

Só eu sei, sem saber explicar, o quanto essa simples frase me toca cá dentro. E o efeito que tem em mim. Sempre sem saber explicar. Apenas sentindo.

Faz-me falta voltar a ouvir essa certeza que, apesar de seja o que for, está tudo bem.

{#149.217}

“Eu quero, eu posso, eu consigo.” Quero acreditar nisto, quero fazer por isto, quero conseguir isto.

Nem que tenha que o repetir até à exaustão, eu quero, eu posso, eu consigo.

{#144.222}

Um dia escrevo para ti. Não hoje. Não ainda. Ainda é cedo. Mas um dia.

E talvez me perguntes, novamente, se leio o que escrevo. E dir-te-ei que não, que não o faço logo, como já te disse. E tu vais-te rir outra vez.

Um dia escrevo para ti. Se gostares não o saberei. Porque já te tenho escrito e tu não sabes e eu não sei se gostaste.

Um dia.

Não hoje. Ou, pelo menos, não é hoje que te escrevo o que cada vez mais tenho vontade de te dizer.

Um dia escrevo para ti. Mas não hoje. Não ainda. Porque primeiro quero poder dizer tudo, olhos nos olhos. E depois sim, um dia escrevo para ti.

{#143.223}

“Boa memória”…

Nem imaginas o quanto… Gostava que não fosse desta forma, mas chega a ser assustadora a capacidade da minha memória RAM e ROM. Sem possibilidade de formatar e esquecer.

São os detalhes pequenos que ficam cá, todos eles. Por isso me lembro de rotinas que não são minhas. De pormenores que não são meus.

Mas podiam vir a ser… Ou não?

Diz-me tu. Faz sentido alguma coisa destas que vou deitando para o éter? Para mim faz…

“Boa memória”…e até aqui tudo o que me resta é a memória.

Até quando manter a mesma memória sem novas recordações?

{#142.224}

Tempus fugit.

Em dia do abraço, falta-me um. Aquele que não tenho nem sei se posso ter. E o outro que não tenho e sei que não terei.

E o Tempo que me foge. Ou sou eu que fujo do Tempo?

Fazes-me falta. Não o sabes, não imaginas sequer. Nem eu sei explicar-te. Sei apenas que fazes-me falta. Como o Tempo. Que me foge. E tu? Foges também? Não o faças……

É tudo novidade, eu sei. Mas não me fujas.

Tempus fugit. E fujo eu também.

{#141.225}

Running out of time…

Sinto o tempo a fugir-me… De que me servem amuletos quando sinto que o tempo me foge? E como é que se muda isto?

É horrível sentir o tempo a fugir desta forma. E dizia eu que não tenho tempo para perder Tempo. Mas ele foge e eu não consigo que seja de outra forma. E detesto sentir isto. Parece que estou presa a uma rotina sem fim que apenas me serve para perder mais e mais tempo.

E apetece-me gritar para que o tempo não me fuja quando ainda há tanto que quero fazer. Mas ele foge. E eu perco-me um pouco mais na rotina. E ele continua a fugir.

Nada disto parece fazer grande sentido, eu sei. Mas faz sentir. Um sentir de medo, de frustração, de falta de Tempo, de falta de tudo!

E digo baixinho para mim mesma que tenho medo deste tempo que teima em me fugir. E eu não sei como fazer para o agarrar…

{#140.226}

Das muletas. Hoje uso uma porque andar é difícil. Mas nos outros dias uso várias, de outras formas, para conseguir seguir em frente.

Tanto num caso como no outro tenho que as deixar. Com mais ou menos dores, mais ou menos dificuldades, tenho que deixar de me apoiar em muletas que aliviam no momento mas contribuem para que me esqueça de como se caminha sozinha.

É-me urgente voltar a aprender a andar. Custe o que custar.

{#139.227}

Dias sem história já não me fazem falta. Se há um ano precisava deles para poder descansar do turbilhão em que estava, hoje sinto que me prendem a um estado de pura inércia.

Falta história aos meus dias. Sei que tenho que ser eu a fazê-la. Mas quanto menos história têm os meus dias, menos vontade tenho a fazer.

Não. Nada disto é positivo. Mas é onde estou neste momento. E com cada vez menos vontade de fazer mais e melhor.

{#138.228}

Partilhar momentos. Dispender algum tempo daquele que é, de alguma forma, limitado.

É por isso que não desisto. É como olhar para cima: há sempre algo que nos encanta. E, enquanto houver, é para continuar.

{#136.230}

Aprender a lidar com a perda. Vê-la de outro prisma.

Não quero ter que lidar com ela novamente tão cedo. Mas preciso de aprender a deixar ir. Seja coisas ou pessoas. Nunca soube fazê-lo.

{#135.231}

Um passo de cada vez.

Um dia atrás do outro atrás do um.

Sempre. Devagar. Sem pressa.

E a perder o Tempo que não tenho Tempo para perder Tempo.

{#134.232}

Conviver com a dor já é um hábito. Daquela dor física que parece queimar.

Resta-me encontrar estratégias para conseguir geri-la durante o dia até chegar a casa.

Como trabalhar descalça, por exemplo.
Ninguém vê. Mas faz toda a diferença.