Daily Archives: 09/11/2023

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Quarta feira, dia do meio, dia nim, nem não nem sim. Mais um dia igual aos outros, para variar…

A única diferença: falar com quem já me foi mais importante e de quem aprendi a afastar-me. Foram 5 anos a acreditar no que nunca seria possível. Na passagem de ano decidi soltar e deixar ir. Foi fácil? Não. Mas foi preciso. E, ao soltar e deixar ir, libertei-me não sei do quê e tanta coisa mudou.

Falámos hoje por causa do meu CV, que precisa de ser retocado. Foi visto, analisado e precisa de ser melhorado. Voltámos ao registo “um dia destes” bebemos um café (a parte do jantar falada há praticamente um ano já não está em cima da mesa) para vermos os dois a melhorar forma de fazer um upgrade ao CV. Mas a conclusão é a de sempre: “valorizas-te pouco”. É. É uma característica transversal a todas as áreas, não apenas a profissional. É verdade. E é aí que preciso de ajuda no CV. Nas outras áreas tenho feito um esforço para me valorizar mais. Mas não é fácil…

Por outro lado, sei que à distância de um clique há quem me veja como um todo que poucos vêem… E também por isso o sorriso me sai tão facilmente. E o brilhozinho nos olhos também.

Não me arrependo da decisão de soltar e deixar ir tomada na noite de passagem de ano. Foi um email que demorou algumas horas a ser escrito. No final foram 5 páginas onde tudo foi falado. Onde tudo foi dito. Porque eu não consigo encerrar capítulos de outra forma. E este capítulo foi encerrado como tinha que ser. Venha agora o café para retocar o CV e amigos como antes.

Sim, eu sou a primeira a desvalorizar-me quando tenho que me vender. Mas sei que sou muito mais do que digo. Agora é acreditar que do outro lado, aquele que se ofereceu para me rever o CV, saiba exactamente como me vender melhor do que eu. Vamos ver… Um dia destes.

Amanhã, consulta de manhã. Ainda não a consulta. Aquela que preciso rapidamente e que aguardo impacientemente. De resto será um dia mais ocupado. Pelo menos a manhã. O resto logo se vê. Mas ter a manhã ocupada já vai ser bom.

Agora é hora de enroscar e aninhar. Amanhã começa muito cedo.

{3652 dias depois}

Foi há 10 anos que acordei com aquele telefonema com aquela notícia que ninguém quer. Com aquela notícia que, nos primeiros minutos, não percebi porque desconhecia toda a realidade. Só ao segundo telefonema, esse feito por mim, percebi que não, não tínhamos perdido alguém. Foi no segundo telefonema que percebi que nos tinham roubado alguém.

Ainda me lembro do gelo que senti a percorrer-me o corpo de cima a baixo quando me disseram “foi uma facada”…

Há 10 anos, a esta hora, já estava onde tinha que estar: em Mafra, junto dos meus tios, e a viver o episódio mais surreal da minha vida. E a precisar de colo. Ou simplesmente de um abraço.

Lembro-me de pedir que alguém fosse ter comigo. De Lisboa a Mafra não é longe. Ninguém foi…

Foi há 10 anos. Dez. 3652 dias. Foi como se tivesse sido ontem. O nosso Mundo ruiu. Virou-se do avesso. Aprendemos que, às vezes, os outros somos nós. Mas estamos todos cá para contar a história. Todos? Não. Falta, continua a faltar, vai faltar sempre e para sempre o Alexandre.

Que merda.

10 anos. Dez. Como se fosse hoje…