Noite interrompida. Não foi a gata, foi a minha cabeça que me acordou. Duas vezes. Sendo que a segunda vez prolongou-se por duas horas até voltar a dormir. E, mesmo assim, mesmo depois de uma noite muito má, acordar relativamente cedo…
Claro que o dia não rendeu nada. Muito sono todo o dia até apagar por meia hora no sofá…
Todas as noites existe uma conchinha de bichinho de conta que me aconchega antes de dormir. E que procuro de novo quando acordo a meio da noite. É essa conchinha de bichinho de conta que me tem permitido serenar a cabeça à noite. E só é pena essa conchinha de bichinho de conta estar tão longe…
Mas fico contente porque existe. E não se prevê que vá embora depois do que tem vindo a conhecer. Se for sei que não será culpa minha. Será a vida a dar as voltas que a vida dá.
Mas não quero pensar nisso agora…pensarei nisso se esse dia chegar.
E o dia que não rendeu nada mas que teve direito a uma conversa com quem diz as coisas só por dizer, que já foi muito importante e que há um ano deixou de ser. O café passou a urgente, diz ele. E eu, como sempre, fiz de conta que acreditei. Afinal, a ajuda que eu queria dele, actualizar o CV, deixou, para mim, de ser urgente. Não sei quando vou voltar ao trabalho e só nessa altura irei iniciar uma busca por condições melhores. Porque quero. Porque mereço. Porque preciso… Esse café, logo se vê se vai existir. Se for como o jantar prometido há um ano…
Também não quero pensar nisso agora. Está comigo quem quer estar. Quem não quer também não é obrigado.
Agora, à minha frente, uma nova noite que se quer inteira, sem acordar. Mas, claro, com conchinha de bichinho de conta. Amanhã logo se vê…