Tirando o frio, o vento, as dores e o sono, o dia hoje esteve bonito. O primeiro café do dia aconteceu às 13h na esplanada do costume, abrigada do vento, mas sempre com dores, frio e sono.
Até que, de repente e inesperadamente, o meu telemóvel tocou. Do outro lado estava um Polvinho que queria falar comigo, a Corujinha, só porque sim. E foi tão bom. Naqueles 12 minutos consegui esquecer o vento, o frio, o sono e até as dores. Durante aqueles 12 minutos nada mais existia, só um Polvinho a falar com a sua Corujinha. Já tinha saudades, confesso. E confessei também enquanto falámos.
Devíamos fazer isto mais vezes, disse-lhe eu. E devíamos mesmo. Porque uma mensagem de voz ou um telefonema reduzem a distância, que é real, e aproximam ainda mais um Polvinho e uma Corujinha.
Quando saí de casa para ir até ao café do costume, ainda ponderei voltar a casa para ir buscar lastro para evitar voar. Mas depois daqueles 12 minutos em que tudo foi esquecido, as dores, o frio e o sono, voltar para casa no meio do vento foi muito mais simples.
Gêémedêtê, meu Polvinho. E a Corujinha vai estar sempre por aqui, à espera que apareças de surpresa na esplanada do costume como prometido.
O resto do dia? Foi o que costuma ser: a ver o tempo passar. Mas hoje com uma pequeníssima vitória: não apaguei no sofá depois do almoço. Parece irrisório, mas não é. Por isso, palminhas para mim.
Amanhã é dia de regresso à fisioterapia à hora de almoço. Quando voltar para casa é possível que me renda ao sofá, porque hei-de voltar cansada. Mas quando o corpo pede descanso, tenho que o ouvir e obedecer. Já sei que o cansaço e a fadiga extrema fazem parte. Já sei que, em casos como o meu, são perfeitamente normais. E se o corpo pede para dormir, é isso que tenho que fazer.
O que desejo para amanhã? Menos vento, menos frio e, acima de tudo, menos dores… Porque com o frio e o vento uma pessoa até resiste, mas as dores…
Logo se vê. Um dia de cada vez. Hoje tive 12 minutos em que esqueci tudo o que estava mal. E só isso fez-me ganhar o dia.