Domingo preguiçoso, dia de descansar e repôr baterias.
Cansada? Um bocadinho menos. Mas, acima de tudo, muito cansada dos fins de semana vazios e inúteis. Preciso, rapidamente, de encontrar alguma coisa para fazer aos fins de semana. Tenho demasiado tempo livre nas mãos nesses dois dias. E tenho muito de mim para dar a quem quiser receber.
O que gostava mesmo de fazer não vai acontecer, infelizmente. Por vários motivos, mas especialmente por ter percebido (tarde) que a ideia não foi bem recebida. Não posso dizer que gostava de perceber porquê, porque agora sei. Mas não deixa de ser algo que me faz sentido e me faria bem. Mas não vou voltar a pegar nessa ideia. Muito menos falar dela com quem de direito novamente.
Hei-de encontrar alguma coisa. E hei-de provar a mim mesma que não sou inútil como tantas vezes me sinto.
Se estou bem com esta sensação de inutilidade? Nem um pouco. E, quanto mais penso nisso, pior me sinto.
Mas amanhã é dia de regresso ao trabalho, à rotina. À única coisa que me ocupa o tempo. Não é suficiente. Não posso viver só para trabalhar. Isso não é vida. É sobrevivência. E eu quero viver.
De resto, continua o meu esforço para me manter quieta e calada no meu canto. Não tenho tido muito sucesso nesse esforço, sei que amanhã irei novamente dizer alguma coisa, mas sei também que amanhã, ao contrário de ontem, dificilmente terei retorno. Seja. Já estou por tudo. Se não são percebidas as mudanças, não cabe a mim evidenciá-las. E, se não é notada a ausência, posso continuar afastada e ausente. Não vai fazer diferença. Já não faz…
Mas não me posso esquecer do que me tem sido ensinado nas últimas semanas: agradecer, soltar e deixar ir. Não é fugir. É não pôr pressão. E, o que tiver que ser, será.
Se me apetece chorar? Sim. Se o vou fazer? Não. Para quê? Serve de quê? Já não sou adolescente. Já o fui muitas vezes em idade adulta e serviu de zero. Ou melhor, serviu e muito para me deixar a sentir mal. E não quero isso para mim novamente. Por isso, simplesmente me afasto. Solto e deixo ir.
Não, hoje não está a ser uma noite fácil. Mas vai melhorar. Principalmente quando deixar de me sentir inútil. Quando começar a dar de mim a quem (me) quiser receber.
Amanhã? Logo se vê. Será melhor por estar ocupada. Por hoje chega.
Abro espaço para quem quiser chegar. Quem não quiser, paciência. Já estou por tudo…