Hoje o medo. O medo da perda novamente. De perder o que não tenho por ser totó. O gelo. Gelei por dentro e apenas por filmes criados na minha cabeça. Porque continuo perita nisso, nos filmes que aparecem na minha cabeça.
Hoje novamente o medo da perda. Mas como é que se pode perder o que não se tem? Perdendo… Perdendo o pouco que se vai recolhendo aqui e ali, pequenos nadas que só eu valorizo. E que contabilizo… E o medo de perder esses pequenos nadas gelou-me por dentro. Não gostei do que senti, como se esse filme que fiz ali no momento dentro da minha cabeça fosse real, fosse um facto consumado. Não gostei e percebi que esse medo gera sofrimento. Mais do que guardar comigo o que precisa ser dito.
Hoje chorei por dentro… Por uns breves instantes chorei por dentro. Por medo da perda e por me recriminar por não conseguir sair deste poço de insegurança e dizer o que tem que ser dito. Porque gosto de ti mais do que pensava e hoje, se ainda houvesse dúvidas, tive a confirmação do que no fundo já sabia.
Faço filmes na minha cabeça, mas são tantas as vezes em que acerto em cheio que agora tenho medo de estar certa mais uma vez.
E agora? Até quando é que vou guardar isto? Até quando é que vou aguentar sem me magoar ainda mais?
Tenho medo. Mas tenho que ter coragem de enfrentar esse medo e parar com os filmes que faço na minha cabeça e acalmar a ansiedade que esta dúvida me traz.
Vai correr bem. Vai ter que correr bem. Porque eu mereço que corra bem. E mereço mais do que apenas pequenos nadas.
O medo. Hoje novamente o medo… Da perda. De perder o que não tenho. De te perder a ti.