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É bom saber que não estou sozinha, que não estou sem vigilância. É importante esse acompanhamento que me permite falar de tudo e dizer “tenho medo”. E receber do outro lado o espaço que preciso para interiorizar e racionalizar esse medo. Receber dicas de como o enfrentar e o que fazer para lutar contra o medo.

É importante ter alguém que nos ajude nas questões da saúde mental. E eu tenho o terapeuta fofinho há quase 5 anos e não dispenso nem por nada. Todas as semanas, sem excepção, tenho o meu tempo e o meu espaço para falar de tudo o que quiser, de tudo o que me incomoda e até do que me aconchega. Ou não falar de nada se não me apetecer.

Estar sem vigilância neste momento seria um risco enorme. Porque me é muito fácil, ainda, descarrilar e resvalar para a depressão que não sei se alguma vez tem cura. E tenho medo que não tenha cura, de facto. Porque desde sempre tive que lidar com ela e volta e meia lá estava ela de novo.

É bom saber que tenho vigilância. Sei que, se for preciso, basta uma palavra para ter ajuda. Seja a que dia for, a que horas for, a que momento for. E essa vigilância traz-me segurança. E eu preciso de segurança. Já basta a minha própria insegurança para me fazer tremer de tempos a tempos.

Não procuro nada sem vigilância. Todos os passos que dou são vigiados porque partilhados. E analisados porque assim quero que seja. Porque, lá está, me traz segurança.

E é tudo o que preciso neste momento: a segurança que não tenho e a vigilância da minha saúde mental. Por mim. Para o meu bem. Para conseguir estar bem e poder enfrentar o inferno que a minha cabeça consegue ser.

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